segunda-feira, 14 de setembro de 2009

VITÓRIA DO LÍRIO

Não sei o que seria de mim se a minha alma não fosse simples como o lírio do campo! Nas crises profundas, um simples orvalho da manhã renova o lírio e refrigera minha alma.

Muitos orvalhos de varias naturezas alegram minha alma. Um simples gesto de cortesia de alguém que passa na rua, o sorriso puro de uma criança, pronto... Mas os orvalhos são como as gotas do sereno noturno em manhã fresca, cediça ao dia quente e ensolarado.

Vale aquele momento e não é possível prolonga-lo para dar alegria onde há tristeza e meia morte... Para quê, por analogia não haja meia vida e meia verdade.

A medida adquirida pelo meu entendimento da simplicidade e como ela deve ser ante os gestos mais comezinhos de civilidade, não a quero por aí a servir de padrão nem arquétipo de nada. Vale aqui como mero registro de quão raros são os gestos brandos do mundo.

Resta-nos o sorriso das crianças, o sorriso inato. Felizmente minha alma é simples como o lírio do campo, que vai sobrevivendo no pequeno espaço que ainda lhe resta; cada vez menos espaço e menos campo, mas sobrevive.

Apesar das tragédias a poesia, semelhante ao lírio, também sobrevive. E se a questão se resume à sobrevivência, não é necessário dizer mais nada; afinal, heroicamente a vida resiste, restando-nos lamentar as espécies já desaparecidas.

2 comentários:

  1. Ah,os lírios do campo....quanta beleza e singeleza! Assim é o meu bom amigo,Julio Teixeira,e tudo que dele sai!

    Belo texto....

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  2. Que seria de mim, sem a amiga Dolores!
    Obrigado boa amiga, obrigado!

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