sexta-feira, 23 de julho de 2010

Fernando Henrique Cardoso.

Este artigo lúcido e ventilado com a realidade dos fatos, deverá servir de norte a quem tem amor à pátria e ao seu povo.



Fernando Henrique Cardoso



O presidente Lula passa por momentos de euforia que o levam a inventar inimigos e enunciar inverdades. Para ganhar sua guerra imaginária, distorce o ocorrido no governo do antecessor, autoglorifica-se na comparação e sugere que se a oposição ganhar será o caos. Por trás dessas bravatas está o personalismo e o fantasma da intolerância: só eu e os meus somos capazes de tanta glória. Houve quem dissesse “o Estado sou eu”. Lula dirá, o Brasil sou eu! Ecos de um autoritarismo mais chegado à direita.

Lamento que Lula se deixe contaminar por impulsos tão toscos e perigosos. Ele possui méritos de sobra para defender a candidatura que queira. Deu passos adiante no que fora plantado por seus antecessores. Para que, então, baixar o nível da política à dissimulação e à mentira?

A estratégia do petismo-lulista é simples: desconstruir o inimigo principal, o PSDB e FHC (muita honra para um pobre marquês…). Por que seríamos o inimigo principal? Porque podemos ganhar as eleições. Como desconstruir o inimigo? Negando o que de bom foi feito e apossando-se de tudo que dele herdaram como se deles sempre tivesse sido. Onde está a política mais consciente e benéfica para todos? No ralo.

Na campanha haverá um mote – o governo do PSDB foi “neoliberal” – e dois alvos principais: a privatização das estatais e a suposta inação na área social. Os dados dizem outra coisa. Mas os dados, ora os dados… O que conta é repetir a versão conveniente. Há três semanas Lula disse que recebeu um governo estagnado, sem plano de desenvolvimento. Esqueceu-se da estabilidade da moeda, da lei de responsabilidade fiscal, da recuperação do BNDES, da modernização da Petrobras, que triplicou a produção depois do fim do monopólio e, premida pela competição e beneficiada pela flexibilidade, chegou à descoberta do pré-sal. Esqueceu-se do fortalecimento do Banco do Brasil, capitalizado com mais de R$ 6 bilhões e, junto com a Caixa Econômica, libertados da politicagem e recuperados para a execução de políticas de Estado.

Esqueceu-se dos investimentos do programa Avança Brasil, que, com menos alarde e mais eficiência que o PAC, permitiu concluir um número maior de obras essenciais ao país. Esqueceu-se dos ganhos que a privatização do sistema Telebrás trouxe para o povo brasileiro, com a democratização do acesso à internet e aos celulares, do fato de que a Vale privatizada paga mais impostos ao governo do que este jamais recebeu em dividendos quando a empresa era estatal, de que a Embraer, hoje orgulho nacional, só pôde dar o salto que deu depois de privatizada, de que essas empresas continuam em mãos brasileiras, gerando empregos e desenvolvimento no país.

Esqueceu-se de que o país pagou um custo alto por anos de “bravata” do PT e dele próprio. Esqueceu-se de sua responsabilidade e de seu partido pelo temor que tomou conta dos mercados em 2002, quando fomos obrigados a pedir socorro ao FMI – com aval de Lula, diga-se – para que houvesse um colchão de reservas no início do governo seguinte. Esqueceu-se de que foi esse temor que atiçou a inflação e levou seu governo a elevar o superávit primário e os juros às nuvens em 2003, para comprar a confiança dos mercados, mesmo que à custa de tudo que haviam pregado, ele e seu partido, nos anos anteriores.

Os exemplos são inúmeros para desmontar o espantalho petista sobre o suposto “neoliberalismo” peessedebista. Alguns vêm do próprio campo petista. Vejam o que disse o atual presidente do partido, José Eduardo Dutra, ex-presidente da Petrobras, citado por Adriano Pires, no Brasil Econômico de 13/1/2010. “Se eu voltar ao parlamento e tiver uma emenda propondo a situação anterior (monopólio), voto contra. Quando foi quebrado o monopólio, a Petrobras produzia 600 mil barris por dia e tinha 6 milhões de barris de reservas. Dez anos depois, produz 1,8 milhão por dia, tem reservas de 13 bilhões. Venceu a realidade, que muitas vezes é bem diferente da idealização que a gente faz dela”.

O outro alvo da distorção petista refere-se à insensibilidade social de quem só se preocuparia com a economia. Os fatos são diferentes: com o Real, a população pobre diminuiu de 35% para 28% do total. A pobreza continuou caindo, com alguma oscilação, até atingir 18% em 2007, fruto do efeito acumulado de políticas sociais e econômicas, entre elas o aumento do salário mínimo. De 1995 a 2002, houve um aumento real de 47,4%; de 2003 a 2009, de 49,5%. O rendimento médio mensal dos trabalhadores, descontada a inflação, não cresceu espetacularmente no período, salvo entre 1993 e 1997, quando saltou de R$ 800 para aproximadamente R$ 1.200. Hoje se encontra abaixo do nível alcançado nos anos iniciais do Plano Real.

