terça-feira, 29 de setembro de 2009

ANDAR EM DEUS

Não sei o que significa subir ou descer até... Ou andar em Deus, segundo a sua natureza incompreensível aos homens.
Ou segundo aqueles que o anunciam como seus procuradores na terra aos berros na televisão, nas rádios, nas ruas, nos templos e nas igrejas.

Eu que humildemente confesso de sua natureza nada saber, nem imagino o que seria andar sem ser nele e ele em mim. Fora dele nada existe, e da mesma maneira nenhuma forma de vida existe sem dentro dela Deus estar!

Mas andar naquele andar segundo os “falsos profetas” muito alto e aos berros dia e noite o apregoam, nesse definitivamente eu não creio, nem ando, nem ele em mim anda: como? Andar tal eles andam literalmente a pregar com pregos ou cravos, ou a mortificar com a palavra completamente destemperada que numa avalanche de pedras ladeira abaixo esmagará quem lhe fique à frente? Não! Nesse não creio.

Já conquistá-lo e a seu reino, a julgar pelas fórmulas prescritas e de acordo com a cartilha seguidas graciosamente (embora pagando por elas) adentramos em triunfo em sua divina residência no paraíso para eterno aí morar, depois da vida e durante a morte? Nessa maravilha fantástica e que bonitinho e bondoso esse senhor que tão barato se o vende nos espera na entrada? Nesse eu não creio nem com reza mansa nem brava!

Pois, e se a porta não se abrir? O que será uma possibilidade pertinente, pois realmente a fechadura deve ter se estragado e as dobradiças enferrujaram por causa de há muito estarem fechadas! Segundo dizem, teria sido a casa onde Deus nasceu e viveu quase eternamente. E como este nascimento aconteceu bilhões de anos atrás, dependendo do material de que foram construídas as portas, nem existam mais! E se existissem, caso fossem de madeira, em pedras já teriam se fossilizado.

(Na cronologia deles até que não, aproximadamente dez mil anos), mas ainda assim de tão enferrujadas não se abririam mais...

“Estavam”, parece ser mesmo o tempo certo do verbo, porque não estão mais. Já se descobriu com provas cabais e escavações aprofundadas tanto no céu quanto na terra de que nunca existiu esse território chamado céu, onde fora edificado o paraíso! Nem o palácio divino absolutamente arejado e paradisíaco com portas de abrir e fechar pelas quais se entra ou sai sequer vestígios dele se achou!

Mas ainda que a ciência específica um dia viesse a descobrir que existe mesmo no céu o palácio divino, as portas definitivamente não existiriam. Pois, Deus é certo e seja qual for o seu tamanho, jamais entrou ou saiu. E caso tivesse descido do céu e andasse por aí, como eles dizem, como poderia entrar ou sair por essas portas e por esses vãos, passar, para descer ou subir, se não há escadas? Também não creio tenha passado por debaixo de nenhum vago portal ou vão dos vãos, nem subiu nem desceu! (Seria assim, tão pequeno?)

Já nas fábulas infantis é tão bonitinha, a sua presença! Tanto quanto no ensaio de uma rolinha prestes a abandonar o ninho, onde nasceu! Pena que muito longe passe, muito longe das adultas e infantas pregações que inutilmente incultas não vêem a beleza da rolinha tentando ganhar o céu! Que tragédia, inúteis e incultos agentes divinos que não são competentes sequer para ver a rolinha ganhar o céu! Mas ainda assim querem representar Deus! São tão pobres de palavras, e de inteligência! Esses adultos pregadores parecem mesmo trombones desafinados e clarinetas enferrujadas, se comparados com o canto das rolinhas, mesmo que falem já como bispos e bispas! Ou presidentes!

Mas hoje nem as crianças já não riem deles nem delas, como eu, quando era criança, às vezes até com medo; as crianças de hoje cresceram com inteligência superior. Graças a sua grande evolução e porque não achem nem mais graça rir de coisas tão infantis, em corpos tão velhos e carcomidos.

Embora continuem crianças e sintam compaixão. E o que era antes objeto de grande confusão, porque não fosse possível distinguir quem era deus e quem era homem, muito claramente sabem que Deus não pode ter os mesmos vícios dos homens, nem é Ele um rigoroso cobrador de impostos carrasco, como seus pregadores o incriminam e pregam...

Só não entendem as novas crianças, como tantas pessoas que se dizem adultas acreditam nesses mentirosos pastores, bispos, bispas e presidentes?
Mas outra grande questão ora também se apresenta, diante das perspectivas da vida moderna, cujo desejo central é a busca da felicidade: é tão caro ser feliz, que só aos ricos é possível adquirir um pouco de felicidade à custa de muito dinheiro! E esse empenho leva até presidentes a vender a alma ao diabo para desviar fortunas dos cofres públicos para serem felizes, quando sequer distinguem o dentro do fora!

