terça-feira, 31 de julho de 2012

Força da Terra



Quem, como tu dona senhora Terra tem tanta fartura de frutos que dão vida tanto, que na falta deles vinga a morte?
Quem maior que tu arrasta morro abaixo avalanches e ainda assim segues sem ter importares com isso?
Maior que tu só mesmo a pretensão do homem e seus movimentos para te salvar que até sugere a quem não se engajar na luta que se mate?
Quer até salvar-te, sim e cria campanhas envolvendo multidões como se fosses uma bola miserável que precises da ajuda deles!
Bastaria que te respeitassem, bastaria que crescessem um pouco em inteligência e percebessem a tua grandeza e a pequenez deles!
E então bem faria esse homem se salvasse a si mesmo, bem faria que é para isso que a tu existes e serves de berço, mãe e Deus com os tuas leis.
Mas esse gigante de duas pernas e uma pretensão galática ainda não olhou no espelho, e se olhou não se viu, e se se viu não viu!
Mas nem vou dizer mais nada, dentre as infindáveis coisas que tinha para dizer a respeito da ainda pequenez do homem e da grandeza da Terra.
Pois a Terra não carece que lhe diga nada e o homem nada ouve, senão as suas próprias palavras.
Embora vote, e esse é o grande e grave perigo contra si mesmo, contra a humanidade e até contra a higiene do planeta... e mais não digo, embora ria um bocadinho por dentro, quando deveria mesmo chorar.

terça-feira, 24 de julho de 2012

AGORA


Prece ao Deus Menino
Intercedida por Nóbrega

Senhor, da casa do vinho,
Senhor da casa do pão!
De lá de onde venho ouvindo
Só tenho ouvido asneira e muita falação!

Senhor da casa do vinho
Abra-me essa porta
pra que eu possa entrar
Beber tudo sozinho, até embriagar-me,
até sem juizo, sem descobrir o caminho do paraíso e sem ter para onde voltar é que digo que vale a pena estar aqui... neste estado que não nem é lugar.
Nem é em cima nem em baixo, nem é dentro nem fora aqui onde é só agora.
E sem ter por isso também o que dizer, não dizer nada nem interferir sequer no vento se passasse o vento a ventar, mas nem há vento a soprar!
Há só aqui agora sem movimento para alterar a mansidão da noite com pouco e fraco luar, embora sem nuvens numa crescente ou decrescente lua muito pequenina feita rasa taça um pouquinho inclinada
que não indica chuva, num céu ausente, distante mas dentro de casa.
Sim, lá fora é isso mesmo e tenho de memória porque ainda agora o visse... muito azul, muito profundo céu azul índigo de ainda agora quando para o alto e silencioso até ao "caminho de Santiago" com os olhos subi...
Estrelas numerosas havia clareando longe, muito longe com um brilho azul profundo e exalando um cheiro de éter frio, distante... e no mais mistério pois ainda o homem não sabe quem segura no alto tudo que não cai ao chão e também chão bastante não há, que a tudo aparasse.  

sábado, 14 de julho de 2012

ORIGEM DO PENSAMENTO


Pensando como um trovador, diria que a origem do pensamento está ligada e na mesma medida à ordem de quem pensa.
A potencia depende da articulação e capacidade intelectual de cada um, sendo processado no cérebro, onde usa a energia única do plano mental relativo à dimensão em que se encontre o pensador.
E nessa condição, é claro que a outrem não é permitido saber os pensamentos do outro, mas ao expressá-los com palavras, atos e até em silêncio, quanto mais prolixo mais orgânico e concreto será o pensamento desse pensador.
Pouco importa se alguns muito bem trabalhados de intelecto pareçam brilhantes, mas continuam girando em círculos da quarta dimensão mental, mas ambientados na terceira dimensão astral onde tem sua forma e são aí guardados tais pensamentos.
Bem como, quanto mais alta dimensão e abstração mental mais sintético será esse brilhante pensador.
Mas existem hierarquias Superiores que por aqui andaram, juntamente com a Avatara de 1800,
e desceram com ele, a partir de 1963 começando a voltar desde 2005, quando já o dito homem da terra da hierarquia Jiva teve um acréscimo muito grande em sua hierarquia devido um saque contra o futuro, de modo que do Jiva –homem comum – ao  Jivátma – homem iluminado – é um pulo, dependendo de seus instrutores.

...

quinta-feira, 12 de julho de 2012

NOBRE DAMA





Descia a rua sossegada ao final da tarde, e até o sol já brando os seus raios refletia em sua cabeça coroada pelo tempo harmoniosa, e aos seus cabelos brancos dourava majestosos. Descia a rua sossegada, aquela mulher serena e prosseguia.

