quarta-feira, 21 de novembro de 2012

SATURNO



 
Satanás sentou-se no trono de Saturno. E é de lá que comanda o seu reino. Quando pisa no acelerador, tudo corre; e com as coisas correndo, com elas corre o tempo, corre a vida. E com a vida correndo, quem não se apressar, antes daquele magnífico prado verdejante, com amplas e largas alamedas povoadas de aves raras e indescritíveis delicias, tal como o sonhara, terá apenas um mísero quintal com umas poucas e mal nutridas galinhas.

Isto é sério! e não é ele – Satanás – tão feio como o pintam! Há até quem diga ser ele a mais bela estrela do eterno!

Mas o trono de Saturno encerra duas distintas e muito próximas metáforas: numa conta o tempo, noutra a velocidade do movimento. Como são metáforas podem ser interpretadas pelos crentes investidos de pastores de gravata e poucas leituras, como interpretam ao próprio Satanás... Mas se ele está acima disso e ligado a um planeta, como um destes interpretes da palavra mofada pode falar dele, se não sabe ainda distinguir um planeta de um cometa, um frango de um peru ou um berro de um solfejo? Pois, se soubesse a diferença, não berrava tanto!

Mas falar mal de Satanás, mesmo quem não saiba o que diz, ainda se desculpa; porém falar em nome de Deus é no mínimo uma grande heresia, embora heresia enquanto sinônimo de burrice, e não de “diferente”, que esses pregadores não sabem nem mesmo o que seja heresia; mas convenhamos, de fato é uma grande asneira posto não haver diferentes para sempre... 

Evidentemente no sentido etimológico do termo "diferente" nunca usado pelas igrejas, cujo oposto anda ainda muito distante, quando de fato humanidade se tronar uma unidade.

Mas deixemos esses faladores fora de nossa conversa, pois aquele misterioso personagem tem um mérito inegável: direta ou indiretamente obriga a olhar o outro: seja por medo, desdém ou até por amor, devido ter-nos concedido a individualidade!

Pena é, que, ainda muitos e apesar disso, não vejam o semelhante sem que nele projetem o seu inimigo ou o seu lado mais negro; e na melhor das hipóteses, caso não pertença à mesma seita, veja ao outro como um ninguém.

E isto é fruto de muitos distúrbios e disfunções da personalidade, que juntamente com o fanatismo, que é por sua vez subproduto da ignorância e não permite se reconheça o outro como igual, salvo se houver extrema necessidade e se precisar de um aliado ou de um simples favor.  

Os obstáculos gerados pela desconfiança criam sempre muitas barreiras que precisam ser vencidas; pois, já ao longo da história grandes confrontos resultaram em grandes guerras, e sempre a origem foi desses pequenos confrontos com o próximo, que numa crescente onda de intolerância estoura em conflitos belicosos.

Assim como os movimentos coletivos em prol de uma causa benemérita resulte em despertar, lá nas profundezas, ingênito sentimento solidário; que é mesmo um pequeno reflexo do amor universal, ainda sepultado ainda pelo egoísmo; mas que, apesar de tudo, resiste e sobrevive.

Bem, diante dessas contradições  e das idas e vindas Satanás precisa ser mais bem esclarecido... Evidentemente fora dessa questão bem e mal, numa esfera muito distante da avaliação que dele fazem pastores de todas as crenças, quiçá temerosos de um algoz que eles próprios criaram, mas que estranhamente serve de instrumento para persuadir e ferramenta de arrecadar...

Todavia, Satanás continua sentado no trono de Saturno completamente redimido, mas o seu espectro negativo está agora com quem o criara: e serve de algoz e para obter vantagens; e está neste momento em alguma igreja “mundial” ou episcopal do evangelho do terceiro ou do primeiro ao décimo dia de uma ordem, que deveria ser a quarta...

Por se estar na terra, e só por isso e não por outro motivo é que deveria ser quatro, onde o cinco é o grande gerador do movimento. (???)

Este magnífico ser chamado de a mais Bela Estrela do Eterno, possuiu muitas personagens; inclusive essa de Satanás, que afugenta os crentes temerosos obrigando-os a se esconderem atrás de uma cruz na qual crucificaram o seu irmão, a quem tomaram naquele momento por ele e hoje chamam de Jesus.

Mas tudo isto e mais alguma coisa fica para depois da última contenda, não mais entre irmãos de cima, mas entre irmãos debaixo.

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