Por fim, os programas de transferência direta de renda (hoje Bolsa-Família), vendidos como uma exclusividade deste governo. Na verdade, eles começaram em um município (Campinas) e no Distrito Federal, estenderam-se para Estados (Goiás) e ganharam abrangência nacional em meu governo. O Bolsa-Escola atingiu cerca de 5 milhões de famílias, às quais o governo atual juntou outras 6 milhões, já com o nome de Bolsa-Família, englobando em uma só bolsa os programas anteriores.

É mentira, portanto, dizer que o PSDB “não olhou para o social”. Não apenas olhou como fez e fez muito nessa área: o SUS saiu do papel à realidade; o programa da aids tornou-se referência mundial; viabilizamos os medicamentos genéricos, sem temor às multinacionais; as equipes de Saúde da Família, pouco mais de 300 em 1994, tornaram-se mais de 16 mil em 2002; o programa “Toda Criança na Escola” trouxe para o Ensino Fundamental quase 100% das crianças de sete a 14 anos. Foi também no governo do PSDB que se pôs em prática a política que assiste hoje a mais de 3 milhões de idosos e deficientes (em 1996, eram apenas 300 mil).

Eleições não se ganham com o retrovisor. O eleitor vota em quem confia e lhe abre um horizonte de esperanças. Mas se o lulismo quiser comparar, sem mentir e sem descontextualizar, a briga é boa. Nada a temer.

5 comentários:

  1. Carissímo irmão.

    Já estamos habituados a ouvir os politicos,principalmente os que estão no governo,dizer que foram os melhores,que só eles assim,que só eles assado,os outros nunca fazem nada.

    Sinceramente,é uma corja na qual já não acredito,os politicos mais sérios,sairam de cena,só ficaram os corruptos,embora eu pouco perceba de poilitica e muitos menos a de outro país,mas fiquei com boa impressão do presidente Fernando Henrique Cardoso.
    Uma cena deveras hilariante á qual nunca tinha assistido,foi ver um presidente a chorar copiosamente em plena televisão durante uma entrevista,com saudades do governo que ia deixar,seriam de corcodilo?Ele há com cada uma.

    Bom fim de semana.
    Fraterno abraço

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  2. Cara amiga Ana,
    FHC tirou o Brasil das trevas, de uma inflação que chegou a 84%, que já durava décadas.
    Lula usurpou realmente tudo que ele fez, instalou uma quadrilha de 40 ladrões em torno de seu gabinete, chefiada pelo chefe da casa civil, Zé Dirceu, tornou seu filho o maior magnata e dono do Oi, que esses dois, lula e Zé querem vender à Portugal Telecom.
    Lula disse ter se iniciado sexualmente com uma égua e garantiu não desprezar, na juventude uma cabrita.
    Também revelou, quando preso ter tentado estuprar um rapaz de dezenove anos... o chamado menino do MEP.
    Não tem um pingo de vergonha na cara, não respeita a Lei, não respeita o povo e muito menos o dinheiro público, é um canalha que não vale um tostão furado e agora anda às turras com Obama, o seu inimigo, a FHC elegeu aquele a ser destruído, abraça Fidel, Chávez, e outros ditadores sanguinários.
    Então eu é que lhe pergunto: são lágrimas de crocodilo?
    Acho que nem isso ele é capaz.
    Mas, em minha opinião eu diria que lula não vale o cuspe de FHC, que devido a sua educação não cuspiria na cara dele, embora essa acima seja infinitamente mais deplorável.
    E naturalmente vale menos do que a terra, dos sapatos de Obama.

    Fraterno abraço
    e feliz fim de semana

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  3. Quanto ódio, amigo Júlio ! ...
    Creio que não é assim que se faz política !?...
    Um abraço e bom fim de semana.

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  5. Não é ódio, meu caro!
    Indignação sim, com esse monstro.
    Política? Acha o amigo que é caso de política o que esse sujeitinho pratica?
    Não imagina as barbaridades na saúde, na educação, na segurança...
    Morre mais gente aqui vítima da violência do que na guerra do Iraque.
    E a imprensa?
    Só publica o que interessa ao capo de tuti capo.
    Caminhamos rapidamente para uma ditadura nos moldes cubanos.
    Há um plebiscito sendo tramado para determinar a propriedade rural em 15 módulos rurais, e cada módulo equivale a 15 hectares em zonas produtivas como São Paulo... 225 hectares.
    Temos hoje produzindo áreas com milhares de hectares em alta produção de qualidade e preço, e então as grandes fazendas de café, de cana de açúcar, se soja, de gado, de pinho e eucalipto, de arroz, de milho, feijão etc., que alimenta o mudo vai para os sem terra, que com a reforma agrária já detêm o dobro da área produtiva particular e não produzem nada?
    A Venezuela de Chávez caminha para o caos, nadando em petróleo.
    O que esses larápios comunistas querem, afinal?
    É pouco 100 mil cadáveres de Fidel e Tche, e 110 milhões de Stalin e Mao?
    Eles querem isso e deixaram claro no programa de governo da terrorista, que ajudou a matar um jovem de 19 anos com 50 kg de dinamite: Mário Kozel Filho.
    E muitos outros crimes que estão na ficha criminal dela, e o stalinácio quer enfiar pela nossa goela abaixo.
    Não, não é ódio, meu caro!
    Há uma civilização para criar por aqui.
    E esse lixo precisa ser varrido rapidamente do poder.
    E eu não tenho outra espada senão esta.
    Faço a minha parte sem medo e sem papas na língua.
    Bom fim de semana par si também,

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