Não
estão à superfície da alma os mistérios que nela se manifestam, para que
através de uma análise se revelem ao terapeuta. Não são os mistérios da alma
grãos chochos à superfície da água, que depois de colhidos com uma escumadeira e
jogados sobre a mesa o Dr. os separe por simples análise. Com raras exceções dos grandes cientistas da alma, a
maioria dos médicos da área não passa de profissionais da psique.
Enquanto
a alma dista muitas léguas além e muitas dimensões acima disso, em razão de
seus mistérios não serem frutos de estatísticas, das quais tateando meio no
escuro até conseguem alguns acertos de comportamento, e através de pesquisa analítica
detectam a camuflagem dos sintomas e até às vezes se obtenha algum alívio ao
paciente, mas é só.
Não
deixa de ser um caminho, evidentemente que não, mas para aqueles meramente
profissionais. Já para os cientistas da alma, estes sim vêem nela uma base real
para o espírito.
Enquanto
os materialistas não trabalharem com a hipótese da evolução limitam-se a criar
canteiros de flores artificiais, em meio ao deserto árido e em conflito, só
desatando noz com que elevam o paciente a atingir um relativo alívio passageiro
de equilíbrio; mas é necessário dizer, também, que o perfeito equilíbrio, o
eixo real e permanente não é possível nem desejável.
Exceto
para os grandes iluminados, adeptos e grandes almas... Além do mais não se pode
desprezar a hipótese de que as crises existenciais constituem-se em maravilhoso
elemento de evolução, não obstante as promessas de cura e salvamento: tanto de
alma quanto de espírito por terapeutas, cientistas e pregadores religiosos
guardadores de rebanhos.
Mas
tanto os profissionais honestos quanto os cientistas, educadores, sacerdotes e gurus
sabem e todos de algum modo ensinam não estar de posse de ninguém a cura de
outrem, pois realmente nem Deus poderia fazê-lo.
Porquanto
a cura da alma está na própria alma, e nas mãos de cada paciente os
instrumentos, e opostamente os venenos e milagrosamente também os antídotos. Deve
cada um aprender a usá-los na medida em que vá conhecendo a si mesmo. E será
esta a boa técnica dos bons terapeutas.
Mas
se ao invés disto os pacientes preferirem pagar e buscar fora o que não está em
lugar algum senão dentro deles, ainda que para os céticos no intestino grosso...
Ou num porre à mesa de um bar! Então basta uma visita ao solitário gabinete, nesse
lugar solitário se irá o mal todo pela descarga.
Parece
estranho este comentário, mas já ouvi semelhante receita e diria apenas que
para isto acontecer um mínimo de sanidade é necessário e forças físicas e
mentais para apertar o botão da válvula! Pena que após a descida a alma
continue ébria e cega, e a boca terrivelmente amarga!
Quanto
à consciência é uma questão na qual não entra médico, não entra álcool, nem
entra nela o que pela descarga desça...
E é
por isso que de uma autoridade em alma deveria exigir-se longo caminho
percorrido e lido nas estâncias do conhecimento universal iniciático relativo
ao tema, que é sem dúvida de onde provém a sensibilidade e o conhecimento para
de alma ao menos se falar!
Para
tratá-la, então, o que deveria mesmo se exigir? Que o digam verdadeiros
sacerdotes das ciências da alma e não outros! Não obstante o alívio
terapêutico, muitas fórmulas, códigos e uma conta sem conta de livros
milagrosos e muito dinheiro.
Mas
a alma continua sendo mesmo alma, independente das novas técnicas e das modernidades,
certamente que sim e será sempre a base do espírito onde realmente tudo se
revolverá. Ou não!
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