sábado, 4 de julho de 2009

O VASO RACHADO

Em cada extremidade de uma vara
uma mulher chinesa transportava
dois grandes vasos, um dos quais largava
pelo caminho a água que buscara.

Ante a vasilha intacta, sem defeito,
a vasilha rachada se sentia
envergonhada por, daquele jeito,
desperdiçar a água que trazia.

A verdade, porém, é que do lado
da vasilha rachada iam brotando
pelo chão fora... rosas de toucar.

Não diga pois ninguém, se lamentando,
que para nada serve nesta vida,
porquanto... tudo tem contrapartida!

JOÃO DE CASTRO NUNES

2 comentários:

  1. Receita artistica:
    pegue a velha sabedoria chinesa e misture com o engenho e saber português, e dá isto aqui bem em cima...
    Será que o mundo vai passar batido, sem conhecê-lo?
    João de Castro Nunes jamais será esquecido por mim. Mas isso é muito pouco!
    Foi Deus, como diz uma canção lusa, e uma tal de nem sei quê lusitana que nos uniu.
    É o tal mal no bem rsrsrsr riso
    Que talento amigo João com Jota maiúsculo e poesia absolutamente VIVA.
    Tão viva que se vê o sangue a circular por ela.
    Parabéns também é pouco. Então VIVA para sempre no seu canto, e obgigado por ser meu amigo
    Júlio Teixeira de Lima

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  2. Adoro esta história, em minha aulas, quando falo de auto-estima, sempre conto esta antiga lenda, beijos.

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