Aos pobres? Ao preço dos dez por cento (o dízimo) podem adquirir, que é muito barato - o paraíso e a vida eterna -, deveras muito barato, infinitamente mais do que um pouco de felicidade. Embora devido o preço vil constitua-se em indício do crime de receptação... estelionato, evidentemente.

Diante desta finita estrada que aos olhos do leigo e do não pensador se apresenta, como se há de ser de fato feliz, ou andar em Deus? Se ele não estiver na semente do fumo, pequeníssima, da mostarda tão minúscula; se ele não estiver na menor partícula que cresça; se ele não estiver na menor partícula que morra; se ele não estiver em qualquer coisa que se mova e não estiver em mim, seja eu bom ou mau!

Afinal, tanto mal quanto o bem no conceito de todos os dogmas não é confiável em qualquer de seus fundamentos, porque, em absoluto não seja confiável nem sábia uma vírgula sequer, que dirá as suas fugazes e passageiras leis, ainda que vendidas por eternas!

Pois se Deus não estiver no pobre mendigo debaixo da ponte, seja ele bom ou mau, ainda que diariamente embriagado, não está em lugar nenhum.
Porque no céu é certo que ele não está, embora ande por lá também a voar nos pardais, e em outros pássaros. E já agora na bela rolinha, e também nas aves de rapina!

Se eu o creio supremo, absoluto, no bom e no bruto, como não haverá de estar no senhor Buda tanto quanto no Cristo? No sábio quanto no santo, no pecador quanto no beato, se ele está no inseto, no limbo, no mofo, na vida e na morte, no rico e no pobre, no limpo e no sujo, no embriagado da fria sarjeta, e na ígnea fornalha que tempera o aço da arma do feroz vingador!

Só não está por que não existe artificial na forma criada cruel e vingativa que discrimina quem não o pague, ou se arraste aos seus pés, cheio de medo! E porque vai mortificado pela culpa sem ter culpa nenhuma nem dívidas divinas esse pobre crente?
E também não está no fingidor mentiroso simulando se abra a porta do céu! E ainda bem que não existe tal céu e muito menos tal porta!

É possível imaginar um mosquito voando sem vida e sem deus por desconhecer o céu com ou sem porta? Por isso é que eu creio que ele anda em mim e eu nele, não obstante andar no mosquito e a sua picada até me arda! E noutro inseto menor, hospedeiro da forma do vírus da dengue possa me matar, mas isto se antes eu muito maior e superior não o acertar!

Mas naquele que um iletrado encerrado no sepulcro materno da sua ignorância e com um livro que mal soletra debaixo do braço a dizer que ali ele está, neste nem com a ameaça do fogo infernal, nem com a promessa solene do paraíso eu acredito!

4 comentários:

  1. Nobre Cavaleiro-irmão,

    O amigo hoje estava com a corda toda,chiii
    fiquei sem folgo a ler isto tudo,víxí mária,kkkk

    Bem e Mal-Luz e Trevas,são duas natureszas opostas,ou duas faces da mesma moeda Criadas
    pelo mesmo Arquitecto.Claro que Ele está em todos.Nem todos estão com Ele.

    Uns caminham na Luz,outros caminham nas Trevas.
    Nas Trevas,uns caminham por ignorância,outros por interesses maldosos.O mal que não se tem feito em nome de Deus!!

    Chegará o dia em que os Servos da Segunda Babilónia,terão de prestar contas e quem estiver por eles também!

    Espero que Ele esteja comigo,hoje 4ªminhas mãos...ui,kkk
    5ª outra sessão de esclarecimento,hummm,esta é dura,vamos ver como reage o eleitorado,kkkk

    Fraterno abraço.

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  2. Oi Júlio como sempre um belíssimo texto... complexo e ao mesmo tempo direto, comungo com seu pensamento ... neste, eu também acredito.... bjo

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  3. Júlio ! Cuidado que os "Macedos" podem excomungá-lo !...ou não ? Desse negócio parece que eles se esqueceram!...
    O texto está muito bom, embora foque um tema muito controverso e, sinceramente, se eu não soubesse quem o escreveu, diria que o autor, está prestes a se transformar em agnóstico.
    Parabéns pelo texto e pela frontalidade.
    Um abraço.

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  4. Nobre Dama-irmã,
    assim é.
    Mas apesar da corda solta kkkkk
    é um retrato do mundo.
    E é uma pena, com um horizonte destes.
    Conquanto um planeta choroso e uma civilização na UTI!!!
    Há crianças, cara Ana há crianças!

    Amiga Cristiane, obrigado pela visita.
    Só neste ue acredito.
    Só neste e olhe que por muitas estradas o tenho procurado...

    Caro Norton, se ainda não o fizeram os "Macedos" é por que não me conhecem...
    Agnóstico? dessa "gnose macedista" e semelhantes absolutamenete agnóstico "graças a deus"! kkk

    fraterno abraço a todos

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