Aonde iria a nobre dama, aonde iria? E o que andava agora sorridente em seu coração a consagrar? Saia honesta até os joelhos, blusa branca de seda que ao seu rosto clareava, de cabeça descoberta que não tinha o que esconder nem ao que quisesse simular, descia a rua sossegada a nobre dama, sossegada e serena a caminhar.

Quem seria a nobre dama? Ninguém ousou lhe perguntar; e de cabeça luminosa levantada seguia altaneira e bela fêmea, passava sossegada essa linda mulher a caminhar.

Pela rua afora de espírito sossegado revelava o sorriso luminoso de quem cumprira a juventude consagrada e bem vivida, e porque ao seu tempo colorisse de bondade, olhou serena e com bondade ao triste semelhante maltrapilho que passava, e à cabeça inclinando em reverência docemente lhe sorrira.

Mas seguiu em frente! E ao voltar os olhos para trás ao triste mais uma vez olhou com doçura e de espírito levantado a nobre dama ao triste que ficava, sorriu mais uma vez, e mais outra.

Três vezes viu a dor silenciosa ao passar, três vezes olhou alguém tombado no destino enquanto sossegada, a nobre dama emprestava o bom olhar da compaixão.

Quem seria a nobre mulher, que ao descer a rua tanta admiração e bom dizer houve em todos despertado?

Na penumbra da tarde, ao longe desaparece por entre um clarão do sol poente avermelhado. E de seu rastro meio furta-cores muitas interrogações ensejava e até uma saudade longínqua, dela nascia e hoje habita o imaginário de quem a viu passar, para nunca mais ser vista.

E quem poderá dizer não ser agora alguma décadas depois uma linda menina de olhos morenos, incomuns, cheios de mistério longínquo e sereno? Tanto que ao sorrir de novo é sempre alvissareiro e nunca cansa olhar para ela?

Quem será agora esta criança? Será a herança imaginária daquele olhar longínquo, de cabelos brancos? Será o bendito fruto daquela altiva dama que pela rua antigamente a tantas mulheres ensinou a altivez na rua?

Quem será a criança ora presente e tantas mais que riem e alegram a quem triste passa por elas? Quem saberá dizer onde foi parar no tempo aquela mulher de bela lembrança altaneira que por aqui passara?
Ah, mas estas lindas morenas, mulatas, louras e todas as damas que ainda agora por aqui passam, a sorrir e a olhar!

É nobre não esquecer a nobre dama, que passou por aqui um dia! E como é gentil e animador vê-la agora nas crianças, a brincar!  

Pois quem quer que por aqui passe agora, nos renovará a esperança e a certeza de que a nobre dama nunca mais há de nos deixar, pois enquanto existirem mulheres, sempre altivamente ela há de brilhar, infantil!

quarta-feira, 11 de julho de 2012

ONGS


Caros amigos e amigas, o Brasil vive uma febre
de ONGS!
E a maioria, de boca aberta fica à espera que caia por ali
uma graninha, do contribuinte.
Todas fazem projetos sem conteúdo nenhum, todos querem
ser artistas, sem saberem sequer o que é arte.
O Brasil vive o fundo do poço da produção e quem produz virou realmente
o grande inimigo.
Que bonito é isso! Mas São Paulo paga a conta, repassando, só o Município
143 bilhões e recebendo 2 bilhões de volta.
Mas um dia, isso tudo acaba.
A farra dos parasitos tem os dias contados.
Aliás, esse tempo do faz de conta e falsos valores, acaba de ter decretado o seu final.
Foi num dia quente, ao norte do país, que uma estrela reluzente
e chorosa anunciou o fim de todas as farras, e os inocentes úteis
perderam a validade do prazo.
E foi assim: ou a inépcia mental paralisou as mãos desde sempre inábeis,
ou delirantes viram "pipoca na lua"...
Este pequeno conto tem a marca do desassossego,
leva às bocas covardes um sabor amargo,
às mentes embotadas confusão,
mas nas entrelinhas revela eflúvios de esperança!
E isto é muito mais sério do que possam imaginar.

terça-feira, 10 de julho de 2012

LPD pode ser uma sigla caótica?




