Descendo ou subindo degraus ou estados pouca escolha há.
Tanto em relação a ir quanto ao estado de ficar onde não é um lugar, nem condição
Mental de ser ou não qualquer coisa.
Ouvindo um blues com Elvis, até que há uma ideia distante, no tempo.
Passado, naturalmente memória fragmentada, sem já cor nem perfume.
Embora remota uma maciez de seda, do vestido macio, da moça girando e eu em seu torno girando também.
Como giraria hoje, se nem chão, tempo nem espaço ou consciência real de onde esteja, eu tenho?
Mas estou presente nalgum lapso de memória, de algo em mim mesmo.
Assim, ao passar o ar por mim e arder um pouco nas minhas narinas.
Mas nesta ardência vem certa convicção de estar vivo. E saber que arde também revela pensamento, e então eu penso. Mas não como o francês disse, “logo existo”, que existir pode ser sem pensar, que é quase o meu caso.
Enfim, quem pensou estar lendo um texto revelador descobrirá que se trata de um texto velador...
Vela apenas por não ser nada, e não por esconder. Para esconder teria de ser algo e parecer outro, mas o quê?
Como tudo, na vida, o melhor a não ser nada, que terá a mesma medida do tudo, que no fim acaba.
E se acaba, já não é coisa alguma tudo.
PARA LÁ DO NADA!
ResponderExcluirNão posso acreditar de forma alguma
que a morte corporal do ser humano
seja o final de tudo, que se esfuma
sem deixar rasto algum: tremendo engano!
Depois do nada tem que haver por fotça
alguma coisa mais, seja o que for,
que para além do nada se reforça
como em particular... seja o amor.
Não há Poeta algum que assim não creia
impulsionado pela sua veia
que lhe confere o dom da intuição.
Se lá não chego pela inteligência
nem pelos fundamentos da ciência,
chego de facto... pelo coração!
JOÃO DE CASTRO NUNES
Amigo Júlio !
ResponderExcluirCá estou a desejar boas prosas e muita amizade.
Um abraço.
Chega de todo o jeito, meu amigo Poeta, chega com qualquer ferramenta da terra, que bem sei as possui. Todas e bem temperadas...
ResponderExcluirAh, como Deus escreve certo pelas linhas tortas!
Santo Deus! Amigo João de Castro Nunes, o maior poeta vivo... preterido por uns... (Ah meu coração se recusa a citar aquilo!) na pretensa mas não única via da lusofonia, que muito para além de aí caminha no sonho e no coração do Quinto Império, e Este muito para além de Pessoa!
Muito!
E o que mais, amigo Arnaldo Norton, ou apenas Norton, como gosto de o tratar, o que mais além de boas prosas e e muita amizade?
Obrigado é pouco, mas é muito, dito assim com todo o coração.
O CÉU... NA TERRA!
ResponderExcluirEu creio em Deus, na vida além da morte,
não tanto por quaisquer filosofias,
mas crendo, por amor, como tu crias,
em atenção à tua fé... tão forte1
Porém, se acaso assim não suceder
e com a morte a vida terminar,
inútil sendo em Deus acreditar,
valeu a pena mesmo assim... viver.
É que, falando com sinceridade,
que existe acima da felicidade,
seja onde for, com a pessoa amada?!
Se nada mais houver além da morte,
bastou-me ser feliz contigo aqui,
pois tive o céu na terra ao pé de ti!
JOÃO DE CASTRO NUNES
Meu amigo....parabéns, novamente, por ser, além de criativo, uma das poucas pessoas que conseguem passar informações concretas em filosofias puramente poéticas. Félix Seabra
ResponderExcluirODE À ILUSÃO
ResponderExcluirSonhei-me sempre um cavaleiro andante
por esse mundo fora erguendo a lança
por minha dama, cheio de esperança
de a não desmerecer em cada instante.
Sonhar não é delito: o próprio Deus
nos revelou a sua natureza
servindo-se dos sonhos, como reza
a tradição sagrada dos judeus.
O sonho é uma segunda dimensão
que todos temos e por cujo meio
a gente se alimenta de ilusão.
Que sonho foi a nossa vida, amor!
só que a sonhar chegámos a supor
que nunca findaria... o nosso enleio!
JOÃO DE CASTRO NUNES
Caríssimos, Felix, meu amigo Arquiteto do Icaro
ResponderExcluire nobre Procurador, meu amigo, que repito de verdade pela sua honra, e tudo mais que não tem rótulo, fique por aqui, entre no coração do Blogue e faça o que desejar no tempo que dispuser. Obrigado.
Nobre Poeta João, com Jota maiúsculo,
Claro que não!
...
Sonhar não é delito: o próprio Deus
nos revelou a sua natureza
servindo-se dos sonhos, como reza
a tradição sagrada dos judeus.
...
Pois que senão Deus nem precisa existir.
Mas! Quanta beleza, domínio quase absoluto da "Palavra", bem "talhada", por ser conhecida desde a mais profunda raiz e treinada, como Ele disse, senão "lutando e pelejando" ou parecido a isto, pois sonhar é o perfume que exala a fumacinha do bastão de incenso se queimando.
Isto vai longe, ah, vai sim e com asas de liberdade, e onde reina liberdade é porque já se ultrapassou os dois caminhos da Terra: civilidade e educação, para de aí em diante trilhar cada um a seu modo o terceiro caminho, da Iniciação...
"CAVALARIA ANDANTE"
ResponderExcluirCom o toque de espada que me deu,
segundo os rituais da tradição,
tornei-me cavaleiro, desde então,
do Cálice que o Júlio... concebeu.
Em Távola Redonda imaginária,
sem diferença alguma de lugar,
em paridade ali se irá sentar
a fina flor da classe literária:
Aquilino, Bocage, Pascoais,
Unamuno, Camões, Rubén Darío,
Cervantes, Eça... e tantos outros mais.
Sagrado por mercê do seu bailio,
compraz-me ser um membro irrelevante
dessa ideal... Cavalaria Andante!
JOÃO DE CASTRO NUNES