Ao longe desaparece no horizonte a terra amada, o cantinho humilde onde eu nasci.
E embarco nesta pátria de ferro sobre o mar deitada e lenta, ao sabor das ondas a balançar.
E ao meu perdido elo que aos pés do chão abandonei já nem o lamento tanto, pelo muito que já o chorei!
Deserdado da pátria e do ninho onde nasci e de onde muito cedo parti nas primeiras horas de uns dias que aí vivi, que de tão feliz nem vi passar!
Olho agora em frente e vejo mar, olho à direita e só vejo a água tediosa a balançar.
E se olho à esquerda só vejo as ondas sem nenhuma graça a dançarem.
Mas se já é noite, no céu apenas estrelas em silêncio e de fraco brilho a estrelar.
E o tédio tenebroso, para onde me ponha a olhar!
Mas já não vejo distantes os olhos de bem querer de minha mãe zelosa a reparar, senão um lenço na memória que ficou pra trás no tempo cais a me acenar.
Onde vai dar esta estrada oceânica, onde vai ter o meu destino só?
Onde vou reencontrar a minha já perdida infância, nesta caixa de ferro e de agonias a sepultar meu fado, e as minhas fantasias?
Não sei.
Quem dera entender do céu o seu desígnio, ah, pudesse eu adivinhar o meu futuro e o meu destino!
Não andaria assim perdido em tempo escuro dentro de um caos de ferro e negro muro.
Dentro de mim, sim, eu sei que vou e ainda bem, pois aonde vá dentro do peito aquietado e quente eu sempre estarei, enquanto viva!
Mas ainda assim olho ao longe e não sei onde vai dar este caminho, nem sei quem sou a seguir por esta estranha via.
De meu perdido chão da infância tenho as marcas gravadas, em meus pés descalços.
E em minhas mãos ingênuas as lembranças dos meus poucos dias lá na aldeia, e poucas, mas também belas manhãs.
Só nos olhos tristes o adeus de quem ficou no tempo e na memória, é no peito agora a marca de um pedaço que rasgado se perdeu.
Apesar do canto da cigarra e das promessas de vitória...
Nada, nada logrará preencher a rasgada página mais bela de minha história, deixada a um canto da infância.
E se aí não houve feitos de boa memória, por que insiste em se fazer em mim em viva história?
Liberta-me então do vício da lembrança, liberta-me do tempo que passou!
Devolve-me a perdida liberdade e livra-me deste fado de lembrar quem já não sou!
Liberta-me do medo ancestral, revela-me o segredo que ninguém me quer contar!
Livra-me para sempre das infalíveis verdades humanas e das suas vitórias a sangrar!
Despidas de lealdade, ó mentiras que encenam de bandeiras desfraldadas!
Também por isso livra-me de mim, e da vontade de voltar na infância àquele espaço tempo já morto sem ser já qualquer lugar!
Irmão Julio,sua prosa não é tão ingénua assim,rsrs
ResponderExcluirLembra a Simbologia Arcaica,Livro III,16 Capítulos:O Caminhar da Alma;A Dama Negra;;O Princípio do Caminho;O Abismo;Os Mundos Inferiores;Vel e Aphel;Os Dois Caminhos;O Estandarte;As Duas Chaves;O Templo de Ouro;Visão Divina;O Véu de Aeia;A Sabedoria da Mãe;A Ressurreição de EHS;As Bodas Místicas;História da Simbologia.
chiiiiii,um nunca acabar de Sabedoria
É a Hora das horas e, por um decisivo instante, as potências criadoras, latentes nas
ResponderExcluirprofundezas do ser erguem-se como um relâmpago, iluminando a alma e indicando-lhe o
Caminho a percorrer para a conquista Espiritual.
Desde então, volta o Viandante a seu estado habitual, mas já não poderá ser o que era.
A Luz Divina, que por um segundo entreviu, deixou um estigma indelével em sua alma
anelosa de progresso. Ele já não poderá ambicionar o que antes tanto cobiçava; e fugindo
dos bens mundanos, ver-se-á impulsionado a seguir adiante pela nova Senda.
