sexta-feira, 31 de julho de 2009

Mas a Homegem é ao Poeta...

RESPONDENDO A UM AMIGO QUE POR E-MAIL FEZ E FARÁ PERGUNTAS...

A minha poesia pessoal à qual poeta algum iguala está no ritmo do ar que respiro no alento que esse ar oferece e no ato do eu ser existindo o momento, o cheiro, a cor, o som e o sabor que a mim cabem sentir e perceber.

Qual seria depois dessa o meu estilo? Influência, referência? A língua no que em si congrega...

Depois os gênios que nela navegando e a esse navegar chamar se possa lusofonar: E então Camões, Pessoas, Torgas, Florbelas e tantos mais, mas nem tantos assim, e João de Castro Nunes vivo e meu amigo virtual, mas se entenda o virtual como esfera e como esfera universal encontro...

Terá sido isso lá no silêncio, pelo cavalgar?
Será, será causal de causa ou casual, por acaso?
Definitivamente jamais desse modo que o acaso tal o tempo não existem...
E embora finitos e passageiros cuja morte às formas ceifa: a forma edificada como arte se mantém liberta desse ciclo e no éter, no AKASHA UNIVERSAL, para celebrar a velha mãe Índia... Pois nessa esfera atemporal gravada aí, vai...

Então vai além das misérias das esferas políticas, desse estágio lamacento onde vivem tantos e todos os que para aí arrastados foram e vão...
A arte verdadeira não permite fraudes, nem repousa encoberta pelo pó, numa prateleira nem em códigos acadêmicos para expô-la artificial!

Viva e tomando corpo terá de ser vista ao se expor nas cores, sons, ritmo, ainda que estática no espaço; com cânone e se em verbo, exercida, com palavras a poesia...

Mas eu não tenho estilo, pois não sou poeta!

Nem proseador, mas ao que sei e não sei como perguntas faço, com dúvidas pergunto; “caso acaso” souber e ensinado posso ajudar, sem falsa modéstia ensino...

Todavia não como mestre, mas como discípulo que o serei sempre...

Porque por aí quem fala ao que fala nunca o faz senão for também por amor...

Ou profunda indignação com os desmandos dos GRANDES TOLOS que governam as Américas...

Amoroso? Amoroso eu sei que eu sou na mesma medida do que tenho ciência conhecer-me.

terça-feira, 28 de julho de 2009

UM BOM COMBATE

Travei um bom combate. É tempo agora
de, próximo do fim, fazer as malas
e no porta-bagagens colocá-las
para a qualquer momento me ir embora.

Quer dentro de fronteiras quer lá fora
o meu país servi, travei batalhas
nas áreas do saber, não quis medalhas,
deixando uma família... que me adora.

Reveses tive alguns, porque ninguém
se encontra livre de na vida achar
pessoas que não trazem mais que azar.

Tudo, porém, foi compensado e bem
pelo maior amor que alguém já teve
e para o qual a vida foi tão breve!

JOÃO DE CASTRO NUNES

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Desvendendo os Mistérios

Quando, por quem e aonde será o mundo desvendado por dentro e por fora, de modo a ser compreendido por todos os homens em a sua natureza física e metafísica?

Terá os limites determinados pelo homem?

Então vejamos o homem como síntese do que vem delimitando o seu entendimento, Dscobrindo-se no mundo, pelo que lhe tem sido ensinado ao longo do tempo servindo de suprema regra...

E o que é em síntese a suprema regra?

A esperança dessa regra está no alto do que julga seja o maior bem, que é ser feliz.

Mas ninguém sabe ao certo quem a primeira vez ensinou que o destino do homem é ser feliz.

Como não conhece esse primordial instrutor, é natural que também não saiba o que é a felicidade.

Embora o homem tenha noções da paz e da guerra, distinga razoavelmente o belo e o feio, sinta de algum modo tristeza e alegria, e saiba satisfatoriamente da confiança e do medo... E assim vive num enredo entre um falso deus e um falso diabo.

Transitando nessa esfera mediana absolutamente incapaz de de ascender desde aí à razão plena, o que seria afinal ser feliz?

Ah! Saciar os seus instintos e paixões... A gula, por exemplo, num banquete, ou mesmo numas comidinhas e bons vinhos, ou até uma cachaça?

