segunda-feira, 13 de julho de 2009

Quem somos nós? (Balada da saudade do tempo em que sonhava...)

Somos o quê, quem, quando, onde?

Ah, se não viesse o tempo e levasse as nossas florzinhas, dos sonhos de ontem!

Ah, se não tivéssemos memória, e o agora não nos mostrasse as lágrimas por nossas pessoas queridas, que vão se apagando por dentro, na mesma medida em que por fora se apegam às tristes e inúteis quimeras!

Ah, se isto não fosse tão verdade com é, e por elas eu não chorasse ainda!

Mas a quem socorro pedir, se quem ouve e tanto bem se lhe quer não quer ouvir?

De que me vale um eixo, de que me vale o equilíbrio e ser simples, se a quem se ama não serve para nada?

Pessoalmente viver em paz e singelamente só para mim é muito pouco, e nem o quero mais assim!

Mas se o mundo ruindo e insanamente rindo uns senhores insanos comandam o mundo, a quem reclamar, de meus danos?

Desgovernado e sem lei, pois lei sem força entre os brutos não se impõe justa e branda?

E o que então dizer se nem aos meus posso falar o quanto sem sentirem se apagam por dentro, aos poucos, e o sonho tão belo de ontem, se vai hoje cobrindo de embalagens vazias, caixas de papelão mofadas, papeis com letras mortas, e recordações tristes de apegos a inutilidades?

No mais?

Em meu horizonte ontem tão nítido e eu nele presente, seguro, sóbrio e confiante, hoje interrogações sem resposta diante da impotência imposta pelas fatalidades humanas, estranhamente muitas dessas por causa de ouvidos fechados, em vez de ir com eles alerta!

Mais estranhamente, são mesmo as muitas bocas falantes... E até uns reis passageiros a caminho de se tornarem messias... Mas como podem falar tantas asneiras e heresias?

E até espantosamente riem estes senhores por que sejam tolos e mentirosos, ou por nem desconfiarem da tamanha burrice mentem e riem, para si mesmos?

Naturalmente também para os inocentes úteis!

Conquanto porquanto e, contudo, é mesmo este o mundo de hoje, com quase sete bilhões de humanos!

E destes a coletiva Humanidade – uma unidade – e não é que uns reizitos pequeninos desses que pouco mais que ratos cumprem andar no mundo... Querem se intitular donos dessa uma - unidade?

Só porque aos mais pobres, primordialmente de espírito, dão esmolas e eles agradecem votando?

Ah, Deus, onde reencontrar o meu perdido eixo com pelo menos os meus queridos entes dentro dele!

3 comentários:

  1. ONDE?
    ONDE?
    EM TI MESMO.
    HÁ ESPAÇO PARA TUDO E TODOS.
    MAS RESERVE O ESPAÇO PARA O CAVALEIRO.
    A SOLIDÃO DELE É CRIADORA.
    NÃO FOSSE ASSIM, NÃO SERIA UM CAVALEIRO, POIS UM CAVALEIRO DOMA E CONDUZ O CAVALO ( os instintos ) E ASSIM, QUEM SABE...GANHARÁS UMA CADEIRA EM VOLTA DA TÁVOLA DE ARTHUR?

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  2. Obrigadão pela visita.
    Fique por aqui também, Grande Dama!
    Cavaleiro tem Dama...

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  3. AD ASTRA

    Um mar de sonhos foi a minha vida,
    qual deles da mais alta envergadura,
    uns consumados, outros porventura
    em fumo convertidos... à partida!

    Eu sempre os pus ao nível das estrelas,
    nas suas ígneas chamas me aquecendo
    e de qualquer maneira pretendendo
    em luz acaso competir com elas!

    Talvez fosse esse o meu tremendo azar,
    sonhar alto de mais, com a ambição
    de à sua imensa altura me guindar.

    Se nunca as alcancei senão sonhando,
    resta-me ainda e sempre a ilusão
    de em sonho as atingir de vez em quando!

    JOÃO DE CASTRO NUNES

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