Ao ver duas pequenas borboletas amarelas flertando no jardim,
lembrei-me da visita de um amigo, dias atrás, um senhor circunspeto muito sério
sentado a conversar comigo aqui mesmo, quando uma desavisada lagarta
subia pelo seu sapato.
Este pacato senhor tomado por tamanha fúria sacudia o sapato
tão freneticamente, que ao cair no chão esmagava a pobre lagarta com tanta
raiva, que até eu me senti um pouco esmagado.
E agora. ao ver as duas lindas borboletas voando me ocorre uma estranha
curiosidade de saber onde andará a outra borboleta, viúva daquela lagarta?
Mas a humanidade é mesmo assim. Gosta de borboletas, mas não
gosta de lagartas.
Gosta de dinheiro, mas combate o capitalismo.
Gosta de boas comidas, boas bebidas, mas não gosta dos
produtores rurais.
Gosta de conforto, de bons automóveis, bons aviões, mas combate
a indústria.
Na verdade o homem não gosta mesmo é do outro, e se engaja
em movimentos para salvar e resgatar não sei o que, mas quer mesmo levar
vantagem em alguma coisa.
E o espelho mais revelador desse trágico quadro nacional está
nos movimentos do partido governista e suas lutas demagógicas em nome do
social.
Quer mesmo é silenciar a imprensa, esmagar o outro e na sua Eugênia,
como dizia com humor um amigo meu, a continuar com eles, chegará um dia em que só
será permitida a gestação do feto que tiver a estrela do PT na testa. Os
outros serão obrigados abortar.
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