É! Assim permite que este furor ou primária sensação se espalhe na dimensão das paixões e prazeres gerais!

Ah! Essa a sua felicidade, com mais ou menos requinte e variações “culturais”?

É pobre esse homem, não acham? Muito pobre!

Mas enquanto outras dimensões e zonas cerebrais não desabrocham ei-lo todo festivo à mesa, com os amigos, comendo, bebendo e rindo!

De repente saem todos correndo para a rua, quando explode uma bomba.

São guerrilheiros totalitários querendo impor um único partido e uma única qualquer coisa...

Em nome de um deus humano armado até aos dentes num verdadeiro diabo, e eles querem restaurar esse ditador deposto no estrangeiro.

Ah! O homem vê de perto a face da guerra e sabe agora que não há paz definitiva.

Mas ainda assim quer ser feliz, porque aprendeu que deve ser feliz, mas não sabe o que é a felicidade porque desconheça o outro...

Ah! Feliz! Mas o que é ser feliz?

A paz é outro predicado indispensável à felicidade, mas escusado é perguntar, ninguém sabe o que é.

Quanto a Deus, quase cada um tem o seu coletivo particular, embora o negue por absolutamente desconhecer ao seu Deus pessoal...

Interessante é sem dúvida como esse homem concebe Deus!

Se por absoluta ignorância o teme, com poderia conhecê-lo melhor?

E acha mesmo que temer a Deus é o princípio da sabedoria?

Nunca um conceito foi tão frontal e contrário à natureza divina que temê-lo, como principio de sua sabedoria.

Deus enquanto “Substância” seria uma ideia próxima de um entendimento mais profundo, mas esse homem que o teme e deseja ser feliz sem saber o que é ser feliz porque desconheça o princípio da paz, como o desvendará?

Por isso até o nega em si, para adorá-lo numa prateleira, num livro ou num beco qualquer onde se abre a cada minuto uma nova igreja com o caixa vazio, mas que logo se enche...

Esse homem está infinitamente distante de si mesmo na mesma medida que está em relação ao Deus, porque o tema e evidentemente o ignore na sua mais pura simplicidade...

Embora ande ao seu lado... Mas ao que de ruim lhe acontece é mais fácil atribuir a um outro falso Diabo...

Isto naturalmente devido o desconhecimento do caso da Substância ou Deus ideologicamente plástico, dentro e fora de todas as coisas, portanto.

Ah, mas esse homem quer ser feliz, mesmo não querendo abrir os olhos e os ouvidos e se recusar a ser ele mesmo!

Bem, então caso o mundo vá sendo desvendado pelos critérios e crenças desse homem, como será o mundo real?

Será o mundo real um eterno desconhecido, e o mundo desvendado e “conhecido” outro absolutamente finito e passageiro.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Ao meu amigo Poeta que hoje se chama João.

Outro nome deverá ter tido, certamente, mas ora é João... Yohan... Iocanã Arauto, Senhor da Palavra, Anunciador...

Poeta de seu tempo, da família em generosa prole de filhos e netos...

Depois do mar das tormentas atravessado e já nas terras onde o ninho pátrio fez, o professor ousou sonhar...
Ousou ultrapassar as portas da academia e ainda nelas se fez honorável Doutor.

E que Iocanã, não é este João!

Mas desta vez sem perder a cabeça ao permitir-se fonte e deixar jorrar poesia do alto desse Ser, que até de espada e um cavaleiro à palavra ousa dar cor, som, melodia e um sabor estranho e magnífico também.

Quem diria que tal aquela antiga voz ceifada e na prata da lua em sangue retratada
neste ritmo e maestria aqui ora andaria?

Benditos os Iocanãs, os Poetas, as Bocas do Homem por onde se reproduz o som dignificado numa língua...

E que língua, não é esta Lusa!

Glorificada seja Ela e as suas palavras, e malditos aqueles que a profanam e num beco escuro tentam jogá-la!

Mas que vontade de rir, pois um só dos bons num dia arranja com ela mais arte do que lixo multidões de profanadores geram num ano...

Ainda bem!
Ainda bem que tenho vontade de rir e rio-me muito!

