segunda-feira, 4 de junho de 2012

Texto para Teatro



Ato Terceiro

Nunca pensei que tivesse de dizer que aquela que seria “a última porta” não a fosse!
A esta altura nem esta digo que será a última, porque esta é de Marfim, mas não de marfim
outro senão madeira, pois maldita seria fosse dos dentes do algum irmão meu Elefante.
Mas o poeta diz sem dizer tanta coisa, que muitas vezes quem não entende o poeta entende mal o que o poeta não disse!
Outro poeta já disse de outra maneira isso mesmo, mas esta porta sem a pretensão de abrir e muito menos fechar qualquer coisa no espaço, dá reentrada ao teatro e por ela entra a Magistrada Sofia, para descrever esse homem que à sua frente desfilaria inadvertidamente, ao qual feito de espelho vê-se muito longe andar este tagarela da entrada da Terra para o Céu... Em seu caso através de uma escada, para onde não há escadas nem altos nem baixos, que o Céu está antes no coração do homem, e seu Espírito no mais profundo de si mesmo.

Ato Terceiro
Portas e Janelas (Ciclo do Olhar)
Eu vi um homem agitado com as mãos nos olhos;
Eu vi que ao tirá-las dos olhos tampava os ouvidos;
E vi, também, que ao tirá-las dos ouvidos não tampou a boca.
E este homem tagarela falava sem parar.
De entrada e de saída não possuía portas nem janelas já abertas...
Herdara todas as possibilidades, meios e sentidos pelos quais
Poderia abri-las, mas não as abriu!
Entretanto tinha muitos furos por onde entravam muitas coisas!
Mas em nenhuma expressão era capaz de revelar qualquer saber.
Sequer dizia palavras inteiras!
Nenhuma ideia integral, qualquer saber revelava.
Apesar de tantos orifícios, apesar de todo furado!
De tudo ouvia, a tudo via, sentia e cheirava,
Porém fracionado, tão fracionado que do que dizia,
Este homem que de tudo ria e falava, falava, mas não dizia nada.
Homem esponja a tudo absorvia, mas sem medida nem parâmetros...
Melhor seria que permanecesse de boca fechada! Melhor seria!
Porém e embora primário, é já astuto e muito esperto!
Fantasiava-se de humanista e até de gentil se apresentava!
Não pensava na regra, é verdade, mas possuía instinto guloso e aguçado...
Sim, foi assim que vi este homem passando, sumindo
Pelo tempo, se apagando.





8 comentários:

  1. olá julio, hoje gostaria de ter palavras para você, mas foram apagando...é assim que gostaria?! e se em facto, gostaria. porém, julio este tempo do gostar é facto! a partir do instante da ideia em curso, assimilado contexto fora você, independente de qualquer querer, tivera por antecendente experimentado o amor, o afecto do ventre, o carinho de compor-se ser, de vir a luz, de sentir, despertar o gosto, o cheiro, a vida, o despertar da capacidade inclusive desta capacidade equivale do renascer, e quantas vezes renascemos em sentido amplo, em particular conquista, aprender confirmando nosssos sentidos, nossa paz do ventre querido; então julio do sentir-se amado por amar e do amor ao sentir-se amar o mundo! este desconhecido por desconhecer o que o acalentara, sob aspecto de sê-lo, enquanto compreensão estivera por revelar-se a vida. nós e nos com nos ou sem com nós ou sem, somos quantos querendo sós ou não, ser. bom, desculpe talvez fui leva pela sua amiga filosofia, e assim nem queria ocupar de bondade e relevo deste acontecimento solitário em cavalvar, sabe julio as vezes corro este risco, riscando um céu a galopar, o melhor ou o pior, afinal quem soubera de nossas letras descristas e aladas. se prolonguei-me é por estar assim em matutar intenções do que dizer-te, e gostaria do melhor a dizer-te, sempre de vossa atenção.

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  2. Sabe Claudia, não devemos temer os pensamentos a ponto de não os manifestarmos.
    Pensar é o agir, e o amar é que dá a qualidade da ação e por consequência do fruto.
    Claro que dá para imaginar, só imaginar o sentimento da mãe em relação ao filho, que o pai não saberá jamais quanto é profundo.
    Mas em tudo a intenção marca para melhor ou pior a criação.
    O Poeta deve ter sido embalado no ventre de sua mãe com música.
    O criminoso com ódio.
    Por isso o mundo é o que é sem culpados nem inocentes.
    Apenas o grau de amor desde o ventre confere as diferenças.
    Porém mantenho a firme convicção de que três coisas não se removem com decretos: a imaginação, a verdade e o talento.
    O resto, os "políticos" e os falsos profetas corrompem tudo e a longo prazo vão determinando o grau de evolução das pessoas e do mundo.
    Não é verdade?

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  3. logo a quem da interrogação; como poderia um simples ser humano estar a par da verdade, ah julio, destas condições de saber justo a filosofia encarrega-se de tecer e diagramar este fino tecido que é o olhar humano, e como nós figuras derradeiras de anseios e contruimos e imaginamos e desta caminhada entre crenças e percepções impulsionamos do existir pelo melhor tom: o verdadeiro, ao que compreedemos dita por sabedoria; e bom julio, vos sois mestre deste mandamento chamado amor, quando orienta por grau das colunas apreendieis o sentido, a guarida e a fortuna e que raros assimilam, pois o propósito da generosidade é do acolher e embora o significado contemple a criação por estímulos femininos de afecto eis que da atenção concretiza acções para em conjunto formação humana, enquanto sereno de argumentos e fiel ao que entende por honrar da verdade.

    atenciosamente,

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  4. à mulher, a si e a quem mais interrogar?
    E quem não é simples ser humano?
    Os deuses, minha cara amiga apartaram-se há muito tempo dos homens!
    Mas o amor, ah, o amor!
    É mesmo "um fogo que arde sem se ver"
    e depois de dito por ELE!

    Fraterno abraço, Clauda

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  5. Não se vê, mas sente-se... mais que ferro em brasa! JCN

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  6. Como Ele disse, o amor
    é fogo que não se vê,
    mas nos causa imenso ardor
    não se sabendo porquê!

    JCN

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  7. Seria saudade a sarça ardente!
    E verdade um cavaleiro temente!
    Assim, despeço-me já em lágrimas
    a causa, palavras de fé e sábias.

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  8. Saudade, lágrimas, caminhos percorridos!
    Temor só ao caminho em tempo perdido!
    Tempo perdido, em vão!
    No mais saudade, cansaço,
    e já um pouco de desolação.
    Sábio(a) é quem vê sabedoria
    onde o homem não tenha colocado a mão.

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