sexta-feira, 29 de julho de 2011

Ah Sagres, Sagres náutica escola!


De teu promontório partiram as naus com o sopro do Infante Henrique, e dentre seus alunos nautas certo Salvador Gonçalves Zarco, que teria nascido na pequena freguesia de Cuba, no Alentejo, que à ilha pobre caribenha do ditador Fidel teria posto o nome Cuba, em homenagem à sua terra.

Sim, esta mesma Cuba hoje dividida em duas prisões: uma, a de Guantánamo, onde os seus prisioneiros comem bem, e a outra, onde os seus prisioneiros passam fome.

Ah, Salvador, se tu soubesses que esses carrascos viriam à existência, não terias atravessado o Oceano àquela hora!

Talvez umas horas antes ou depois fizesse a diferença, mas também o vento não prevendo o futuro e já aquela altura o sopro do Infante tendo sido delegado, o destino inclemente do carma daquele povo, impunha-se.

Sagres, Sagres escola náutica! Outros grandes nautas beberam de tua ciência, e os sete mares cumpriram-se! Mas a pátria onde floresceste quedou-se humilde.

Sua língua, como a grande arca cultural também se cumpriu e hoje nos quatro cantos redondos do mundo floresceu, não sem os ataques de línguas ferinas e asquerosas!

Também dos quatro cantos do mundo fugindo da fome rumaram ao novo mundo, onde aí seus filhos nascidos e já saciada a fome, se arrogam agora de seus senhores e donos jogando pedras e vitupérios em teu arado, em tua face e o fazem em tua própria língua!

Mas Sagres cumpriu-se! Abriu as portas dos sete mares e depois fechou as suas janelas para em seguida apagar qualquer vestígio e revestir de mistério os feitos gloriosos indeléveis no tempo.

Ainda que, a serviço de outrem, não serás tu, Sagres, a culpada pelas várias "prisões cubanas" do Novo Mundo! Não tens culpa dos seus ditadores!
Eles não nasceram sob a tua lente nem sob os auspícios de tua moral, cravejada quais diamantes em ti, pelo Infante!

Não, apesar dos caudilhos corruptos revestidos de simulacros de estadistas, serás para sempre a escola das escolas náuticas, de imortais feitos.

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