Porque não haveria de rir, se o sagrado de todas as coisas se mantém intacto e fora do alcance dos brutos?

terça-feira, 21 de julho de 2009

Depois de amanhecer sem novidades cá na terra...

Mais um dia entra pela noite, porque o sol se esconde e faz trevas a um lado escuro
no planeta...

Um dia mais que se vai sem sair do lugar. É tempo a fingir de girar
junto com a terra a chorar de vergonha.

Qualquer coisa mais que se fingiu de viva forma edificar, e sem nunca existir
permite ainda assim se minta em seu nome e de verdade até outra guerra se faça.

Desce a noite dos tempos e os tempos remotos remontam
ao passado e vem a saudade, rude, quase instintiva, porque vestia simplicidade.

Mas é este de agora um tempo soprado inconsistente, passante, inacabado e sem existir de verdade em feitos civilizadores...

Vai num ir a passar e aos valores se escondem e aos horrores se propagam aos quatro cantos, bem alto, eloquentemente sorrindo e a cantar.

Tempo mentiroso que permite ao inútil, fútil, vaidoso mentir e fingir de ser generoso e gente de outra gente da elite, ungido que até o mal e o crime permite...

Para além de qualquer medida mínima que dignidade aceite...

Mas é a invenção do homem com dez e até com nove dedos que igualmente à mentira do feito e à sua miséria mental juntamente com o desvio moral guarda em revelado segredo.

Num momento em que tudo ao fim é um nada, fruto da inteligência humana ausente.

Pois surdo mudo e cego é este homem uma piada de tão mau gosto, que o desgosto degusta o amargor na boca e na alma.

Mas há poetas
e
(Ser Poeta
é ser.

Ser é existir já como valor universal, humano.
E a arte a sua voz mais clara e nobre.

E a mais rica e bela das artes é a palavra...)

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Na falta de Um Soneto...

Caríssimo amigo, minha boa amiga, a roda da fortuna gira sem parar e ao girar na esfera da fortuna material, juntamente com ela gira muita hipocrisia, muito “faz de conta”, falsos sorrisos e tão mal encenado “te amo” e tão ilegítimo!

A amizade verdadeira, qual tartaruga se recolhe na carapaça. Não por medo do sol, mas para se proteger dos "amigos".

Pena é que o velho tempo das coisas dos ontens e das “deixadas” para depois, passou.
Pena muito maior é ver que quase ninguém viu que passavam.
Imagine, pois se dependesse o tempo do olhar de quem olha e não vê, se ele sequer existe!

Caros, é tempo psíquico do balanço dos bens...
Aqueles muito pesados, exceto as obras de arte, na medida do peso nos pesam.
Pois já pensou, meu caríssimo se o “amar a Deus sobre todas as coisas” e essas coisas se resumam a um pequeno quintal, com meia dúzia de galinhas ciscando?

Pobre, desse Deus, posto assim acima de um pequeno espaço e casa de algumas galinhas, com o resto do universo todo para seguir caminhando através dele!

Mas, como diz o ditado, "Deus não ouve os loucos"; tendo-se por loucos aqueles acometidos pela cegueira da ignorância.

Sabe amigo caríssimo, saber que não sei nada deixou de me atormentar e causar peso.
Ninguém sabe mesmo nada!

Mas saber distinguir "os nadas pesados" urge que se aprenda, para deixá-los à margem das transformações mais leves.
Fraterno abraço
Júlio

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Lusofonar em ritmos ultramarinos.

Ao norte de um país continental chamado Brasil, olhando o céu, a Leste, que é para onde está voltada a porta de minha casa, que neste exato momento abandono e sento no meu computador...

Retenho na memória o céu incrivelmente azul, estrelado, e não deixa dúvidas quanto a minha insignificância perante o Universo.

Ainda bem que eu concebo já o Universo! Ainda bem!

E o país continente, embora gigante, não obstante um anão presidente, o que significa em tamanho e eternidade?

Pouco ou mesmo nada, exceto pelo pulsar do momento em que um coração metáfora cheio se sentimento pátrio exalta a vida que por mim corre nas veias lusitanas.

É quando a pequenez se agiganta no reconhecimento da figura de um Vate Lusitano, que ainda há pouco conheci.

Poeta de um tamanho e de um estilo cuja envergadura só as grandes, mas os grandes desses que somam tão poucos que de uma mão os dedos ultrapassam o número deles.

Acho eu que por ser pequeno, e essa condição me dar o dom de conhecer os grandes o “encontrei”, naturalmente por “cavalgar” ou mesmo ir de marinheiro, quando por aí brigava pela lusofonia e o li, maravilhado.

Tão grande que os pequenos em todos os sentidos pensando serem grandes suas fúrias sobre ele descarregaram...

Mas aqueles, pequenos realmente, não com eu, que me sei dos pequenos, mas como tolos que se sonham reis e rainhas... e seriam meros bobos da corte, se houvesse corte! Como não há, nem sei o que serão.

João de Castro Nunes é o nome do Filólogo, Filósofo, Pensador e Poeta Lusitano dos quatro costados, mas que eu gosto de chamar dos Quatro Metais...

E o que serão os Quatro Metais?

Matéria de consulta nos anais do conhecimento universalizado.
Mas aqui há saber e não é mera metáfora retórica, embora seja metáfora na essência da envergadura real de um ser digno de se chamar Homem.

Isto ao norte deste meu país desgovernado, quando sinto o pulsar pleno de um coração vibrante... e só por ele reafirmo valer a pena estar aqui.

Não pelo que aprendi, mas por tudo quanto ainda posso aprender.

É verdade que sou mesmo pequeno, mas tenho o dom de reconhecer os grandes seres.
Segredos? Sim, alguns: O fundamental de todos é ter consciência de que sou um discípulo...
Eterno discípulo.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Entrecortados Pensamentos

Amanhã terei apenas o que faço hoje, assim como também só o que penso agora em modelo semelhante e idêntico. Nada, além disso.

Caso eu não passe o tempo olhando para trás, fitando o passado já finado e morto.

Ou caso acaso alguma coisa nova absolutamente tediosa não me ocupe o pensamento, e isto não há como evitar observando-se os senhores do Poder a mentirem descaradamente.

Apesar de serem mortos vivos, estes rapazes da velha república que por aqui andam agora.

E não é que, por isso, entrecortados pensamentos vêm-me assim em rápidos e curtos períodos!

É algo parecido e semelhante a espinhos globais, invisíveis, injetados no inconsciente coletivo por escândalos públicos, que vão levando à ruína moral a nação.

Entrecortados pensamentos mostram-me ainda um panorama em que as cenas do dia a dia revelam a incerteza entre o certo e errado.

Ninguém sabe mais ao certo o que é certo nem o que é errado, tal o clima que se instalou na república das bananas e da cana de açúcar e outras riquezas que estes senhores transformam e contaminam.

Aliás, têm razão os defensores do álcool, uma vez que moderado e mais leve próprio para o consumo humano, como cachaça se bebe; e naturalmente como etanol se queima nas máquinas, muito eficientes na fabricação de monóxido de carbono.

Mas o que essa gente proletária não sabe é que, as moedas que desviam às “toneladas” pela calada da noite estão com os dias contados, e as terras aos milhares de alqueires de origem duvidosa, também.

E engraçados são os ratos tentando achar um buraco no esgoto, que por falta de manutenção pública estourou.

Mas realmente engraçadas são as cenas criadas pelos pensamentos entrecortados... Dá uma vontade de rir!

Ou chorar, pois chorar é o que farão esses rapazes que ora riem muito com a alta popularidade... Ainda mais vindo ela de onde vem!

Pensamentos entrecortados... (riso)

Ratos de cartola e sapatos de cromo alemão e as ratas vestidas de vermelho dançam na casa da luz vermelha.

Num passado, não muito remoto, a casa da luz vermelha era uma pequena zona...

Hoje tudo é grande... Como tudo cresceu!

Entrecortados pensamentos que trazem entrecortados corações.

Entrecortados corações.

Encobertos pelo medo de perderem a esmola e pela côdea que recebem incógnitos: Zé, Luiz, Inácio... das batatas e das mandiocas que se perderam e são tantos!

Mas o da silva proverá rede para dormir e farinha para comer... Ah, sim, uma cachacinha, também!

Somos ou não somos a república da cana e das bananas?

