segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Quando tantos desejam Feliz Ano Novo...


Quando tantos desejam Feliz Ano Novo, eu pediria também respeito à opinião diferente.

O Mundo parece ter virado uma tribo de vigias. Enquanto os grandes malfeitores assaltam os cofres públicos, as pessoas se preocupam com o que os outros dizem.

Em todos os lugares que se vai tem sempre alguém lhe dizendo o quê e como você deve falar.

E até em nome do sagrado, se escorando em valores e códigos dos quais às vezes nem conhecem direito.

Chego a pensar que a frase de Roberto Campos – “quando todos ficaram contra mim, tive a certeza de que estava certo” - tenha sido a mais adequada para o século passado e continua no que me diz respeito. Falando o que penso e com tantos criticando o que eu falo, como Roberto Campos eu me sinto cada vez mais certo.

Teriam Stalin e outros facínoras deixado o seu veneno da ditadura no mundo, e contaminado tantos?

Por favor, amigo, antes de exigir do outro qualquer coisa, exija de si mesmo; antes de com palavras num disfarce diga “cala a boca”, cale a sua, quando tiver de ditar regras, as suas regras. Pois verdadeiramente se um tratado universal divino não existe, como existiria o seu?

Você, que pretende regular a mídia, você que pretende colocar palavras na boca das pessoas, vigiar até seus pensamentos, porque não se cala, quando esse grave defeito tomar seu ímpeto e você tenta impor a sua censura?

Deixe a cada um o direito de ter opinião pessoal e que se expresse com liberdade.

Já pensou se todos tomassem a mesma cachaça que você toma, no mesmo lugar que freqüenta, e gostassem da mesma mulher ou homem que você gosta?

Faça essa pequena viagem mental e sinta o drama. Imagine a população mundial à mesma hora - na sua hora - tomando a sua cachacinha no seu boteco? Imagine mis se sete bilhões de pessoas tomando a sua cachacinha, no seu boteco preferido?

Como por regra, seu vocabulário não é dos mais ricos, já pensou na hipótese de que se todos falassem o que você quer ficaria mais pobre e reduzida, a nossa LÍNGUA?  

Determinar o que o outro deve falar e de algum modo fazer é exatamente isto!

Tire então a sua farda de policial e deixe àqueles mal pagos cumprirem precariamente a sua tarefa, porque você, em vez de vigiar os ladrões que roubam o país, fica o tempo todo dizendo o que o outro deve dizer e pensar, e os bandidos de verdade agradecem!

Faça um favor ao país e ao mundo neste novo ano. Pare, e num profundo mergulho em si mesmo ao que aí andar de inconveniente não jogue em ninguém com a desculpa do politicamente correto, nem do sagrado, nem às suas mágoas e culpas transforme no “cala a boca do outro”.

Fale a sua verdade ou até a sua mentira, mas deixe que o outro também o faça, e erre se for o caso!

Afinal, meu caro amigo, como ensina a fábula, enquanto a verdade tomava banho no rio, teve sua capa branca roubada pela mentira, que a vestiu e saiu pelo mundo falando em nome da verdade.

A partir de então a voz que você usa quando tenta dar voz ao outro para que fale o que você quer ouvir, pode muito bem ser alguma forma dela, sim, a mentira vestida com a capa branca roubada da verdade.

Claro que mensagens otimistas pululam por aí com palavras educadas e eivadas de maldade, mas alguém tem que fazer este papel que eu faço, pois acredite meu amigo, o mundo não é só de flores!

Por isso, sabe aquele cale boca que todo mundo tem vontade de dizer?
Diga para si mesmo! E você, que chamou de “alimento da alma” os 50 reais mensais de bolsa aos artistas, porque você não cala a boca milhões de vezes, pois a alma dos artistas é infinitamente mais rica que essa miséria a que tentou reduzi-las!

Um artista absolutamente paralisado - creio eu - vale muito mais o seu eloqüente silêncio, que a obra inócua dessa senhora travestida de ministra, que gastou uma fortuna para anunciar o programa alimentício de 50 “pratas” mensais, destinados à alma de alguns “privilegiados” artistas.

E eu que me contento com tão pouco e modestamente vivo, temo por estes “artistas eleitos”, e não posso furtar-me a dar-lhes um urgente conselho: não abusem do consumo, gastando essa fortuna de 50 reais de uma só vez e a natureza e o planeta agradecem!

domingo, 30 de dezembro de 2012

Henrique José de Souza


Henrique José de Souza é o Nome do Mestre dos Mestres.
Expressão de JHS, eis um trecho do capítulo XVII de O Livro Síntese, intitulado "Brahmâ é Tudo!"


"Para o oriental, Deus é o pensamento capital de sua mente. Não deixam de ter razão, porquanto é pela identidade da natureza de EU UNIVERSAL e do Eu particular (TAT TWAN ASI ou “Eu sou Ele”), segundo o Mahavakya, que se torna possível ao homem, o conhecimento de Brahmâ (o Deus ocidental). 
Se tal não fora, poderíamos crer, argumentar, discorrer e ter probabilidade, mais ou menos razoáveis de deus, mas impossível conhecê-lo
Pelo Tapas cria Brahmâ os mundos. Pelo Tapas alcançou Vishnu sua excelsa categoria. Pelo Tapas chegou Maha Deva a ser Guru Jagat. Pelo Tapas alcançam os Rishis seus poderes sobrenaturais e recolhem, ainda, duas das mãos dos próprios Devas. Tudo isso está contido na essência dos Upanishads, o texto de Jnani.
Diz o KIU TÉ:
“Lava teu coração nas águas do “Oceano tranqüilo”: cerra teus olhos, tapa teus ouvidos e narinas, sem esquecer que tua boca deve estar colada e olha para dentro de Ti. Pensa na Alma Suprema do Divino Ser que existe em toda parte... e o teu rosto humano se confundirá com o Seu... porque nas trevas do teu interior, a luz inextinguível fez clarear o Grande Dia que te desobrigou a de tornar a nascer. Tu és Um com Ele!”

Desvendemos e comentemos algo daqueles livros que constituem a parte mais admirável dos maravilhosos VEDAS, pois contém a Vedanta, que é o fim e propósito dos VEDAS. 
Tais livros nos falam da Natureza de Deus, do Universo e do Homem. Tratam das grandes verdades fundamentais, no sentido mais abstrato, filosófico e metafísico. Entram pelo concreto, para darem apenas algumas explicações, algo que aclare a exposição e evite a falha de pensamentos difíceis de compreender, cuja elevação e sutileza os afasta do alcance de mente humana.
Ali se encontram todas as coisas que se possa expressar em palavras, a respeito da verdadeira essência do “BRAHMÂ VIDYA”, a Divina Sabedoria ou Teosofia".

sábado, 29 de dezembro de 2012

TÁBUA DA ALMA




Não estão à superfície da alma os mistérios que nela se manifestam, para que através de uma análise se revelem ao terapeuta. Não são os mistérios da alma grãos chochos à superfície da água, que depois de colhidos com uma escumadeira e jogados sobre a mesa o Dr. os separe por simples análise. Com raras exceções dos grandes cientistas da alma, a maioria dos médicos da área não passa de profissionais da psique.

Enquanto a alma dista muitas léguas além e muitas dimensões acima disso, em razão de seus mistérios não serem frutos de estatísticas, das quais tateando meio no escuro até conseguem alguns acertos de comportamento, e através de pesquisa analítica detectam a camuflagem dos sintomas e até às vezes se obtenha algum alívio ao paciente, mas é só.

