Desesperada e anoitecida a mente não dorme em paz, nem ao cérebro
permite que descanse.
Neurônios discutem temas filosóficos e formas pensamentos brigam
entre si, como se fossem filhos legítimos de um processo mental, que lhes
houvesse dado vida. Mas se vivem alguns momentos, não são reais nem
permanentes. Como seriam, num universo impermanente?
Existem apenas naquele instante de geração. Depois são apenas
sombras mentais e esse é o papel que lhes cabe representar.
Também às formas emocionais, outro papel não cabe. E é assim que
num céu de nuvens pessoais se forma a grande nuvem coletiva, por onde vagueiam
fantasmas assustando-nos à noite.
E durante o dia com influência grave até às vezes são os nossos
guias, enquanto homens de vontade fraca, enquanto ainda a mente desperta não
comanda o nosso destino.
Em semelhante situação não se pode afirmar categoricamente que aí
predomine a mente racional, porque ainda não existe a razão pura.
Embora os sonâmbulos discutam teorias e defendam suas opiniões
pessoais, quem tiver um pouco mais de sensibilidade e algum conhecimento sobre
o mecanismo psicológico, compreenderá claramente ter à sua frente um repetidor
de idéias alheias vestido de gente, falando uma língua semelhante à dos homens.
Entretanto, quando alguém se desespera por qualquer motivo e coça
a cabeça diante dos temas mentais difíceis de resolver, nesta mente já há
sinais de esperança de um futuro rebelde mental nascer.
Terá de contar com a reencarnação, e através da qual durante
muitas vidas tornar-se-á um cidadão capaz de pensar por si mesmo.
É isto o que ensinam os grandes e poucos escritores, os
pouquíssimos e grandes pensadores e os raríssimos MANUS, que as tradições
chamam de Iluminados e Salvadores.
Mas existem tantas religiões querendo salvar os homens, que nem é
preciso mais pensar.
Desde que haja uma emoção afetiva e um bocadinho de fé em qualquer
coisa, até eventualmente na xícara que vá sobre o pires onde se despeja ou
derrama café quente, quando não aquele dos cinco éfes!
Mas não tratam de nenhuma crença e não são cinco formas de fé, as
cinco qualidades do café enunciadas nos cinco éfes!
Cinco, porém são os predicados de cada uma das mãos, se a cada
dedo for consagrada uma arte planetária...
Mas não digo quais são essas artes, nem se com ameaças de morte
vierem coagir-me para que eu diga!
Todavia posso afirmar e já deixando a brincadeira de lado, que
embora pareça uma fantasia eu não estou neste exato momento a brincar. Ao
contrário, é coisa seríssima, para com “seríssima” dimensionar a grandeza que
se encontra na representação planetária, escrita nos dedos de cada mão.
Considerando as duas mãos, dez haverão de ser exteriorizados os
talentos dos homens, pois embora semelhantes em concreto são direitos e esquerdos,
também para homenagear os nobres hindus, porque Deus ou Brahma é realmente DEZ
em cima, e DEZ em baixo, nos pés, com os quais se caminha...
Mas de repente diante de um universo inesgotável de solfejos
mentais cristalizados até em vocábulos linguísticos e em símbolos
preservados, arquétipos sementes, e modelos de todas as coisas no mundo das
idéias, pode-se criar no exato momento em que se os queira pensar arrastando
para nós.
E não há mais nada para acrescentar. Talvez fosse justo apenas
reafirmar que Brahma é DEZ e Ele é o Criador.
Mas não liga, se qualquer um embaixo se achar o dono da coisa, e
um grande criador!
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