E afinal quantas bananas ao dia cabem a cada cidadão brasileiro?

E cachaça quanto se pode tomar, descontando os litros queimados puros ou na gasolina?

Pensamentos entrecortados só fazem perguntas!

Só fazem perguntas.

Conquanto seja assim mesmo e sem ser uma forma nova de o dizer, que, aliás, eu de nenhuma forma digo mesmo qualquer coisa.

De nenhuma forma não digo mesmo nada.

Vejo apenas entrecortados corações de paixão a baterem e a luzirem à noite
em pura ilusão.

Ilusão da noite dos tempos proletários no final de um ciclo “apodrecido e gasto”

“Apodrecido e gasto”

Mas certamente vê-se já amanhecendo um novo tempo, quando reencarnam grandes almas, que antes foram condenados à fogueira (da santa inquisição).

E também muitas outras almas que escaparam disfarçadas de batina preta e até de púrpura cardinalícia envolvendo-os por fora, mas naturalmente vacinados por dentro.

São afinal reencontros e despedidas que se sucedem a cada passo que é dado pela humanidade.

Mas como as dívidas ao Planeta se tornaram impagáveis, desconfiado o Planeta cobra.

O Planeta cobra.

Já por cá, na república da cana e das bananas, o povo até come uma farinhazinha, mas já vem misturada com muita sujeira; e às vezes até veneno.

Tanto a comida da alma, pobre e corrompida pelos proletários - pobre comida da alma – quanto à comida da boca, resto do resto dos rapazes da velha república, que insistem em manter o lixo nas ruas, as filas nos hospitais e em criar um novo imposto, e as caras no vídeo a rirem muito...

Ou gesticulando enérgicos em dramáticas cenas, mas ao aumentar-se o áudio até a língua e a estética da palavra sem conteúdo são aí cruelmente assassinadas.

Sem conteúdo são aí cruelmente assassinadas.

Pobre língua e pobre tudo, que estes rapazes proletários tocam!

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Quem somos nós? (Balada da saudade do tempo em que sonhava...)

Somos o quê, quem, quando, onde?

Ah, se não viesse o tempo e levasse as nossas florzinhas, dos sonhos de ontem!

Ah, se não tivéssemos memória, e o agora não nos mostrasse as lágrimas por nossas pessoas queridas, que vão se apagando por dentro, na mesma medida em que por fora se apegam às tristes e inúteis quimeras!

Ah, se isto não fosse tão verdade com é, e por elas eu não chorasse ainda!

Mas a quem socorro pedir, se quem ouve e tanto bem se lhe quer não quer ouvir?

De que me vale um eixo, de que me vale o equilíbrio e ser simples, se a quem se ama não serve para nada?

Pessoalmente viver em paz e singelamente só para mim é muito pouco, e nem o quero mais assim!

Mas se o mundo ruindo e insanamente rindo uns senhores insanos comandam o mundo, a quem reclamar, de meus danos?

Desgovernado e sem lei, pois lei sem força entre os brutos não se impõe justa e branda?

E o que então dizer se nem aos meus posso falar o quanto sem sentirem se apagam por dentro, aos poucos, e o sonho tão belo de ontem, se vai hoje cobrindo de embalagens vazias, caixas de papelão mofadas, papeis com letras mortas, e recordações tristes de apegos a inutilidades?

No mais?

Em meu horizonte ontem tão nítido e eu nele presente, seguro, sóbrio e confiante, hoje interrogações sem resposta diante da impotência imposta pelas fatalidades humanas, estranhamente muitas dessas por causa de ouvidos fechados, em vez de ir com eles alerta!

Mais estranhamente, são mesmo as muitas bocas falantes... E até uns reis passageiros a caminho de se tornarem messias... Mas como podem falar tantas asneiras e heresias?

E até espantosamente riem estes senhores por que sejam tolos e mentirosos, ou por nem desconfiarem da tamanha burrice mentem e riem, para si mesmos?

Naturalmente também para os inocentes úteis!

Conquanto porquanto e, contudo, é mesmo este o mundo de hoje, com quase sete bilhões de humanos!

E destes a coletiva Humanidade – uma unidade – e não é que uns reizitos pequeninos desses que pouco mais que ratos cumprem andar no mundo... Querem se intitular donos dessa uma - unidade?