Não deixa de ser um caminho, evidentemente que não, mas para aqueles meramente profissionais. Já para os cientistas da alma, estes sim vêem nela uma base real para o espírito.

Enquanto os materialistas não trabalharem com a hipótese da evolução limitam-se a criar canteiros de flores artificiais, em meio ao deserto árido e em conflito, só desatando noz com que elevam o paciente a atingir um relativo alívio passageiro de equilíbrio; mas é necessário dizer, também, que o perfeito equilíbrio, o eixo real e permanente não é possível nem desejável.

Exceto para os grandes iluminados, adeptos e grandes almas... Além do mais não se pode desprezar a hipótese de que as crises existenciais constituem-se em maravilhoso elemento de evolução, não obstante as promessas de cura e salvamento: tanto de alma quanto de espírito por terapeutas, cientistas e pregadores religiosos guardadores de rebanhos.

Mas tanto os profissionais honestos quanto os cientistas, educadores, sacerdotes e gurus sabem e todos de algum modo ensinam não estar de posse de ninguém a cura de outrem, pois realmente nem Deus poderia fazê-lo.

Porquanto a cura da alma está na própria alma, e nas mãos de cada paciente os instrumentos, e opostamente os venenos e milagrosamente também os antídotos. Deve cada um aprender a usá-los na medida em que vá conhecendo a si mesmo. E será esta a boa técnica dos bons terapeutas.

Mas se ao invés disto os pacientes preferirem pagar e buscar fora o que não está em lugar algum senão dentro deles, ainda que para os céticos no intestino grosso... Ou num porre à mesa de um bar! Então basta uma visita ao solitário gabinete, nesse lugar solitário se irá o mal todo pela descarga.

Parece estranho este comentário, mas já ouvi semelhante receita e diria apenas que para isto acontecer um mínimo de sanidade é necessário e forças físicas e mentais para apertar o botão da válvula! Pena que após a descida a alma continue ébria e cega, e a boca terrivelmente amarga!

Quanto à consciência é uma questão na qual não entra médico, não entra álcool, nem entra nela o que pela descarga desça...

E é por isso que de uma autoridade em alma deveria exigir-se longo caminho percorrido e lido nas estâncias do conhecimento universal iniciático relativo ao tema, que é sem dúvida de onde provém a sensibilidade e o conhecimento para de alma ao menos se falar!

Para tratá-la, então, o que deveria mesmo se exigir? Que o digam verdadeiros sacerdotes das ciências da alma e não outros! Não obstante o alívio terapêutico, muitas fórmulas, códigos e uma conta sem conta de livros milagrosos e muito dinheiro.

Mas a alma continua sendo mesmo alma, independente das novas técnicas e das modernidades, certamente que sim e será sempre a base do espírito onde realmente tudo se revolverá. Ou não!

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Ainda no fundo do meu poço...




“É um vazio necessário para não ser nada antes; mas depois desconhecidas possibilidades sem modelo experimentado incontáveis, sim.”

E quais possibilidades futuras em modelos novos se vêem claramente à luz do sol, que já saiu de trás da serra?

Quem teve coragem de atirar a alma contra um muro, nada mais tera o que temer...

Também depois de ter descido ao fundo do poço despido de valores e defeitos, o que sobrar se já não houver apego, o outro passa a ser importante.

Mas o outro não precisa de uma pátria pessoal, ou planetária, não precisa um país de verdade?

Falam as tradições de um metal precioso, chamado “Aurikalk” - não sei se é essa a grafia - muito superior ao ouro, cuja liga leve e dureza seriam inimagináveis ao pensamento científico, do homem moderno.

Realmente o homem moderno não conhece nada parecido, mas já falei disso por aqui, conhece um outro metal muito precioso. Mas outro indignado que fale, em defesa do país que tem tudo e por falta de gente honrada que governe, não tem nada que dependa da ação de governos corruptos, incompetentes tais quais esses simulacros e marginais, que assaltam a nação dizendo que governam em nome do povo...

postado em 05/10/2012 17:11 por Rui Martins da Mota   [ 05/10/2012 17:12 atualizado‎(s)‎ ]
Nióbio, o metal que só o Brasil fornece ao mundo. Uma riqueza que o povo brasileiro desconhece, e tudo fazem para que isso continue assim.
Recebemos do comentarista Mário Assis Causanilhas este artigo sobre o nióbio, sem a menção do órgão de comunicação, site ou blog de onde foi extraído. Por sua importância, decidimos postá-lo aqui na Tribuna da Imprensa, para conhecimento de nossos comentaristas e leitores. (Carlos Newton, editor do blog)

Júlio Ferreira

A cada vez mais no dia-a-dia, o tema é abordado em reportagens nas mídias escrita e televisiva, chegando a já ser alarmante. Como é possível que metade da produção brasileira de nióbio seja subfaturada “oficialmente” e enviada ao exterior, configurando assim o crime de descaminho, com todas as investigações apontando de longa data, para o gabinete presidencial?

Como é possível o fato do Brasil ser o único fornecedor mundial de nióbio (98% das jazidas desse metal estão aqui), sem o qual não se fabricam turbinas, naves espaciais, aviões, mísseis, centrais elétricas e super-aços; e seu preço para a venda, além de muito baixo, seja fixado pela Inglaterra, que não tem nióbio algum?

EUA, Europa e Japão são 100% dependentes do nióbio brasileiro. Como é possível em não havendo outro fornecedor, que nos sejam atribuídos apenas 55% dessa produção, e os 45% restantes saindo extra-oficialmente, não sendo assim computados.

Estamos perdendo cerca de 14 bilhões de dólares anuais, e vendendo o nosso nióbio na mesma proporção como se a Opep vendesse a 1 dólar o barril de petróleo. Mas petróleo existe em outras fontes, e o nióbio só no Brasil; podendo ser uma outra moeda nossa. Não é um descalabro alarmante?

O publicitário Marcos Valério, na CPI dos Correios, revelou na TV para todo o Brasil, dizendo: “O dinheiro do mensalão não é nada, o grosso do dinheiro vem do contrabando do nióbio”. E ainda: “O ministro José Dirceu estava negociando com bancos, uma mina de nióbio na Amazônia”.

Ninguém teve coragem de investigar… Ou estarão todos ganhando com isso? Soma-se a esse fato o que foi publicado na Folha de S. Paulo em 2002: “Lula ficou hospedado na casa do dono da CMN (produtora de nióbio) em Araxá-MG, cuja ONG financiou o programa Fome Zero”.

As maiores jazidas mundiais de nióbio estão em Roraima e Amazonas (São Gabriel da Cachoeira e Raposa – Serra do Sol), sendo esse o real motivo da demarcação contínua da reserva, sem a presença do povo brasileiro não-índio para a total liberdade das ONGs internacionais e mineradoras estrangeiras.

Há fortes indícios que a própria Funai esteja envolvida no contrabando do nióbio, usando índios para envio do minério à Guiana Inglesa, e dali aos EUA e Europa. A maior reserva de nióbio do mundo, a do Morro dos Seis Lagos, em São Gabriel da Cachoeira (AM), é conhecida desde os anos 80, mas o governo federal nunca a explorou oficialmente, deixando assim o contrabando fluir livremente, num acordo entre a presidência da República e os países consumidores, oficializando assim o roubo de divisas do Brasil.

