sexta-feira, 10 de julho de 2009

SABEDORIA ORIENTAL

Tendo um dia perdido o seu machado,
um certo camponês logo pensou
no filho do vizinho, a quem achou
com todo o viso de lho ter roubado.

Bastava olhar para ele... para ver
que tinha mesmo cara de ladrão,
passando a espiá-lo na intenção
de eventualmente o vir a surpreender.

Acontece, porém, que em dada altura,
por mero acaso, em meio da verdura
perdido o camponês o descobriu.

E logo, acto contínuo, concluiu
que o filho do vizinho referido
jamais tivera... cara de bandido!

JOÃO DE CASTRO NUNES

Um comentário:

  1. Ao caríssimo Poeta...
    Que do tema de um machado e dois homens,
    fez ESSE.
    E em sua homenagem esta minha canção.
    pena que o silêncio roubou-lhe a melodia!

    QUALQUER TEMPO

    Qualquer dia de manhã
    Vou sair a passear
    Quero saber a quem é...
    Que vou tirar pra dançar...

    Qualquer dia quando der
    O bom tempo clarear
    Do pecado da maçã
    Quero rir de gargalhar...

    Qualquer dia e boa hora
    Voltarei à velha fonte
    Sairei de mim pra fora
    Pra subir ao velho monte...

    E assim que ao tempo couber
    Uma frestinha mostrar
    Quero emprestar-me um tempo
    E à velha fonte voltar...

    Nas águas da velha aldeia
    Com fartura e bica cheia
    À minha sede saciar...

    Qualquer dia de manhã
    Quando por fim se entender
    Que a mente deste rei sã
    Só quando não mais viver...

    Qualquer dia de manhã...
    Qualquer novo amanhecer...

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