EGO
Eu sou enquanto homem uma tríade, segunda a Teosofia ou a Eubiose. E um
quarteto, enquanto terreno personalidade de uma formação setenária, para ficar
afinado com o “Deus o fez à sua imagem e semelhança”.
E para sobreviver mais ou menos em paz vou também de máscara, que tenho
de pintar com as cores que as outras máscaras possam identificar-me por
analogia simples, que lembre semelhança com os registros mentais de quem me
olha e interage comigo.
Mas eu não sou esse, claro! E o que as outras pessoas reconheçam em
mim, não é sequer sombra do meu eu verdadeiro.
Pessoalmente nem sombra sou daquele que elas imaginam que eu seja, nem
elas sombra do que eu imagino delas.
Diante desta porta intransponível,
porque tanta gente insiste nessa impossível missão preconceituosa de decifrar e rotular os outros, se todos são
invioláveis em suas individualidades?
Quando nem eu próprio desconfio de
longe o que de fato eu seja, como alguém se atreve a revelar-me desta ou
daquela natureza, com estas ou aquelas qualidades ou defeitos?
Exceto as virtudes naturais, caráter
honra e em raríssimos seres talento pessoal nas diversas áreas do conhecimento que
o materializam e saltam aos olhos, o que mais se pode falar de alguém?
Deverá ser este estado virtuoso comum a todas
as pessoas no futuro, ainda muito longe deste momento e palco, onde as pessoas de
agora continuam sua marcha fúnebre, vivendo a ilusão coletiva de que existe “algo
de novo debaixo do sol”?
continua...
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