Sim, quando perfiladas as letras e seus predicados estiverem claros.
Então CURTO, GROSSO, na medida certa e sem controversa,
Senhor Guido e senhora Dilma, ministro e presidente, desde já repudiando a lei
que a senhora fez e afaz presidenta, mas por ser de curta duração, pois efêmeras
são por regra todas as aberrações que tentam enfiar goela abaixo do povo, essa passa,
pouco importa se criarem esdrúxulas leis para jogar no lixo, pois sempre passam!
Exatamente com a senhora que nunca foi presidente, passará.
Embora simulacros de estadistas, tanto um quanto outra dando forma ao LPL caótico:
Ludibriando, Prometendo, Depredando.
Essa doravante será a marca de quem fizer isso, e quem muito mentir,
e um pibinho de nada todos os anos, a mentira  de que o próximo será de 300%
vindo a ser cada ano pior, sempre um pibinho de nada,
e ainda assim debitado na conta do povo a quem endivida, 
forçando a barra e  mandando comprar carro novo, que o governo garante e a caixa financia,
mas o tolinho que acredita é que paga a conta, polui o ar e reabilita as montadoras quebradas lá
e dá  lucros de outro planeta aos bancos também cá, mentindo, por fim, o tempo todo.
Por isso senhor Guido e senhora Dilma, chega de papo furado e fingimento!
Deixem o Brasil em paz, dentro de suas limitações e misérias!
Ao negá-las se escondem, e isso à custa de um preço muito alto, na TV,
com gente bonita e tal, mas ainda assim são sempre os astros da turma!
Por isso chega de fingimentos e parasitas estatais, parasitas sindicais,
chega de inocentes úteis fingindo dar aula e alunos fingindo apreender,
muitos contentes com uma esmola, com a falta de escola ao escurecer!
E que tal os parasitas sindicais fazendo ameaças, querendo libertar à força as quadrilhas mensaleiras?
E até quando ainda todos sob o comando ainda de um órgão biológico, 
ou pouco mais que isso, num organismo andante, falante e um laboratório psíquico de ódio, 
mentira e ambição?
Se esse homem existe, é certo que esse homem é uma maldição, para a evolução humana! 