Todos viram recentemente Lula em foto oficial, assentado em destaque, ao lado da rainha da Inglaterra. Nação que é a mais beneficiada com a demarcação em Roraima, e a maior intermediária na venda do nióbio brasileiro ao mundo todo. Pelo visto, sua alteza real Elizabeth II demonstra total gratidão para com nossos “traíras” a serviço da Coroa Britânica. Mas, no andar dessa carruagem, esse escândalo está por pouco para estourar, afinal, o segredo sobre o nióbio como moeda de troca, não está resistindo às pressões da mídia esclarecida e patriótica.

Como leram os caros leitores que me visitam, diante deste quadro patético, a quem nós devemos condenar?

Os USA, a Inglaterra, ou nossos bem nutridos governantes de casaca e cartola, mas por baixo apenas gordos ratos? E porque compaixão pelos ratos?

Pense melhor, brasileiro que nasceu aqui por merecimento divino, antes de se contentar com uma côdea de pão velho, enquanto de um dia para outro surgem bilionários Eikes Batistas, Lulas da Silva e milionários fruto de verdadeiras magias! Sim, o Brasil é um país mágico, mas para sê-lo não pode mais ser um paraíso de ladrões!

Viram? No fundo de meu poço não havia água estagnada, havia um escuro ancestral “algo como arquétipo que tomou forma, e o brilho do nióbio surgiu como um raio na minha mente.”

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

ESTAR E BRINCAR DE SENSAÇÕES



Mas porque será que no fundo do meu poço nem o vento quis soprar? Não há no fundo do meu poço frio, calor nem luz, nada em que por medo ou covardia eu possa me agarrar nem qualquer ilusão já me seduz!

Pensamentos, emoções, sensações vagas e incertas nem a razão delirantemente senhora da resposta sabem por que no fundo do meu poço não há mais que eterno escuro umedecido e tedioso!

A consciência mínima nos limites perceptíveis dos sentidos, no fundo do meu poço do pensamento só há traço inteligível: de que lá no alto atrás da serra à noite mora o sol.

Mas, se no fundo do meu poço boa ou má sorte, bem ou mal não fazem qualquer diferença é porque tudo não é nada! E o sol à frente ou atrás da serra, que diferença fará à noite ou ao dia no fundo do meu perceber?

Não é nada a serra antes nem depois do sol aqui no fundo do meu poço, nem há antes nem depois ou após qualquer conforto desconfortável! 

Nada aqui me impede vá ou fique nem pesado ou leve pesa, nada aqui me prende ou solta, nada aqui me diz nem cala!

Âncora ou asa que segure ou eleve, nada que sopese além do vago estar sem ser vazio ou cheio, que vá ou fique onde está.

No fundo do meu poço nada há que impeça de no fundo, bem no fundo aqui deixar-me estar. Pois é aqui qualquer tudo de um nada sem lugar, mero estado de existir sem ficar nem ir; um momento apenas de não chegar nem partir sem ser nenhum lugar.

E por que aqui é assim? É porque assim eu quero e assim o creio seja um estado insensitivo; e é assim também por não ser estado nenhum, nem lugar vazio ou cheio... Mas não é um patético fundo do poço aonde vim ficar ao abandono inconsciente! É um vazio necessário para não ser nada antes; mas depois desconhecidas possibilidades sem modelo experimentado incontáveis, sim.

 

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

BALANÇO DA ALMA


 

Caminho lentamente protegido do sol escaldante ao meio dia, por um bom chapéu de palha tecido pelas mãos mágicas de uma tecelã da tribo indígena.

 Ao tecê-lo mãos tão hábeis e ligeiras, até me fazem cócegas na cabeça. Mãos tecelãs mágicas, de repente o chapéu por absoluto milagre se transforma em frondosa árvore onde ao seu redor pessoas sentadas tecem diferentes e coloridos sonhos e chapéus. E eu desejo irresistivelmente descer do alto de mim e à sombra dessa árvore encostar-me, para aí descansar-me.

Ao longe, o rio ainda distante. Mais distante ainda o mar. Muito mais longe quase sonhando corre o Ganges milenar, o Indo cortado por extenuadas e místicos barqueiros debaixo deste estranho e mesmo sol.

Turbantes em vez de chapéus são uns trapos pobres enrolados na cabeça. De tronco nu enegrecido pelo sol inclemente e a moda milenar de enrolar as partes baixas com farrapos, dão o realismo ao meu delírio.

Estranhos estes seres e os seus braços remos - principais peças de um enredo delirante - cujas cenas não se vêem neste rio Ocidente, e ausente o místico milenar mistério dos barqueiros.

Rudes e mortais, os barqueiros deste rio adiante não os posso inserir num enredo metafísico à sombra da velha Índia. Nem este rio o rio Ganges nem o Indo hoje com seus cadáveres e sujeiras abismais no fim de um ciclo Oriental

Assim é que lentamente me aproximo das margens de cá do rio Ocidental, e ao longe, do outro lado margeia outro terreno sem qualquer emoção de distância.
    
Faz demasiado calor para sentimentos metafísicos. Ainda bem que a minha cabeça está protegida por um chapéu de palha tecido por invisíveis mãos de Índias sábias ocidentais. E ao tecê-lo e ao sentir cócegas de seus abstratos movimentos me dão a sensação de respirar.

A aba completamente tecida em delírios de calor forma a copa da frondosa árvore de ramos densos e verdes.

E à sombra dela protegido, quem diria, criaria a minha maior e melhor ilusão. Mas não é possível, por encontrar-me no centro do meu ser em posição vertical entre a planta dos pés no chão e o alto da cabeça arranhando o fundo do chapéu, voltar no tempo milenar internamente. Passou

Mas do lado de fora se desmancha a ilusão da copa da árvore da aldeia indígena, e surge novo cenário onde estou: à minha esquerda, já agora na volta para casa e olhando de frente vejo vultos passando em sentido contrário; e à direita observo o ritmo dos passos que vou dando em sincronia com o balanço de braço direito, solto; o esquerdo encostado ao corpo apoiado pelo polegar enfiado no bolso da calça, voltando assim num todo a balançar ao ritmo do corpo.

Mas desejo irresistivelmente criar um corpo metafísico e deitar-me dentro de mim com o rosto voltado para frente sobre o ombro esquerdo, repousando a cabeça já muito cansada sobre a alma.

Mas para que eu coubesse dentro desse corpo nessa posição, teria que dobrar as pernas para frente na altura da “bacia” na posição sentado e encostá-las na barriga dobradas igualmente para trás na articulação dos joelhos, em posição fetal.

Imagino até que se o braço direito parasse de balançar fizesse fosse mais útil e em vez de apenas balançar pudesse abraçar-me de encontro às costelas, mas desisto de deitar-me por duas razões lógicas: a primeira porque temo cair com o balanço do corpo e sem o contrabalanço do braço a balançar indo ter ao baixo ventre e aí prender-me por longo tempo. A segunda por se encontrar o braço do lado de fora e eu do lado de dentro, tendo as costelas intermediando-nos.

Sigo então neste meu eu sensível hirto dentro de mim abafado de tanto calor, entre a alma à esquerda e o quase vazio lado direito num ambiente pulmonar ainda cheio de ar, mas bastante escurecidos pelo longo tempo que fumei.

