sexta-feira, 1 de julho de 2011


Como diria Camões, “errei todo o meu discurso”. Mas eu nem tenho discurso algum!
E o erraria, se o tivesse, o curso do meu caminho, se houvesse determinado para onde ir.

Não tenho e nunca tive um destino, que desejasse seguir.
Vim até aqui ao sabor das ondas da indolência, disfarçada de estoicismo.
O que dizer, também não sei o que dizer, diante de tanta coisa inútil que me passa pela cabeça.

E é assim que que também imagino o que se passa na cabeça dos que sabem, e andam a ensinar, os que sabem!

Ora ensinam a salvar o palneta, quando deveriam ensinar a salvar o homem, ora ensinam a falar errado por certo.

Ora alardeiam moralidade, ora oficializam a corrupção e o roubo. Ainda nesses últimos anos sobre isso não se escreveram os livros didáticos...

Seria essa a razão dos livros de roteiros metafísicos, me atrairem?
Mas de repente até as suas folhas ficaram brancas!

Embora escritas em português universal, segundo o acordo ortográfico, e não usarei a desculpa de terem sido escritos segundo a norma moderna dos lingüísticos de Brasília!

No mais, não sei o que errei, pois não tenho noções do certo e do errado,
E também porque pouco agi, no sentido do movimento...

E talvez o mais grave erro no curso de meu caminho, tenha sido pois o da omissão.
Sequer posso dizer ter vindo ao sabor do vento, que também tem soprado fraco e nem arrasta a folhas secas.

E os meus atos e pensamentos pesam tanto, quanto folhas secas, que seriam facilmente arrastadas pelo vento, se soprasse por aqui o vento onde me encontro, sem, entretanto livre estar, das grandes tempestades.

Como não sopra, quedo-me ao sopé da soleira da porta que nem portal ornado não tem, embora dentro de um espaço limitado e chamado de casa, onde o clarividente se quisesse ver alguma coisa inútil, veria, em meus atos e pensamentos aderidos à minha forma astral, e a imagino eu semelhante a um espantalho, de farrapos.

Ao entardecer de uns dias passados a correr, quando deveriam ser calmos e lentos, muito lentos, quando deveriam ser rápidos.

No fim, clamo aos céus: Salvem, céus, pelo menos a língua, que restará como última fronteira da moralidade, num país assaltado pela indecência moral!
Salvem céus, este país tão rico e tão pobre, de homens que mandam!
Salvem céus, a este povo, tão belo!
Mas também abram-se as portas das prisões, para por ela entrarem estes larápios mandantes e praticantes, nos crimes de lesa pátria, ladrões!

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