Só porque aos mais pobres, primordialmente de espírito, dão esmolas e eles agradecem votando?

Ah, Deus, onde reencontrar o meu perdido eixo com pelo menos os meus queridos entes dentro dele!

sexta-feira, 10 de julho de 2009

SABEDORIA ORIENTAL

Tendo um dia perdido o seu machado,
um certo camponês logo pensou
no filho do vizinho, a quem achou
com todo o viso de lho ter roubado.

Bastava olhar para ele... para ver
que tinha mesmo cara de ladrão,
passando a espiá-lo na intenção
de eventualmente o vir a surpreender.

Acontece, porém, que em dada altura,
por mero acaso, em meio da verdura
perdido o camponês o descobriu.

E logo, acto contínuo, concluiu
que o filho do vizinho referido
jamais tivera... cara de bandido!

JOÃO DE CASTRO NUNES

terça-feira, 7 de julho de 2009

Indagações com as pardes...

Seremos nós, seres em evolução?
Física, emocional e mental, certamente!

E em dois tempos: No primeiro tempo evolui o físico e a alma, compreendida esta como emoção e razão, em raras exceções, e de uma forma meio instintiva, na melhor das hipóteses alegres, e rindo muito.

No segundo tempo a evolução física adota o caminho inverso de renovar-se, e o processo é agora a decadência...

Deveria ser o momento de priorizar a alma como o foco supremo da evolução!
Deveria, sim, e lustrar pela vigilância dos sentidos às emoções, deveria!

Já mentalmente nem é preciso comentar. Pois é a hora de nos conhecermos melhor, calando as paixões.
Ainda que apenas ouvindo-se a razão, já que à intuição! Somos muito machos para acreditar nessas coisas!

Machos e sábios! Intuição! Que é isso?

Mas deixando as ironias de lado, é hora, nessa hora avançada, se antes não foi possível romper como esse “sabe tudo” e machão, ou heroína, e olhar do lado.
Entenda esse olhar do lado cada um como lhe convier entender.

Entretanto, já alguém olhando de lado estando no palco e ouvindo o som que reverbera nos canais de comunicação...e sendo o narrador, surge à sua frente num cenário novelístico, como um fantasma invadindo o palco...

E indignado com as cenas, vê surgir numa fumaça cinza opaca e muito escura a figura feminina de uma novelista, e prontamente lhe pergunta:

O que fazes com esse mundo que te assiste, novelista?

Tens a multidão aos teus pés, na melhor hora do dia quando sentados confortavelmente te assistem; e tu lhe ofereces esses caminhos em forma de arte?

Mas a novelista surda e cega de vaidade nem percebeu a crítica e pensando ser elogio respondeu rindo com ares de vitoriosa:
É verdade, falo ao meu povo o que ele quer ouvir, e relato as cenas dos costumes culturais divertindo-o com a minha arte literária.

Inconformado com tamanha desfaçatez gritou o narrador: Hipócrita! Mil vezes hipócrita! És a maior instrutora das traições, dás aulas da mais refinada corrupção, ensinas as artimanhas das maiores vilezas, muito bem vestidas, muito bem comidas, bebidas com pompa e luxo para melhor serem aprendidas...

Matas embriões éticos; contaminas com o teu conteúdo maléfico as almas fracas.
Envenenas a alma nacional e por onde vá a tua maldita arte! Maldita é o que tu és!

Eu? Indaga a novelista desdenhando às gargalhadas, satíricas, kkkkkkkk e se desfaz em fumaça preta, cheirando a plástico queimado.

sábado, 4 de julho de 2009

O VASO RACHADO

Em cada extremidade de uma vara
uma mulher chinesa transportava
dois grandes vasos, um dos quais largava
pelo caminho a água que buscara.

Ante a vasilha intacta, sem defeito,
a vasilha rachada se sentia
envergonhada por, daquele jeito,
desperdiçar a água que trazia.

A verdade, porém, é que do lado
da vasilha rachada iam brotando
pelo chão fora... rosas de toucar.

Não diga pois ninguém, se lamentando,
que para nada serve nesta vida,
porquanto... tudo tem contrapartida!