Ao alto vai a minha cabeça já sem saber se dentro ou fora, mas certamente dentro do chapéu. No chão protegidos por velhas sandálias vão meus pés pelo caminho escaldante de costas para o rio, quando retorno para casa sem dela não ter saído...

Pois eu posso sim, amigo e paciente irmão ou irmã de jornada estar assim dentro de mim deitado com a cabeça aconchegada sobre a alma à esquerda, posso sim! Ou de pé a balançar quando caminho e penso. Este exercício de pensar eu o aconselho, por favor, nunca, mas nunca mesmo deixai de pensar!

Mas realmente é assim mesmo: quando caminho o balanço é um, quando penso o balanço é outro. De qualquer modo balanço ao ritmo de mim mesmo, porque de outro modo não é possível, nem seria justo o balançar.

O estado dentro ou fora, deitado, andando ou a pensar, e até ausente deste meu eu carnal sonhando, mas dentro de mim certamente enquanto aqui estiver neste meu ir irremediavelmente PASSANDO!!! 

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

FELIZ NATAL


Máscaras Natalícias

As capas, uma após outra; as máscaras retiradas igualmente sem deixar nenhuma; artifícios, vestes, todos os enfeites um a um jogados fora, até completamente nu olhar no meu espelho e desse Natal ver o que sobrou de mim.

No espelho a alma nua sem vaidades e desejos de poder de qualquer domínio, deve refletir-se fiel e mais clara se mostrar do que eu, descrevendo-me, quando já não sou falso herói, deixando nesse instante de ser o idiota.

Eu, enquanto entidade complexa formada por comunidades de estranhos seres artificiais em conflito, podem eventualmente definir minha e de qualquer um a sua personalidade, podem sim, e vão de fato se exibindo pelos palcos da vida num teatro; mas chega o momento em que é preciso provocar uma revolução entre eles e revolvendo as profundezas do Eu, libertá-lo em sua pureza universal.

E a essa altura, depois de uma debandada geral desses estranhos elementos, aquele que se mantiver como meu Ego Central, estupefato calar-se-á por um longo período, até reunir novamente os cacos e desse novo chão começar a ordenar a personalidade, e essa será a minha relativa identidade.

Mas não é tarefa das mais fáceis renunciar a esses pequenos nascidos de inocentes apegos e egoísmos! Vindos desde a infância mais remota, ao amanhecer de uma nova etapa desde a mais tenra infância ganham vida, e esses embriões milenares vão crescendo, crescendo de vida em vida, até adquirirem vestes de pequenas personalidades; e é preciso coragem, pois no momento de revolta ao arrancar essas máscaras vivas com mania de independência, a dor da perda, a dor da separação calarão fundo e a alma dolorosa há de chorar a sua derradeira grande mágoa ao se libertar desse filhos da terra.

Em teoria iniciática se fala na libertação do Ego Solar do Homem Terreno, quando a alma profundamente magoada, mas exausta e extenuada deseja repousar nos braços de seu herói libertador.

Mas neste meu particular caso, é uma solução caseira, talvez até amadora num processo autodidata para diminuir o peso e acabar com balburdia de pequenos personagens egoístas, que ousam até desafiar-me.

Ou usando outra linguagem neste tempo veloz de metáforas e moda passageira, é o desejo de ter uma única roupa que sirva para todos os dias. E no máximo mais uma outra muda para reviver “a roupa da missa”, como se dizia antigamente, para vestir-me em dias de festa em homenagem à alegria, que não foi excluída, por não ser a sua raiz ilegítima como são as máscaras arrancadas.

E essa segunda muda haverá de ser um traje muito airoso, com ares de infância, pois não imagino uma grande alegria vestindo roupa de grife adulta. A alegria espontânea e transbordante só a criança é capaz de externar, e a roupa adequada ajuda a revelar a minha criança oculta, atrás do rosto enrugado, barba e cabelos brancos.

Então fora essa só uma única roupa modesta, nem escura nem clara, nem barata nem cara, mas sempre muito bem arrumada para me apresentar adequadamente em qualquer ambiente em que for necessária a minha presença.

Todavia, este é ainda um oficio testamento em forma de projeto inconcluso; alguns intrometidos “insetos personagens” ainda me enchem a paciência, mas como a maioria deles eu já os conheço e até já lhe dei nome, os mantenho sob controle. Pior seria se não os conhecesse! Há casos, muitos casos em que nem são conhecidos e agem livres e soltos sem serem percebidos no lugar das pessoas reais, e nestes dias da Idade Negra Ferruginosa quando mais alto o cargo político, mais artificiais diabinhos gravitam em torno das máscaras dos simulacros.

No homem público, por exemplo, principalmente o político da era do proletariado salta aos olhos, por neles agirem os da classe inferior, os ditos rebentos malignos. O termo “simulacro de estadista”, por exemplo, significa exatamente isso. Esses diabinhos vermelhos giram em torno do suposto estadista, e agem através dele como insetos predadores, e o dominam totalmente por faltar já ou ainda, a âncora do ego, que é o caráter.

Quando falam esses simulacros, por terem uma única boca é difícil identificar psiquiatricamente quem fala. Mas nos atos criminosos que praticam ficam as marcas digitais desses pequenos terroristas marginais. 

Então, sem quebrar nenhum espelho, nem o meu nem o do mundo que reflete o andar coletivo com a marca dos supostos simulacros, o Verdadeiro Natal deveria ser Individual arrancando esses adereços que tomaram vida de egoísmo e IMITAR os valores morais do Aniversariante e Seus Pares, como reflexo de seu Espiritual Caráter.

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

A Minha Alma Amanheceu Amarga

A minha alma amanheceu amarga do fel da noite nela vertido/
qual colibri caído ao solo morto, por mel veneno ter bebido./


Na solidão há paz, há silêncio e também uma mistura de suave contentamento e dor.
Na solidão, depois da batalha fragorosa com estrondosos  gritos sem palavras claras e compreensivas, a multidão de milhares de seres não é ninguém.

Assim transcorre o processo, depois da ruptura de um estado aparentemente equilibrado;
e ainda que estrondos tenebrosos ecoassem pelo vale não se vêm pelo chão escombros que o estado de equilíbrio tem como alicerce a ilusão cimentada de neblina.

Sólidas, confiáveis só as pedras do caminho. Mas confiar demasiado numa trilha imaginária pra seguir de cabeça muito altiva, pode-se ir ter num pântano alagadiço.

Na solidão há momentos de reflexão e entendimento de que nada é eterno ou tem identidade real. Mesmo a mais moderna fornecida pelo Estado relativa ao homem, antes de papel e hoje de plástico perde a validade quando se desfaz a pequena ilha vertical, e na horizontal desfaz-se e volta ao pó num outro corpo global planetário um pouco mais duradouro, mas também finito.    

Na solidão, Deus é mais real e fala mais de perto através da brisa fresca, se fizer calor; ou da luz sol, quentinha, se fizer frio; ou do luar calmo, se a noite já chegou.

Deus fala mais eloquente na solidão, mas a quem o queira ouvir fala ininterruptamente através do agressor, se a face do amor foi violada.

Fala através da água fresca saciando a sede, do alimento saciando a fome, do vizinho passando na frente da casa desejando bom dia, sorrindo.

Fala-nos Deus de todas as maneiras. Através da alegria ou da tristeza por que alguém não falou o que desejávamos ouvir.

Deus, nesse instante se não fala para conosco fala para outros, que o ouvem noutra língua e é no silêncio que nos pede olhar, que nos diz sentir, que nos mostra respeitar quem fala.

