quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

A lenda do Rei do Mundo...

Reza uma lenda antiga, narrada por um artífice e sua aia, quando esta distraída teria dito que os Filhos do Rei do Mundo mantidos pelo reino, seria a mesma coisa do ministro de qualquer igreja, cujo magistério manda sustentar com ouro, convertido muitas vezes da pobre côdea e da fome do crente...
Enquanto os Filhos do Rei do Mundo, nascidos na terra nela mantém o sangue real...
E mantidos pelo reino é mera uma quimera, para quem garante a primavera a cada manhã, pois é ele o sol, é ela a lua, são enfim Mercúrio Vênus e Júpiter para que à noite o descanso merecido a quem trabalhou de manter a temperatura, a fluência, a originalidade e a herança eterna no sangue real, entre nós.

Ao que ela, a aia movida já agora de vergonha, pela distração, pondo as mãos no rosto, corado, rogava:
- Perdão meu nobre artesão, mil vezes perdão por comparar – distraída - homens banais, pequenos, mortais e em bando hoje de falsos profetas a profanarem a palavra divina, com os Filhos do Rei do Mundo, sim, que só com a presença do sangue real entre nós toda a terra é abençoada...
E de tão alheia e distraída nem pensei no peso, que Eles carregam para aqui andarem...
Perdão, ó Filhos do Rei do Mundo, mil vezes perdão por comparar-vos com esses vaga-lumes mentais...
Embora ministros, sacerdotes, mensageiros, evangelistas, pastores curandeiros e os fatores penais e das penas com que em trevas à verdade mergulhais penai, penai...
E então o Sol, que é Filho do Rei do Mundo, juntamente com os seus astros irmãos, prendem-se cada vez mais à terra, que as trevas não podem vingar e exigem a sua presença, o seu sangue e a sua luz!

-Nobre Senhora e minha Honrada Aia, nem carece dizer mais nada! Mais nada!
Mas prosseguindo, o artesão ainda dizia: - benditos sejam os Filhos do Rei do Mundo, e malditos os vendilhões, todos os vendilhões, sejam da honra, sejam da pátria, seja a vendo do trono, seja pela cara lavada e a falta do olho no olho, mas nem os de pés descalços vítimas não movem as vossas lágrimas, de compaixão, - e nunca moverão -, mas o escárnio sim, estampado na cara de todos os falsários e vendilhões, vai o escárnio nesse riso cínico, hipócrita, cruel e gritando feito uns loucos... Ou mansos a seduzir mais algum tolo.
Imaginem se os filhos do Rei do Mundo, não estivessem por aqui?
Pegariam em armas?

- Meu bom artesão! Isso muitos já o fizeram!

Imagine então se Eles aqui não mantivessem o sangue real!

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