JOÃO DE CASTRO NUNES

sexta-feira, 3 de julho de 2009

INIMIGOS DA ARTE

Ao norte deste meu gigante país chamado Brasil, ponho-me a observar o céu, ao anoitecer, e por longo tempo o fito vendo as estrelas e os astros surgirem por magia, na minha pobre imaginação. Pobre imaginação! Sempre estiveram lá!

Magia só mesmo na minha mente finita.

Magia só mesmo o tão pouco, pobre e mísera esmola com que se compra um infeliz amoral e sem pão.

Magia de um país, onde, segundo as tradições iniciáticas o Cristo Universal
manifestar-se-ia, no final da Kali-Yuga. “Idade Negra à qual finalizamos”.

Refletindo com os astros e as estrelas, concluo de uma forma maluca
e não ortodoxa já estar a brilhar com todo seu esplendor o “Kalki Avatara”, do ciclo de Aquário, segundo os raros e cultos Hindus, nos dias de hoje, ou Maitréia segundo os Tibetanos.

Mas que seja o Cristo Universal, já que semelhante nome não pertence a nenhuma seita, religião, tampouco época nem a ninguém que não seja o Ungido, pois nem é nome de pessoa!

Mas a brilhar com todo o esplendor enquanto Poder Espiritual certamente brilha, e a prova reside na equivalência oposta, do Poder Temporal...
Nunca uma escória tão escória e negra consciência sem moral, sem ética nem caráter governou o meu Gigante País.

Nunca antes, e esperamos nem depois a mentira, a corrupção e o banditismo estiveram como ora estão à frente do Poder Temporal.

Mas na medida em que o Esplendor Universal que ora reina for se limitando com a corporificação, humanizada, e conscientes os discípulos entenderem esse mistério passando a agir pelo movimento “Construens”, Solar, no sentido positivo da Lei, valores mais elevados serão eleitos como Poder Temporal, e gradualmente vão se equilibrando os dois Poderes: Espiritual e Temporal.

Enquanto veículos apropriados e conscientes Arautos e Adeptos não despertarem, os extremos se mantêm.

E não é por acaso que a sigla LIS que compõe o nome da Besta se repete, pois já na Revolução Francesa desencadeou uma terrível carnificina, e a queda do reino.

Conversa bem maluca, esta minha, não é?

Mas quanto mais luz mais trevas, não tenho dúvida.

Marco Universal de um tempo, quando os lados opostos estão da distância máxima um do outro.

Mas convém soletrar que sem a corporificação da Consciência Divina, pelo humano elemento, por mais que brilhe não resulta em benefício para a humanidade.

É que, sem corpo, qualquer que seja o corpo como veículo, e que os Hindus chamam de ANTAKARANA não há manifestação, nem evolução sem cérebro.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

GRAÇA DIVINA

Poeta fui durante toda a vida,
só que enqunto viveu minhq mulher
a minha poesia era vivida
sem precisão nenhuma de a escrever.

Toda a nossa existência era pautada
por uma permanente sedução
de parte a parte, sempre dominada
pelas suaves leis do coração.

Agora que implcável entre nós
a muralha da morte se interpôs,
como ocorreu a Eurídice e Orfeu,

deu-me a graça de Deus a Poesia
para manter com ela, em cada dia,
a convivência que se interrompeu!