Na solidão há paz, na solidão há luz de olhos fechados, há trevas de olhos abertos.
Em qualquer situação nós somos o que somos... Deuses, demônios, anjos, malfeitores, somos o que queremos ser.

Mas o ser real se tiver modelo universal e trilha pétrea para seguir, ao ser como cada qual como é determinará seu tempo de chegada e pode nem chegar, tombando pelo caminho.

Na solidão se cogitam muitas hipóteses, e de algum modo todas são reais e falsas na mesma medida de existir ou não existir.

Na solidão tem-se a certeza da não impermanência e da ilusão. Tudo definitivamente é e não é.

Paz, guerra, silêncio, ruído estrondoso, conflituosos e serenados ânimos, células ativas e descartadas, órgãos trabalhando e sistema mantido, e quem pensa e sente e se move, afinal, dentro ou fora desse arrumado engenho passageiro?

Dizem corpo, alma e espírito. Corpo? Talvez, mas quem mantém essa comunidade de minúsculos seres em funções distintas e perfeitamente organizadas sem conflitos ou incompatibilidades?

Algo da alma, que de outra fonte não há indícios razoáveis, mas o que é a alma? Por isso mesmo e ninguém saber ao certo é que deve ser ela a comandar a as tribos de células e bactérias.

Espírito? O juízo da alma? Quem sabe o que é o Espírito? Ao certo quem sabe não sabe dizer de modo que quem não sabe possa entender, supondo que exista quem saiba!

O homem andou muito, desvendou fortes cerrações mentais, caminhou pelo céu, pelas estrelas e não o fez sozinho... Fala-se em Filósofos, Budas, Cristos, Luzeiros, Planetários, Avataras...

Mas na solidão não há certeza. Há apenas e ainda frágil um embrião da fé. A solidão tem muitas janelas e por elas se olha lá fora, mas também lá fora em silêncio ou tumulto não há esperança de solução para a o enigma da vida, e a única resposta confiável é a certeza da morte.


domingo, 23 de dezembro de 2012

ORAÇÃO DO NATAL PARA QUE SE CUMPRA NO ANO NOVO.




Brasil, País da brasas do fogo do corpo dos frutos da terra; Brasil do fogo da alma que à arte e ao belo alimenta; Brasil do fogo do Espírito que desde o mais profundo a chama em nós da esperança acalenta, quando ainda a barca navega em alto mar!

Barca, que ainda guarda em si a semente que da terra tão próxima para tão longe se afasta, arrastada pela ilusão e deslumbramento diante do NOVO SOL, que admiram, mas não compreendem e quais borboletas borboleteiam em torno da sua Luz.

Não esperem que o SOL se revele! Se o olharem de frente e não ficarem cegos
sereis bem-vindos, ao tabernáculo dos vencedores; mas tão logo assinalados na testa ide pelo mundo, que o tempo do Templo como só Templo passou.

Ide e mostrai ao mundo de que sois capazes de fazer com arte, literatura, cultura,
politica, sanidade mental e clareza de entendimento para além do momento das vacas magras morais em que vive a Pátria do SOL.

Ide e revelai ao mundo o que aprendestes com O MESTRE DOS MESTRES e dizei vós mesmos sem repetir apenas,apenas repetir sem criar cada assinalado obreiro que assim ainda pouco OBRAIS.

Ide e se preciso baixai vossas cabeças para o chão e arrancai as ervas daninhas do campo pátrio, que as pragas se alastram por todos os órgãos.

Ide e se mais não fores senão aprendizes, sejais brasileiros despertos e cumprais o vosso dever de guerreiros da ética, da moral, da honra e do caráter.

Vede as crianças e o mundo ideal e a real maldição que na pátria se instalou e sê, cada um, construtor do belo, ou cúmplice desse maldito libelo.

sábado, 22 de dezembro de 2012

A PALAVRA


Poderia dizer outra coisa, em vez desta, que digo agora, poderia até não dizer nada.
Livre arbítrio relativo até aí eu tenho, e o que dizer, mesmo não tendo o que dizer

Ainda assim escrevo isto que não é nada.

A palavra é um instrumento perigoso na boca de um guerrilheiro falante, mas pode ser também um milagre e salvar vidas, salvar situações, evitar tragédias, provocar confusões.

A palavra pode muito e não custa nada, por enquanto. Querem-na oficializar com modelo de Estado via instituto oficial de uns supostos mandatários que desejam regular a voz, normalizar a palavra oficial da imprensa livre, num primeiro momento.

Depois e aos pouquinhos aparando daqui, aparando dali e pronto: a palavra será numerada, pesada, com números pares e ímpares de letras, conteúdo, regras, até que no momento seguinte só se fale o que convier ao sagrado grupo, para finalmente só se falar o que sair da boca do supremo líder.

A primeira vantagem surge logo no inicio com certa economia de combustível pela queima dos livros, que serão queimados todos os livros e nunca mais serão impressos outros, dizem eles entre si justificando, até o momento apoteótico da fala da voz única, quando se imprimirá o único livro com a palavra do supremo líder no modelo absoluto da palavra final.

Os primeiros ensaios já foram feitos em algumas repúblicas socialistas, mas fracassaram todos devido à criatividade do povo e suas fugas geniais em busca de liberdade de expressão.

Mas parece que há na América do Sul um país que deseja experimentar esse modelo.
Fala a mesma língua que eu falo neste instante, mas também está fadado ao fracasso, devido os motivos ocultos que movem esse grupo.

Falta base ética, honestidade intelectual, e os objetivos centrais são criminosos, pois querem se apoderar também da alma do povo, e não se contentam com as riquezas materiais, que desviam compulsoriamente.

O sonho de regulamentação da palavra, pelo visto não será muito fácil. O povo tem mecanismos de defesa naturais, que até instintivamente impõe aos seu carrascos.
 
De modo que a palavra é perigosa, também contra os perigosos supostos usurpadores dela.

Para terminar esta prosa breve, por não ter nada que dizer, apenas reafirmo a certeza de que a palavra é absolutamente anti-tutela, e não será um grupo completamente destituído de moral que a regulará em qualquer forma, principalmente na imprensa livre.

Não, mil vezes não. Eles não sabem de nada. A palavra nasce no silêncio, cresce de volume e se revela finalmente como expressão da alma humana.

Não, mil vezes não. A alma humana indevassável por natureza não poderá ser aprisionada pelas suas asas. As asas são as palavras e então esses sonhadores mercenários não poderão jamais se apoderar da palavra alheia.

Não, mil vezes não. Nem sequer a boca em cujo céu reverbera o som pode ser calada. O mudo em silêncio eterno pensa em palavras e as sua asas são ocultas.

Se então nem a alma de um mudo pode ser tomada pelos mercenários da palavra, como a de quem fala pode ser tutelada? 

A metafísica da alma humana é a voz do silêncio, e o som supremo é a voz da palavra viva.

Não, mil vezes não pode ser regulada, nem aprisionada a alma que tem como asas a palavra e a voz como expressão do som.

Mas pode ser extinta a espécie se um bando de celerados resolver deflagrar uma guerra atômica, mundial, ou um astro errante colidir com o planeta e não sobrar ninguém.

Por decreto e ditadura não, mil vezes não conseguirá escravizar a palavra nem calar a voz da alma.

