terça-feira, 4 de dezembro de 2012

HOMEM III


HOMEM

De uma porção de pó rolando céu abaixo,
Até o pó de estrelas em areia convertere-se,

Veio rolando o mundo todo assim eu acho,
Até que finalmente o homem fez-se!

E vai de gente pele e osso feito carne,
Arando terra em guerra paz chora e trabalha.

Come do chão come o que voa até do mar,
E ao que magoa joga fora e suja o ar.

Vai lusco-fusco a piscar num vendaval
Meio a sorrir pra não cair pra não chorar...

Vai meio homem com metade animal.
Vai meio não vai meio sim até calar.

E o pó de estrelas céu abaixo vem rolando,
Renasce cada dia cada hora martelando

E mata e come e defecando o que lhe sobre,
O homem morre e volta ao pó de pó se cobre.
...

E assim, amigo silencioso que aqui chegou em boa hora,
permita-me, preciso fazer uma observação; embora não seja o nosso caso,
mas devido o machismo ainda fortemente enraizado no espírito
ocidental, saúdo a silenciosa amiga, muito bem-vinda mulher
em pleno tempo de reinado, e alçada ao lugar que lhe compete
em condições de igualdade, sem tirar nem por, como diz o ditado.

Movidos pelo desafio de buscar o “desconhecido” aqui chegados
e eis me a brincar de compor esta introdução musical, para nós,
filhos de fato do pó de estrelas! Mas não devemos confundir
esse pó com outros pós grosseiros...

Esse pó de estrelas nem podemos imaginar a dimensão
nem o grau de pureza imaterial, que seria apenas algo como
principio mental que viria depois de infinitas formações a ter
indícios formais.

Como é então possível recuar no espaço e imaginar aquele estágio
ou contar os grupamentos das partículas, até chegar ao sólido?
Impossível!

Não sólido com o conhecemos, mas ao estágio etéreo como raiz
da matéria!

Mas andamos já muitas léguas de ensaios dimensionais, até o verbo
se fazer carne.

Mas o Verbo do Início, pessoalmente tenho uma ideia que não é
sequer parecida com as muitas teorias a respeito: antes, acredito
na simplicidade da função do verbo, que na oração é movimento,
ação e naquele momento primordial seria  a Vontade do Eterno
como impulso de sair de si e jogar-se para fora, na multiplicidade.

Aquele começo que diz que "era o verbo que se fez carne",
estava infinitamente distante da ideia da palavra, de qualquer
ideia de linguagem.

Para dar legitimidade ao termo só concebo essa ideia da Vontade
no verbo como ação do início, como manifestado.

A carne viria muitas e quase incontáveis dimensões e processos 
de adensamento depois.

Mas o fato relevante é que estamos aqui numa carne perecível,
passageira e absolutamente deslumbrante como laboratório que
sem dúvida se pode chamar do Espírito Santo.

Tanto do ponto do vista biológico, quanto místico ou esotérico.
Com a nossa formação trina em nossos três sistemas nervosos,
 nos ligamos aos três mundos, por assim dizer.
E é assim que o Vago que se relaciona com a natureza anímica;
o Simpático em relação ao físico; já o sistema Cérebro-Espinhal
se relaciona ao espírito.

De alguma forma há relação entre os três sistemas e os três átomos
permanentes, localizados no fio de ouro, de que já falamos,
que é aquele que une a alma ao espírito. E um destes átomos guarda
as características físicas; outro as da alma, e o terceiro do espírito.
Mas estes átomos não se devem confundir com átomos materiais,
pois são de outra natureza!

Bem, sabemos que somos Um, o individuo; já falamos de nossos Três
sistemas, de nossos Três átomos e temos também Sete chakras
fundamentais, que são os centros de energia que se ligam ao longo
da coluna vertebral, na superfície do corpo astral por onde
fluem três tipos principais de energia prânica - vital -, através dos três canais
competentes que percorrem de baixo a cima e de cima para pra baixo
a nossa coluna vertebral. Seria algo como energia “solar”, “lunar” e “andrógina”
ou neutra. Os Hindus chamam, Ida, Píngala e Sushumna.

Notaram, caros amigos e amigas, a constante formação do Um, Três e Sete,
tanto no Universo quanto no Homem? Aos poucos vamos desvendando
porque somos feitos à imagem  semelhança do Criador, Aos poucos...

Herdeiros desse universo composto de Bilhões de galáxias, constelações,
Estrelas, planetas, infinitas formas de vida e tudo isso literalmente
em nós, porque permitiríamos que a soberba andasse a assanhar o desejo 
de conquistas e nos tente a dominar o outro?

Apesar do brilho das estrelas, do poder incomensurável do Sol Central
do núcleo da galáxia, apesar do Sol Oculto por trás de todos os Sóis...
o universo é desconcertante simples e não precisa provar nada.

E nós, precisamos? A única coisa que precisamos é de alegria,
curiosidade e vigilância dos sentidos para uma jornada feliz
que mal começou. E como somos uma síntese, busquemos
também essa síntese em nossa linguagem, quando poucos leem
os textos longos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário