quarta-feira, 15 de julho de 2009

Entrecortados Pensamentos

Amanhã terei apenas o que faço hoje, assim como também só o que penso agora em modelo semelhante e idêntico. Nada, além disso.

Caso eu não passe o tempo olhando para trás, fitando o passado já finado e morto.

Ou caso acaso alguma coisa nova absolutamente tediosa não me ocupe o pensamento, e isto não há como evitar observando-se os senhores do Poder a mentirem descaradamente.

Apesar de serem mortos vivos, estes rapazes da velha república que por aqui andam agora.

E não é que, por isso, entrecortados pensamentos vêm-me assim em rápidos e curtos períodos!

É algo parecido e semelhante a espinhos globais, invisíveis, injetados no inconsciente coletivo por escândalos públicos, que vão levando à ruína moral a nação.

Entrecortados pensamentos mostram-me ainda um panorama em que as cenas do dia a dia revelam a incerteza entre o certo e errado.

Ninguém sabe mais ao certo o que é certo nem o que é errado, tal o clima que se instalou na república das bananas e da cana de açúcar e outras riquezas que estes senhores transformam e contaminam.

Aliás, têm razão os defensores do álcool, uma vez que moderado e mais leve próprio para o consumo humano, como cachaça se bebe; e naturalmente como etanol se queima nas máquinas, muito eficientes na fabricação de monóxido de carbono.

Mas o que essa gente proletária não sabe é que, as moedas que desviam às “toneladas” pela calada da noite estão com os dias contados, e as terras aos milhares de alqueires de origem duvidosa, também.

E engraçados são os ratos tentando achar um buraco no esgoto, que por falta de manutenção pública estourou.

Mas realmente engraçadas são as cenas criadas pelos pensamentos entrecortados... Dá uma vontade de rir!

Ou chorar, pois chorar é o que farão esses rapazes que ora riem muito com a alta popularidade... Ainda mais vindo ela de onde vem!

Pensamentos entrecortados... (riso)

Ratos de cartola e sapatos de cromo alemão e as ratas vestidas de vermelho dançam na casa da luz vermelha.

Num passado, não muito remoto, a casa da luz vermelha era uma pequena zona...

Hoje tudo é grande... Como tudo cresceu!

Entrecortados pensamentos que trazem entrecortados corações.

Entrecortados corações.

Encobertos pelo medo de perderem a esmola e pela côdea que recebem incógnitos: Zé, Luiz, Inácio... das batatas e das mandiocas que se perderam e são tantos!

Mas o da silva proverá rede para dormir e farinha para comer... Ah, sim, uma cachacinha, também!

Somos ou não somos a república da cana e das bananas?

E afinal quantas bananas ao dia cabem a cada cidadão brasileiro?

E cachaça quanto se pode tomar, descontando os litros queimados puros ou na gasolina?

Pensamentos entrecortados só fazem perguntas!

Só fazem perguntas.

Conquanto seja assim mesmo e sem ser uma forma nova de o dizer, que, aliás, eu de nenhuma forma digo mesmo qualquer coisa.

De nenhuma forma não digo mesmo nada.

Vejo apenas entrecortados corações de paixão a baterem e a luzirem à noite
em pura ilusão.

Ilusão da noite dos tempos proletários no final de um ciclo “apodrecido e gasto”

“Apodrecido e gasto”

Mas certamente vê-se já amanhecendo um novo tempo, quando reencarnam grandes almas, que antes foram condenados à fogueira (da santa inquisição).

E também muitas outras almas que escaparam disfarçadas de batina preta e até de púrpura cardinalícia envolvendo-os por fora, mas naturalmente vacinados por dentro.

São afinal reencontros e despedidas que se sucedem a cada passo que é dado pela humanidade.

Mas como as dívidas ao Planeta se tornaram impagáveis, desconfiado o Planeta cobra.

O Planeta cobra.

Já por cá, na república da cana e das bananas, o povo até come uma farinhazinha, mas já vem misturada com muita sujeira; e às vezes até veneno.

Tanto a comida da alma, pobre e corrompida pelos proletários - pobre comida da alma – quanto à comida da boca, resto do resto dos rapazes da velha república, que insistem em manter o lixo nas ruas, as filas nos hospitais e em criar um novo imposto, e as caras no vídeo a rirem muito...

Ou gesticulando enérgicos em dramáticas cenas, mas ao aumentar-se o áudio até a língua e a estética da palavra sem conteúdo são aí cruelmente assassinadas.

Sem conteúdo são aí cruelmente assassinadas.

Pobre língua e pobre tudo, que estes rapazes proletários tocam!

5 comentários:

  1. TÁVOLA REDONDA

    Vossos "entrecortados pensamentos",
    meu caro amigo Júlio brasileiro,
    são trechos carregados de elementos
    qual deles mais legal e altaneiro.

    São poemas em prosa de conceitos
    de altíssima craveira cultural,
    subtis, originis, quase perfeitos,
    no vosso estilo muito pessoal.

    Não sei que mais dizer concretamente
    a não ser porventura que gostava
    que os lesse ou visitasse muita gente.

    É que por esta forma constatava
    que dado o vosso artúrico perfil
    ainda há cavaleiros... no Brasil!

    JOÃO DE CASTRO NUNES

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  2. Agora, como faço amigo Poeta?
    Poeta único, certamente, que depois de si será muito difícil chamar outro de Poeta...ou outra!

    Agradeço de espírito, como o concebo...


    O ser humano é muito pequenino!
    Mas isso não tem problema nenhum.
    O problema é que todos querem ser grandes.
    Bem, todos será exagero, porque eu pessoalmente desejo ser cada vez menor.
    E menor em todos os sentidos.
    Fisicamente quanto menos peso melhor, por exemplo, na questão do corpo, ou seria na questão peso?
    Pela ordem, emocionalmente também.
    Quanto mais intensas as sensações, mais rápidos e estressantes batimentos...
    Mentalmente nem se fala.
    O ser mentalmente pequeno deixa de se auto-onerar por não carregar o peso de saber.
    Assim não terá de responder nada a quem geralmente pergunta e não quer ouvir a resposta.
    Já na questão de espírito, por ser o Espírito Universal não discuto.
    Sou pequeno.
    E seres pequenos não discutem coisas grandes.
    Mas só os pequenos sabem, curiosamente, que existem coisas grandes.

    Poetas principalmente... e em lusa língua!

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  3. Cobrar,é isso amigo Julio,poucas pessoas sabem cobrar..esse é um dos grandes problemas,se ninguém os cobra,eles continuam a reinar perpetuamente.
    Bem haja,amigo Julio.

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  4. Obrigado digo eu, amiga Dolores por ser minha amiga e por tudo mais...

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