Para chegar a esta conclusão nem precisava dizer nada, e foi em razão da obviedade que
eu disse no começo que não tinha nada para dizer. 
 
E o que mais então eu poderia dizer? Nada! Talvez que a ciência individual do homem se desenvolve no silêncio, e quero acreditar que há uma ciência individual, e o medo é o grande mestre, o grande senhor das idéias que se tornam palavras e por fim se externa a alma, mesmo que em silêncio fale com os olhos, mesmo com os olhos fechados, pense.

Feliz Natal


O simbolismo do Natal
 “Um dos mais belos e significativos acontecimentos do mês de dezembro, e do ano, é, sem dúvida alguma, o Natal. O mundo cristão comemora no dia 25 deste mês o nascimento de Jesus, o Cristo, Aquele que os cristãos consideram o Salvador do Mundo e que os verdadeiros Teósofos e Ocultistas reconhecem, além do mais, como a manifestação cíclica do Espírito de Verdade, ou seja, como um Avatara Divino. Nessa data, plena de encantamento e de amor, as famílias cristãs se congregam em reuniões as mais íntimas e santas, para cultuarem no recesso de seus lares o simbolismo do Natal.”
 JHS

E assim chegou o grande dia da festa, duplamente festejado pelo não fim do mundo anunciado por alguém bem intencionado, mas mal informado, confiando numa suposta profecia Maia, sem atentar para o fato de que Maia é Ilusão.
Festejemos, pois a vida que prossegue celebremos o amor ao próximo, em homenagem ao Cristo, nessa que foi a alma de sua mensagem.

Celebremos fartos de alegria, comunguemos a união em torno da justiça que mantém a ordem e os valores, mostrando aos homens corrompidos pelo ódio e pela cobiça que eles não podem tudo.
Germinemos no mais profundo de nossa alma confiança no dia de amanhã, e que seja o amanhã melhor todos os dias.
Deixemos que a nossa espontânea criança se liberte para que a todas as crianças do

mundo cresçam em paz.

Vamos festejar completamente sem que qualquer sombra escura ainda paire sobre nós, dando crédito a falsa profecia de três dias de escuridão.

Pensemos: qual corpo gigante poderia, de repente, não mais do que de repente causar tal escuridão se antepondo na frente do sol?

Ou qual manto tenebroso encobrirá a terra inteira escurecendo-a toda durante três dias e três noites, sem estrelas, inclusive?

Vamos festejar o nosso interior e confiar que aí está presente tudo que há no universo desde as estrelas ao mais simples pó da terra.

E esse pó, esse brilho das estrelas, a luz do sol liquefeita em nosso sangue que vitaliza a harmonia das estrelas em nossos passos,

Seja a razão de nossa vitoriosa jornada rumo ao quase infinito estado a que deveremos chegar, daqui alguns bilhões de anos.

Vamos nos preparar para daqui a uns dias comemorarmos a nossa passagem deste para outro sistema de evolução.

Por três anteriores já passamos; e de nossa última casa antiga apenas fosseis siderais girando alteram as marés; mas as do futuro brilham...

Então Feliz Natal e muito Próspero Ano Novo a todos a cada dia que nasça e cada noite em que desça o sol no horizonte.

Alegria, amor e amizade sincera, seja quente e úmida num aperto de mãos, seja num abraço amigo ou num sorriso virtual,

Que até o perfume se possa sentir do lado de cá de quem está do lado de lá dessa telinha mágica global...

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Neste Natal Lembre-se Disso...



EGO

Enquanto homem sou uma tríade, segunda a Teosofia, hoje Eubiose e meu convencimento lógico. E um quarteto, enquanto terrena personalidade também inegável, de uma formação setenária para ficar afinado com o “Deus o fez à sua imagem e semelhança”.

E para sobreviver, mais ou menos em paz, vou revestido de uma pessoal máscara que tenho de “pintar” com as cores que as outras máscaras possam identificar por analogia simples, e guarde semelhança com os registros mentais de quem me olha e interage comigo, conhecido ou não.

Mas eu não sou esse visto por fora, claro que não! E o que as outras pessoas reconheçam em mim não é sequer sombra do meu eu verdadeiro.

Pessoalmente não sou quase nada daquele que elas imaginam que eu seja, nem elas são sequer sombras do que eu imagino sejam elas.

Diante então desta porta intransponível em cujo interior habita o ego, porque tanta gente insiste nessa impossível missão de decifrar e quase sempre imediatamente rotular o outro, se todos são invioláveis, irreveláveis na essência de suas individualidades?

Quando nem eu próprio desconfie o que de fato eu seja, e isto é sério, não mera dialética, como poderia revelar outra pessoa o interior de minha personalidade e ao revelar-me atribuir-me esta ou aquela natureza, com estas ou aquelas qualidades ou defeitos?  Claro que algumas tendências são visíveis e de acordo com as estatísticas da psiquiatria formam já um bom banco de dados, mas...
         
Exceto as virtudes naturais, o caráter, a honra a convivência social e as normas da boa educação, o talento pessoal nas diversas áreas de atividade de quem o materializa e até salta aos olhos, o que mais se pode falar de alguém a respeito de sua mais profunda natureza humana?
                    
Deverá ser um estado mental virtuoso comum a todas as pessoas no futuro, “ler a alma das pessoas”, mas antes teremos de criar um modelo natural de respeito absoluto pelo outro e crescer muito para inclusive não termos nada que nos envergonhe, e esse estado está ainda muito longe deste estágio, em que como modelo os chamados Budas de Compaixão. De resto, as pessoas continuam com a sua marcha fúnebre, vivendo a ilusão coletiva de que existe algo de novo debaixo do sol”?
        
Todavia há esperança de melhores dias à inteligência e não poderia ser diferente por essa a única saída; mas enquanto isso se pratique o preceito consagrado ao longo do tempo deamai-vos uns aos outros”; e da mesma forma “não faças ao outro o que não queres para ti mesmo”, fortalecendo a vontade, em vez de por conveniência esconder-se atrás da fé que permite praticar alguns pecados, com a possibilidade do perdão divino; mas este deus que perdoa e castiga é deveras uma divindade estranha suscitando muitas dificuldades para perceber a sua legitimidade quanto à sua divinal existência...
        
Isto devido o tamanho a que foi reduzido como deus e enquanto o seu seguidor guardador de rebanhos mantiver esse ritmo descendente, em breve será o maior desses homens menor que o menor dos animais em razão, embora mantenha um sorriso idiota no rosto.  

É verdade e mesmo certo que Deus está em todas as coisas. E certamente todas as coisas da existência formam o seu corpo. Mas contrariamente não há de estar na forma personalizado e apequenado em retalhos, lotes e farrapos vendido a preço vil.
         
Definitivamente esse deus não existe; não passa de um simulacro menor do que um santinho de papel do verdadeiro Deus. Por isso mesmo cada vez mais o andam a oferecer a quem o quiser barato comprar!

A estes vendedores não se deve dar ouvidos, mínimo crédito. Enxovalham a divindade e em voz alta afirmam e reafirmam a mentira e até em nome da Tríplice Flama Universal, mas aí Ela não vibra nem e age.

Mentem descaradamente estes vendedores? Sim mantém e se não sabem que estão a mentir, como poderiam saber o que vão a dizer?

Pobres de espírito só extraem do sagrado os valores fúteis e superficiais, que é possível tocar com os dedos sujos e são capazes de mensurar.