JOÃO DE CASTRO NUNES

ENIGMA DAS PORTAS

Fecharam-se todas as portas da terra uma após a outra, até todas completamente cerradas furtarem todos os ânimos com que poderia abrir as do céu. Encerrado neste arcaico pote, o que farei? Envelhecendo, nem o tempo confere já um tom artístico que até uma velha lata amassada contém! Absolutamente decaído, sou o rei deste meu reino passageiro, de portas fechadas.
Não abri as metafísicas do entendimento em tempo hábil, e estou preso a este complexo ser cujo corpo corruptível leva-me à morte, caso seja realmente mais que este corruptível, mas sem ter aonde ir, por não ter sequer aberto janelas.
E de portas e janelas fechadas, não há espaço nem caminhos para ir aos floridos campos da imaginação, de encontro a qualquer enlevo de saber e de esperança, quanto a desvendar o enigma da vida. Desta, então, não mais do que farrapos pendurados no cordão das vistas, por onde já nem descem lágrimas; mas, vejo por elas como único prêmio um quadro pendurado na parede, cuja moldura em cipó de jasmim lembra com o seu perfume abstrato, o único refrigério de espírito, e a suprema e pobre arte; e a única parte, talvez, de uma cena onde posso imaginar esperança. Mas ainda assim, apesar de todas as portas fechadas e não ter aberto as do céu, creio na suprema beleza do espírito em tudo que possa imaginar meu, porque tenha me intuído enquanto executor; e, igualmente a todas as coisas de outrem, e do mundo consagro como suas...
Por isso não há mágoa porque seja eu, eu cujo destino ou carma pessoalmente o tenha tecido; não obstante desacreditar em sina! E, como tal ser apenas o que sou.
De modo que, congênito ou carmático não creio ser totalmente responsável pelo que fiz ou deixei de fazer, resultando no fechamento das portas. Reparto a culpa, se a houver, com outros eus em mim arcaicos. Também já não me importo saber se alguém se interessa por portas fechadas ou abertas. Digo apenas que semelhantes portas rebaixadas ou elevadas das metáforas para a vida real são os sentidos a serviço das faculdades sensitivas e cognitivas, que ao longo do tempo edificando a consciência vão engajadas dentro de uma personalidade, adquirindo nesse ínterim uma carcaça ou pote perecível e descartável... Ou não? (...)
Mas, em verdade tem em tese este enredo como meta abrir as portas do céu, subjetivas, naturalmente, sem que se as possa denominar psicológicas no sentido clássico do termo, embora físicas elas realmente não sejam; tanto aquelas hipotéticas e as de madeira, quanto as de ferro...
Abstratas ou metafísicas é a melhor expressão para aquelas que realmente definem a universalização da consciência, enquanto cânone... (ou enquanto de alguma forma... portas)
É mais ou menos isto o que representa a parábola portas abertas ou fechadas da terra, abertas ou fechadas do céu.
Estando muito claro para quem as abriu ou pretenda abrir, que para isto muito pouco conta a fé.
O método clássico tem como primeiro passo a audição, seguida muito de perto pelo silêncio; e, coroando de êxito todo o processo, a atenção, antes de entrar ou sair por uma porta. Este primeiro exercício visa fortalecer e adquirir vontade e disciplina para com elas aumentar a sensibilidade, primeiras chaves que se encaixam nas fechaduras das portas...
Daí em diante há de se buscar o método pessoal, pois não sei exatamente o quê nem como seja o retrato da alma; porquanto também saiba ninguém ter competência para dar-lhe conteúdo; julgá-la, então, humanamente impossível!
Mas é ela para mim, no momento, apenas uma página transitória de história a passar por em minha frente, não sendo totalmente minha nem eu, eu. Talvez mero retrato instantâneo de um ser tão complexo, que a maior tragédia está em não haver ontens. Porém tragicamente triste, é ver ruir o mundo, tão sólido!
Desabar estupidamente sem esperança de amanhã, só porque os ontens foram trágicos e também os hojes ainda os são! Infelizmente o horizonte não sorri para que aos seus dentes de marfim vejamos brancos, branquíssimos.

MAIS UMA PORTA
Dizem que, para cada porta que se fecha, deus abre duas... Mas eu não acredito. Sendo o diabo que as fecha, segundo a crença, não andaria por aí deus reabrindo-as com tantas coisas para fazer na direção do universo; e do mesmo modo o diabo, em vez de andar por aí a fechá-las. E também porque raras vezes não se bate à porta de alguém que não venha atendê-la uma pessoa assustada, mal humorada, ou desconfiada até da própria sombra, que dirá de quem á sua bata!
Mas caso a abra, estaria então ali deus em forma de gente assustada, abrindo-a?
Portas concretas ou abstratas não se abrem com magia, senão com as mãos ou com a inteligência. E deste modo temos portas magníficas, tanto abstratas quanto concretas, além do que, portas são portas e tanto se abrem para deixar entrar o indesejável, quanto se fecham para reter quem se deseja que dentro permaneça...
Portanto portas são portas, abstratas ou concretas, abertas ou fechadas, por onde se entra e sai ou deixa de entrar e sair. Porque realmente portas são portas, de entrar ou sair.