sexta-feira, 26 de junho de 2009

Sonata a horas mortas

Gemem tristes na noite os violinos
e simultaneamente aos meus ouvidos
suaves chegam lentos, sibilinos,
acordes de piano em sustenidos.

Choram violoncelos noite fora
em música de câmara orquestrada,
dolentemente, até à luz da aurora,
só se calando com a madrugada.

Vibram as liras com um som plangente
nas mãos de Orfeu as feras amansando
e as pedras dos caminhos comovendo.

Soam dentro de mim, na minha mente,
nostálgicas sonatas... desde quando
me estou a preparar para ir morrendo!

JOÃO DE CASTRO NUNES

Um comentário:

  1. Também este gostaria de ser capaz, assim como todos os outros de os fazer! mas fazer o que? rssr

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