Tudo aí é absolutamente passageiro, como é o vil metal que arrecadam com a venda daqueles pedacinhos do pequeno deus em amuleto contra o diabo, criado por eles.

E estas crenças vão fincando raízes ao longo do tempo e de alguma forma delas participamos todos pelo desdobramento político, por exemplo, e o uso de práticas semelhantes de tal modo que ao olharmos no espelho, aí estão refletidos os modelos políticos/religiosos. E assim compreendemos como o mundo chegou aqui e é o que é.

Nem poderia ser diferente, porque seria nesse caso mundo virtual; e virtual ele não é, porque pese em demasia e canse aos Três, ao Quarto, ao Quinto, e até ao raio que os parta a todos aos pedaços, para fazer jus aos farrapos de que são feitos esse céu, inferno e esse deus das falsas igrejas e falsas casas do povo da polis.

E é assim que vamos indo na forma descrita e revelada em todos os espelhos do mundo; porém jamais os espelhos revelam o que é um ser, por mais ingênuo e humilde seja quem nele se reflita.

Portanto eu não sou você nem você é eu no que dizem, pensam, ou imaginem ingenuamente que seja eu, e seja você; mas no meu caso, além dos limites universais, eu criei da minha máscara outras máscaras com pinturas e disfarces, não para fingir ou enganar, senão para a defesa de minha individualidade criança...

Pois se tiver alguma virtude que ao longo do tempo persista e resista e é agora real é a minha criança onde vive essa inocência que o mundo não viu, e eu ainda me permito alguma criancice aprontar para reviver instantes de alegria.

Mas continuo, assim como todo mundo, indevassável. Como então me pretende qualquer dizer isto, aquilo, vai, não vai, é e não é, pode e não pode fique sentado ou fique de pé? Não sou e nunca serei esse, assim como não será você se eu ousasse criar-lhe uma máscara ou apenas dizer-lhe: vá!

Ainda às máscaras se podem pintar de acordo com as necessidades do momento, quando se não tenha uma faca ou uma pedra para se apedrejar quem as queira rasgar.

Mas pintá-las requer uma arte apurada na escolha da cor e do tema que se vá pintar, para de acordo compormos nossa peça de teatro, em cujas cenas daremos início à temporada a que damos novo enredo e virgem tema.

Ou então, mesmo sem tema, sem rumo, sem ritmo e ao sabor do vento ou da tempestade no comanda coletivo, seguindo o drama da humanidade encalhada numa etapa PolíTica em qualquer esquina do caos passageiro.

E assim, após o último concerto retirar-se-ão todas as máscaras, permanecendo estática no tempo e desmanchando-se manterá um pouco mais pálida a cor da última pintura.

Há quem chame estas mortuárias, caras, em vez de máscaras mortalhas; e não é de todo mau o termo nem o som, mantendo a fonética até um pouco agradável.

Culturalmente se mantém o hábito de enfiá-las na urna fechadas e aí mantidas se esvaem junto com o resto do resto sem guardar-lhe a história real, que aí não entrou.

De algum modo todos nós para lá corremos tão logo nascemos do ventre materno e se rompa o primeiro cordão até ao final do baile.

Cala-se então a música, apagam-se as luzes e reinam as trevas; ou dança-se outro ritmo dependendo do que venha depois, cuja certeza em todas as línguas, em todas as crenças, conceitos, opiniões, nada além de meras hipóteses.

Também não é possível com exatidão saber o dia e o instante final da partida, mas de resto é publico e notório que o silêncio a todos se impõe, por ser única e irrefutável verdade, que fundo cala. 

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

ILUSÃO



ILUSÃO

Andei por muitas ruas e avenidas, por muitos becos, caminhos largos e estreitos. Enfim passei por muitos lugares dos quais guardo ainda na memória fragmentos daquele meu andar. Só não sei exatamente quem era aquele eu, quando hoje me refiro e falo de mim!

Em cada esquina que parei acabou ficando escrito um signo, para logo em seguida interromper uma pausa, quando precisei escolher um destino.

E até chegar aqui devo ter seguido à direita e à esquerda, embora na ilusão de que seguisse em frente, subindo ou descendo.

Sem saber subi escadas e desci ladeiras, mas talvez até em breves momentos por terreno calmo e plano caminhei!

E de todos os signos, das pausas e marcas, espinhos e gozos, hoje a minha afeição mais forte é por um pessoal eu assinalado nas legendas claras de um caminho em frente, cujas setas e placas indicando a direção guardam detalhes adquiridos pelos sentidos pela observação e um pouco de disciplina.
E por ser contemporâneo de um tempo romântico da minha cidade quase natal, meu coração insiste em recordar cada palmo de chão que nela percorri.

Ainda lá estão ruas, praças, embora alguns edifícios tenham sido derrubados e outros, infelizmente ruíram.
Durante a noite sempre retorno a esses lugares em sonho, mas sou tomada por grande apreensão na hora de voltar para a minha hipotética casa, à qual nunca sei como voltar, por não saber quem sou aquele eu do sonho, que não tem noções do endereço.

Talvez a causa seja não ter grandes pretensões materiais, nem fortes apegos a que persiga.
Também não acalento entusiasmo emocional que me empurre pelo desejo instintivo, nem a sonhos belos embalo na pré-noite. Apenas o silêncio cauteloso, às vezes até meio covarde, mas sempre temperado com um pouco de poesia.

Mas seja qual eu em mim exista nesse espaço noturno que nem sempre é reflexo do homem real procedente do dia, raras vezes tenho sonhos claros.

Penso que é mesmo fenômeno da Maia Budista, segundo a qual tudo no universo é ilusão, e como estou e vou neste mesmo verso, não seria possível ter sonhos precisos em lugares verdadeiros, se eles não existem! Nem eu próprio na totalidade individual existo!

Mas naturalmente sou como sou e vivo o ser revelado pela ciência neurológica, que anuncia muitos eus e nega um ego individual – mas eu não acredito nessa lorota – enfiando no mote de sua fundamentação as idéias filosóficas distorcidas do orientalismo.

Não é verdade que o budismo tradicional defenda essa crença, de que muitas manifestações de naturezas diferentes se manifestem, enquanto entes independentes da consciência de um ser, que interagem entre sim, mas não têm identidade de um ego central, semelhante ao criador supremo.

Nesse caso também a consciência do ego não poderia existir, por absoluta falta de uma identidade central que se reconhecesse no dia seguinte, por exemplo, como o sujeito de ontem.

Tendo mais de uma entidade ou múltiplos eus guardados numa prateleira neurológica, esses indivíduos formariam um arquivo no máximo de indivíduos como de um formigueiro, sem consciência pessoal.
E quando algo individual que naquele conceito científico não existe e não é nada, mas se voa dali com a morte e o cérebro cessa as atividades morrendo com o resto do corpo, o que afinal era o ser pensante, antes de bater as botas?

Em nome de quem, antes da morte, aquele cidadão que a tal pesquisa fizera reclama os seus direitos de autor? A qual seu eu estranho ele seleciona?

O universo, segundo o conceito de Maia é uma ilusão, e é perfeitamente compreensível, posto que deixe um dia de existir, assim como a saudosa rua por onde um dia passei!

Mas há alguém, que no caso sou eu recordando aquela rua; e até sinto uma infinita saudade por ela e pelo cheiro característico da comida árabe, de presença marcante de vários restaurantes naquela região! É evidente que eu não sei quem seja eu, mas sou. O quê, pouco importa!

