Não
é necessário dizer
Ao que
se deva querer
Há tempos
já nos deixou!
E
não há sequer lembrança,
A
mais remota esperança,
Que
o tempo não levou.
Resta-nos
ao fim da idade
Do
amor grande saudade
Se
a vaidade não a calou
E
se ao final de um viver
Pudermos
ao menos ver
Se o
coração edificou
O
quanto sem se fingir
Não
andamos a mentir
E
nosso peito o honrou,
Será
a razão de agora
Descobrir-se
onde mora
Nobre
rito e o celebrar
Pois
quanto tanto se chora
Em
vez de dentro lá fora
Às cegas
ir a buscar
O esperto
comemora
Causa
dano e prejuízo
E
promete já pra agora
Mostrar-nos
na mesma hora
Vida
eterna e paraíso...
Mas
nem é preciso dizer
Quem
dessa água beber
Não
terá boa lembrança,
E
muito há de temer
Quando
já ao anoitecer
Essa
for a sua herança,
Mas
quem na fonte beber
Que lhe anda a
conceder
O
dom de subir a escada
É certo que há de ter
Bem
antes de anoitecer
Com
clareza há de ver
Nos
olhos da esperada,
Lá no
céu Estrela Dalva
O
caminho que ressalva
No
rito de um altar
Se num andar peregrino,
Quase
inocente menino
Em paz
de amor se lavar.
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