segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Embrião de um Discurso ... Arquipélago da Solidão



Eis aqui mais um arquipélago da minha solidão mental, onde agora me encontro sem choro nem mágoas! Já chorei tudo que poderia ser debitado em forma líquida salinizada nas lágrimas. Se ainda as tiver de chorar, embora ainda salinas, hão de ser de alegria. E mesmo que não tenha motivos para rir, não choro mais.

Serenou-se a tempestade de muitas paixões, ainda que as chuvas esparsas do verão não se tenham esgotado. Bate-me ainda de vez em quando uma leve sensação sem nome, que só não abala meu eixo porque o creio tão meu e tão legítimo, que não se abala por não ter espaço fora aonde se vá abalado, mas não é o caso, descreve-lo. E o mais que neste momento desejo de bom, bem e belo que encerra o EU é que cada um encontre o seu eixo.

Mas não se limitem Taoistas, Budistas, Cristãos, Maometanos etc. a qualquer eixo que pertencera a alguém... Mas também não devemos desprezar nenhuma semente das que foram jogadas na terra por grandes almas e ora sirvam apenas servir de muletas a quem as usa. Pois tanto o pão da vida quanto o maná caído do céu não podem simplesmente ter caído de lugar algum, mas em certas circunstâncias precisam cair de algum alto, pois a fé também agrega e precisa ser alimentada.

Conquanto se deva pesquisar no mundo das idéias a arquitetura do Cosmos, para dessa estrutura deduzir o concerto das formas concretas e abstratas que abrigam a essência que rege o caminho da ideia original, superior às vestes que a reveste, naturalmente.
Neste conceito de pesquisa não deve entrar por estratégia o hábito muito comum de divagar pelo mundo das aparências, por nessas paisagens fazer graça a manifestação psíquica, e encobrir as causas reais. Vejamo-lo, pois através de um conceito metafísico arquitetônico universal, cujo projeto global vai alterando os conceitos antigos prosseguindo na construção do universo expandindo-se, adaptando-se, porém ao projeto original.

Nele vão incontáveis expressões de vida e também homens, e muitos destes querem ir para o céu, sem termos notícia nem de indícios de sua existência no projeto universal, nem rascunho de uma escada para até ele subir, caso esteja em cima! Mas como não é possível à lagarta voar antes de se tornar borboleta, não podem mesmo os homens borboletear até o céu, que é muito longe daqui para chegar-se lá depois da morte; e ainda que escadas houvesse e por ela subissem o melhor e mais plausível é mesmo aproveitar a condição das lagartas as muitas patinhas!

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