Todavia o mais importante é saber e eu sei, hoje tenho mais consciência do que tinha ontem, sem a confusão de ser este ou aquele que percebe, pois, sou sempre eu.
Evoluiu dentro de mim e mantenho a consciência de que sou o mesmo de ontem, e estou aqui a aprender com a experiência diária.

Devo ser então um centro específico com uma função universal, tendo a memória para saber qual dentre tantos eus eu fui ontem, para saber quem sou agora.

E eu supero sempre as expectativas de uma ciência materialista, por mais rude seja eu e não permito me condenem à “massa” ou no máximo a uns diferentes centros de relativa consciência autônoma, sujeitando-me à prisão de um cérebro, como se eu fosse um formigueiro.

Há algo indecifrável no cosmo, que a ciência por mais avançada não desvendará, enquanto não mergulhar profundamente na causa que por trás dos efeitos se encontra.
Porque isto ela não pode negar: todo o efeito tem uma causa. Mas são incríveis esses teóricos da área! E como se apegam aos termos lingüísticos!

E até se esquecem e desprezam outros fatores como, por exemplo, no caso da regeneração do cérebro, quem comanda por trás dos neurônios a sua regeneração?

Uma natureza intrínseca, dizem eles, mas de onde vem essa natureza? A resposta deles é a de que faz parte da própria natureza e aí a mesma pergunta gira em círculos, até que se rompa e chegue ou esbarre na causa das causas, mas eles por teimosia negam.

Mas de todas as experiências vividas resultará sempre uma recordação em alguém por trás dos neurônios, e poderá ser afetada, se estes forem lesionados no espaço cerebral reservado à memória, por ser o cérebro o processador das informações; mas esse cérebro jamais será o senhor da consciência.

O ser oculto, enquanto ego superior paira sobre o inferior, que não desperta para a sua realidade universal, mas é quem mais ou menos usa as regiões cerebrais e seus habitantes, que são os neurônios.
Já a consciência central representa a quantidade de informações acumuladas ao longo do tempo de conceitos, teorias, educação, formação, religiosidade, espiritualidade, alimentação, conceitos de bem e de mal, etc.

E é o que ao fim resulta como entidade (ente civilizado) individual, mas em conjunto forma a civilização global afetada pelos conceitos dominantes, tanto científicos quanto religiosos, tanto políticos quanto educativos e sociais, numa forma mental coletiva ainda muito atrasada, enquanto modelo ideal para o homem idealizado há milhões de anos na mente insondável do Eterno, e até revivida mais claramente na Grécia antiga, no conceito do EU.

Mas em cada indivíduo haverá uma representação diferente, não obstante o cérebro ser igual em todos e a substância única que lhe dá a forma!

Em mim, porque a poesia insista em fazer porto, mesmo eu não estando apto a satisfazê-la maracá terreno a saudade, e revolve-se em nevoeiro noturno, fragmentada em lances recortados de imagens confusas.
E quando sonho quase sempre me encontro perdido, ou tentando escalar pelo lado mais difícil um obstáculo intransponível. E ao voltar para casa nunca sei onde moro, nem conheço o caminho de volta.

Em resumo, diria andar sempre perdido em meus sonhos, com apenas uma certeza sentimental: tanto acordado quanto sonhando sinto nas profundezas da alma uma infinita saudade.

Se eu tivesse que definir um ser para além dos conceitos científicos e dogmáticos que sobreviva após a matéria, o chamaria de saudade, ente saudade, mas sou um, dentre tantos hipotéticos outros.
Isto naturalmente não é mera uma metáfora, é um individuo, cujo termo em si nega qualquer conceito contrário. E quem tem juízo ao espírito não é possível negar enquanto substrato ou essência desconhecida do conjunto ego, do qual momentaneamente sou um ente saudade em estado de consciência aportada e processada no cérebro.

Minha casa parece estar muito longe daqui ou de mim, mas só por não ter havido, quem sabe, a realização de algum desígnio carmático.
Mas estas coisas mais as sinto do que as sei; aliás, eu não sei nada! Minha imaginação estacionou à entrada de um túnel, no qual pressupunha ao final encontrar raros conceitos e luminosas idéias que me conferissem alegria e alguma realização pessoal, mas não pude seguir em frente, porque se fechara nos limites da minha inteligência, ainda pouco desenvolvida.

Por isso sonho também de vez em quando com água, barro e lama a servir-me de caminho, que imagino sejam o ambiente de embrião primário.  

Diante desse quadro haverá quem pergunte: - quem é esse perdido? E eu respondo: - sou um eu confuso e meio atormentado, sim, mas em busca de uma identidade real, um ego que de alguma maneira prova que ser é algo muito acima de um conceito lingüístico, e jamais uma ilusão passageira entre neurônios, que até se regeneram se extirpados.

Sou, enfim, como qualquer um, uma alma inquieta dentro de um corpo já meio velho e cansado, protótipo de um ego universal tríplice, cujo espírito seria a suprema inteligência ainda limitada, porque vertida por um minúsculo orifício limita e só me permite compreender apenas o óbvio, na triste condição de um ser ordinário, ou acorrentado Prometeu.  

 Como poderiam então haver sonhos belos, a meio a este perdido caminhar noturno e raras vezes colorido cujo destino é deveras glorioso?
Mas estou atento e alerta para com os modernos sábios, porque desconheçam e mesmo conhecendo-os desprezam os velhos iluminados.

Mas quando digo que eles sabem pouco ou nada, é porque ninguém sabe muito, diante do mistério que envolve o porvir... E porque seja este apenas o verso do verso de Deus e Deus é tão infinitamente Grande!     
Mas além do mistério que envolve a vida, no conceito mais elevado que não está ainda ao alcance dos homens há esperança de momentos mais felizes para a humanidade.

Ainda à mercê de cantos estranhos e crenças fantasiosas não obedece aos impulsos internos silenciosos, mas esses impulsos é que vão construindo o indivíduo.

E se ainda prefere seguir a cabeça de um líder ou de um ídolo, cujo resultado final está muito claramente escrito, um triste e trágico quadro retrata em preto e branco a cor mundanal.
E assim todos imitam todos, e o mais esperto tira partido e explora o mais fraco, sem o menor constrangimento. Tal é seu estado de consciência perante a real essência da vida, que absolutamente ignora.

E assim se escreve a falsa história intelectual, por regra fundamentada por um autor que se aproxime de sua compreensão e entendimento, numa espécie de ciranda onde não é necessário pensar, nem criar, mas citar, citar e citar desde que o citado tenha citado que por sua vez fez citações.
Parece que ninguém quer mais criar novos conceitos que irão modelar novas formas de arte, de ciência literária, nova maneira de agir e sem desrespeitar os sábios de todos os tempos, ora substituídos por outros duvidosos e modernos, mas muito citados.

 Pessoalmente não serei eu exemplo de nada por estar a viver dos fragmentos mentais de minha memória, cuja sensação mais lúcida é meramente uma tremenda melancolia, que já nem sei se é mesmo saudade. Porém indignado com o andar do mundo.
Compreendendo-se por mundo as pessoas que o compõem e causam em nome da arte e da ciência desconcerto e intolerância, causando tremendo estouro e violência, em cima dos mais fracos e pobres.
Para que o fútil na mídia se mantenha no alto e o tal cidadão faça seu discurso científico, outro venda seu peixe político, ou o seu deus aos bocadinhos.