segunda-feira, 9 de julho de 2012

DEMOCRACIA




Já tive a ilusão de que numa democracia, o povo tivesse realmente os seus direitos respeitados. Mas vejo hoje, com tristeza, que a democracia serviu apenas para oficializar as ditaduras de governos de esquerda, tanto quanto os de direita; incrivelmente sempre em nome das liberdades constitucionais, garantidas pela carta magna à qual rasgam e jogam no lixo, como à nossa fazem agora.
E a grande farsa repousa na esquerda branda nos países de terceiro mundo, tal como acontece no Brasil, onde recentemente um presidente proletário foi eleito por um partido de esquerda.
Rodeando-se de fantasmas, como ministros e outros predadores denominados pelo Ministério Publico Quadrilha são tão nefastos e fazem tamanho mal á nação, que se deixarem apossar-se-ão da não só da nação toda, mas todos os cidadãos a quem farão escravos!
Incapazes de perdoar até o que não tem nada a ser perdoado, há entre eles covardes, muito covardes que no pretérito entregaram os seus próprios companheiros, em momentos de apuro! Entretanto, estão aí fazendo brincadeiras como projetos de lei; e quando são descobertos com os dentes no queijo, dizem que são apenas ensaios e quem vai decidir é a sociedade, ou que sempre foi assim.
Falam muito em todas as linguagens e até na mídia, tentando passar a impressão de julgarem a sociedade e as classes organizadas pelo mesmo nível deles - despreparados institucionais e de civilização primária quais são- e não sabem, por exemplo, para que serve a honra, o caráter e a moral, nem o que é a constituição; e muito menos os valores democráticos conquistados a duras penas ao longo do tempo por movimentos organizados e pacíficos, não como eles fizeram, com bombas e mortes de inocentes na cega ira movida pela inveja de implantar a ditadura do proletariado.
por isso a imprensa livre acusa-os de estalinistas, ditadores e outros qualificativos semelhantes, mas não é só isso que eles são.
Em termos de gente são eles metade do que devem ser pessoas inteiras, e tão absolutamente despreparadas e ignorantes eles são que, metades quando muito em relação às bases primárias de uma sociedade regida por leis, que eles, arrogantes nem sabem para que sirvam!
Teve o outro governo anterior um “japa”, que para terrorista só falta coragem; este deveria ser o mais entusiasmado com a ideia de sabotar a democracia, para impor um regime estalinista.
Conquanto a ele faltasse até um mínimo de beleza para ter qualquer tipo de crédito aparente, já que a coragem é um atributo muito acima do estágio em que se encontra, juntamente com todos eles, apesar do esforço de parecerem o contrário ou normais.
Há de se destacar que os predadores podem e normalmente fazem sabotagens, pondo os opositores e até seus companheiros em dificuldade; principalmente quando o responsável pela pasta é um artista, que pode sonhar e andar iludido de que é um depositário de cultura universal, mas passou! E suas ideias também passaram, e as que não passaram foram sepultados com todos os griôs!
Ainda andam às turras com a lei do áudio visual e de imprensa, e pelo clamar das classes envolvidas devem estar querendo criar um órgão de censura, para evitar que se revele o que eles não gostam.
Esqueceram-se de que a Albânia e o seu regime totalitário não existem mais, ainda que o satélite de Cuba ainda respire juntamente com pequenas  republiquetas de bananas, com as suas cancerosas chaves! Mas o vizinho da ilha em luta para manter as aparências democráticas deixa escapar as deficiências de toda a ordem, e até a alimentação fraca e a vida miserável desmascara o que as leis da mordaça tentam esconder, faltando até papel higiênico, onde eventualmente nele se poderia escrever um grito de socorro que chegasse fora da prisão.
Mas é mesmo verdade que nem direita nem esquerda nem política nenhuma combate a fome, e esses senhores do PT que abram os olhos, que o rigor ainda espera a hora de impor sua espada, sobre as suas cabeças! E não será um jurista estrábico acostumado com as técnicas de uma prática “dinheirista”, quem vai dizer o que uma nação pode e não pode fazer.
Se eles não conseguem conter e sequer minimamente diminuir o nível de violência, o que fazer? A democracia tem um custo muito alto para quem não teve uma boa educação, nem um mínimo de decoro nem vergonha na cara. E isso resulta em desrespeito às oposições, sejam elas quais forem, resulta na falência das escolas, da segurança etc. embora a propaganda caríssima mostre o contrário e um brasil maravilha que vais vertiginosamente descendo ladeira abaixo e já é de longe o pais mais corrupto do mundo.
Mas quando as opiniões divergem e nesse divergir o bom senso e a luz guia os passos do povo, rumo ao novo, está bem, muito bem! mas às vezes na tentativa de acertar elege pessoas mitológicas... arremedos de estadista, mas meros órgãos falantes e andantes é o que são e ele é, em vez de homem medianamente sério, fosse até de caráter comum, mas nem de mínima formação e minimamente educado ele é, muito menos ela, que deixou em seu lugar.
E a questão não se resume ao fato do chefe supremo eleito ser iletrado, mas principalmente por faltar-lhe a clareza na hora de escolher de quem cercar-se para governar, quem é honesto e que é criminoso e ele optou por este e nem imaginou qual seria o melhor a quem apoiaria, para substituí-lo.
Ainda que a nação reaja a esse e tantos outro golpes e exporte e a iniciativa privada se recupere, nada tem a ver com atos desses governos, e o mérito cabe exclusivamente aos empresários; aliás, muito fará qualquer governo quando não atrapalhar, já que nem o aumento da carga tributária foi capaz de reverter a tendência de crescimento, desta nossa nação que está entre as mais ricas do planeta em solo, água, sol e povo.
Sim, é verdade que o país é maior do que o senhor lula da silva e sua boneca, e nem eles com todos os seus golpes, limites e ajudantes vorazes são capaz de impedir o crescimento, desta Pátria destinada a comandar os destinos do mundo.
E naturalmente estes desgovernos não vão dar conta de punir os corruptos companheiros engajados e em seus ninhos de serpentes! Ao contrário, sabotam as iniciativas da justiça em andamento para punir os culpados, não só dos bingos, deltas e outros crimes de mensalões! Mas por certo, pelas denuncias o pessoal do alto escalão tem o pé nessa mesma lama e então quando pior melhor; e a pizza já teria ido ao forno e o vinho servido aos convidados?
Porém o mais estarrecedor é verificar a fábrica de crimes que esse desgoverno promove, pois já os bandidos são pagos para matar, e para isso receberão a bolsa presidiário de 900 reais, enquanto trabalhando receberiam apenas 610 reais de salário mínimo, honesto.

sábado, 7 de julho de 2012

Nova Canção


SER

Temos que ser, não importa o preço,
o que é você, e o que eu sou!
Mas isso tem um preço,
E esse preço já determinou,
Não importar quanto para ser você
Tenha de ser desagradável,
Inconveniente, até, mas você, até palpável!
Mas também ser inclui nem sempre
Andar cheiroso por aí
Mas impõe estar na terra e a viver seguir!
Pouco importa contra todas as correntes.
Contra todas as marés
Ser e sentir, apesar das regras,
Além de todas as fés!
E só aqui agora e muito sinteticamente
Com poucas palavras.
Ainda que à custa de ilusões
Ainda que à custa de quimeras!
Mas sendo você, ouvindo canções,
Tendo manhãs, esperançando primaveras...