Não importa se é dura a Caminhada, terrível o Abismo, escarpado o Caminho, espesso
o Bosque e longa a viagem ao Cume. O amor o guiará, por ele cruzará o grande reino de
Anhunit, a formosa; e a razão lhe servirá de ajuda e de guia até que o Viandante se
transforme em Peregrino.
Quando a alma chega a este ponto penetra na Gruta Profunda, onde está guardado o
Livro de Todos os Tempos que encerra o segredo do destino dos homens e não foi lido
jamais por mortal algum não Iniciado.
O discípulo poderá desentranhar ali seu passado, voltar a vivê-lo com mais consciente
realidade, e desde ali submergir nas águas puras do Conhecimento. A própria Beatrix o
mergulhará na Fonte onde só podem entrar os aspirantes à Sabedoria.
Mas ainda não terminou a luta. Já não é a noite dos sentidos e da Razão, mas a
escuríssima noite da Prova do Espírito.
Ditosos aqueles que, na hora amarga em que estão suspensos no espaço entre o céu e a
terra, sabem abandonar-se ao Sono Místico nos braços da Fé, porque despertarão no
Templo de Ouro!
O Peregrino deverá imolar até o último resíduo pessoal, em Suprema Renunciação, para
ser digno da Mãe Divina.
Antes de identificar-se indestrutivelmente com Ela, deverá sacrificar até mesmo a idéia
de sua distinção como ser e, morto tudo, renunciando aos frutos da própria Sabedoria, há
de encontrar-se com sua Bem-amada Esposa.
Depois destes Supremos Desposórios, o Peregrino, transformado em Deus, vive no
Eterno e é IHS. .
A Mãe Divina e IHS são
Um excerto do livro que mencionei.
ResponderExcluirMestre,passei na prova? kkkkkkkkk
E agora vamos á janta,é servido?brincadeirinha,só se a enviasse por sedex,kkkkkkk
Fraterno abraço
Falta acrescentar em cima:A Mãe Divina e IHS são UM
ResponderExcluirCaríssima irmã Ana, vai tanta sinceridade, nesta saudação!
ResponderExcluirVai tanto e tão profundo respeito nisto, que se mestre houver não tenha dúvida, eu sou o discípulo! E falo muito sério, viu!!! kkkk
Bendita a mente que não mente, benditos os olhos que confiando nas perfumadas mãos incensadas que o levantam vêem além do Véu de Isis!
Mas quando já descalça, penetrares no fundo da negra caverna, e aí te encontares sozinha, não temas, ó alma corajosa!
Venceste o único inimigo, que era o medo e Mara, que te mentia de brilhar...
Viste, como o espelho te enganava de refletir a luz?
E agora no "Escuro Supremo que é aquele que de tanta luz em trevas se converte, sabes que se há luz, está em ti!
Tu és a luz.
Mas a alma peregrina não pode seguir adiante sem ter sido consagrada pelo fogo do Espírito!
Mãe é agora o Filho, para que o Filho seja o Pai na Mãe e a Mãe no Pai...
Bom apetite
e fraternalíssimo abraço
E além das muralhas, Shambalah ainda está prptegida.
Mas não há como dizer: Salve AG... Salve Shamb...
Carissímo irmão Julio,nossa,amigo por quem é,eu sou tão sómente,uma simples alma errante,mas agradeço de coração sua sincera saudação,kkkk
ResponderExcluirA janta estava saborosa,kkkkk
Salve AG...Salve Shamb...
Fraternalissimo abraço.
Estimado amigo Julio...Tomei a liberdade e coloquei este seu belo escrito numa nota no site do facebook..oxalá,não se zangue...sabe bem o quento aprecio a sua picardia e a sua maneira de ver as coisas...e hoje depois de uma triste tarde,onde assisti a uma partida de futebol entre Portugal e Espanha,achei muito adequado,TOMAR EMPRESTADO,sem pedir autorização.
ResponderExcluirBendito seja,quem sabe das coisas e as sabe escrever.
Obrigada,amigo.
Beijinhos e abraços fraternos.