segunda-feira, 2 de julho de 2012

HORIZONTE II



Ainda o horizonte exerce muito forte fascínio em mim, mesmo aquele aspecto concreto do relevo ao escurecer, quando o sol se põe e a imaginação cria a sua obra abstrata.
No meu caso, devido a minha natureza anímica fortemente acentuada com as emoções de caráter melancólico voltadas ao passado, para lá sempre retornam.  
Deste meu temperamento prisioneiro, raramente eu bebo na fonte da alegria; mas quando o ambiente predispõe-me a ensaios dessa natureza anímica, melancólica, procuro um lugar mais reservado.
Nem sempre nesse lugar choro; e quando choro nem sempre é de mágoa; e até muitas vezes choro de êxtase; mas até o meu êxtase é contido e moderado.
O que não é a minha ira, quando indignadamente com veemência e cólera ponham-me a esbravejar! E não me arrependo da fúria nem minha consciência me acusa de que errei a dose da minha ira.
Os elementos anímicos com os quais lido em meu diuturno modo de viver são deveras fruto real do meu longo caminho, pelos desertos desta e de muitas outras vidas que já vivi.
Os meus elementos devem ser observados por vários e diferentes pontos de vista, já que o olhar do analista está fora e simbolicamente consulta a lista de estatísticas de que disponha.
Nunca será, todavia um retrato fiel de nenhuma outra alma, quando à qual eu próprio à minha jamais poderei revelar, por absolutamente ignorar em essência o que ela seja,  que dirá um analista!
Nem profundamente, porque a memória dos neurônios e a memória das partículas anteriores às células guardam modelos mentais e anímicos, indevassáveis até para mim.
A esse outro horizonte ouso às vezes visitar, mas raras vezes as janelas estão abertas de modo que se leia a história aí escrita, pois, muito bem guardada, ainda que passe e vá sempre de reino em reino se revelando.
E então o que dizer das histórias já gravadas nos elementos químicos? Essa informação é que fascina o horizonte histórico; e porque se não o possa desvendar, ocorreu-me eleger essa quase impossível tarefa o elemento primordial a ser descoberto!
E reside então nessa ainda impensável possibilidade uma das causas de minha mais profunda acefalia e também o maior desafio; e, naturalmente o seu sintoma externo – é a melancolia.  
Diante de tantas janelas, já sem falar em horizonte, como serenar a consciência diante de tamanha limitação do conhecimento, e ainda dentro de um sistema cerebral embrionário, com todas as infinitas janelas por abrir e quase todos os neurônios por iluminar?
Sócrates quando do seu “só sei que nada sei” teria imaginado essas janelas?  De qualquer modo, o horizonte em que ora e sempre miro e não o compreendo porque desapareça quando dele me aproximo, é e sempre será o Graal. (O meu Graal). Sem deixar de reconhecer que ao verdadeiro Graal não se pode mirar com os mesmos olhos, se ignorarmos outros horizontes invisíveis a olho nu; mas que desafiam e cumprem a sua função silenciosa, cumprem.
Não há então nada mais próximo da arte, que um horizonte; seja aparentemente concreto e revestido de cores douradas ao anoitecer, seja apenas a imagem de um vir a ser.
Bem, assim aos poucos vou decifrando o antigo desafio que já tanto fascínio causou ao meu olhar, e assim muitos horizontes nascem e lhes dou boas vindas pelo desaforo de fugirem de mim.
Ainda que estrelas desafiadoras pisquem rapidamente em formato de janelas luminosas abertas no céu do maior horizonte, ou uma nuvem passageira que se dissipe em água, ou até efêmera com o vento se desfaça em vapor não cumprirão outro código senão de não responderem nada, mas ainda assim sempre lhe dou as boas vindas.
E desafiando a quem queira desvendar-lhe o derradeiro destino, desse horizonte eu sei que é um caminho que não tem fim.
Há nele janelas e aves que voam e depois do voar voltam ao pó, quando outro horizonte leva ao outro e esse a outro numa roda interminável; e é assim que o meu coração chora!
Mas já não sei se de tristeza ou de alegria, diante de tamanho mistério e de tanta fantasia de horizontes! Mas é muito sério e a cada volta nasce, nasce sim, e a cada roda que gira outro e depois mais outro e vai girando, girando sem  fim.