sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

ROSA PÚRPURA



ROSA PÚRPURA

Neste Natal e Ano Novo resolvi dar-me uma rosa púrpura de presente.
Mas para ser justa a oferta e sincera a homenagem, terei de consagrá-la a uma outra rosa, que tentei fazer, artificial.

Não fui capaz de criá-la, nem de dar-lhe corpo, e ainda bem, pois seria feita de sangue e massa!
A massa era das ruas e também das ruas era o sangue.

Tentei inocentemente da massa da rua e do sangue fazer essa rosa, mas não deu certo, nem poderia nascer.

Ainda bem, era ainda, ainda artificial até no sacrifício...

Esta agora de cor púrpura não!

Metafísica, esta nasceu da ausência dos amores, dos parentes, dos amigos...
Como entrementes os mestres sempre foram ausentes e presentes metafísicos, mais presentes agora se fazem neste meu solitário estar sozinho...

Dou-me, pelo amimo, pelo sentir mais vivo e até carnal esta rosa púrpura de presente, e o régio direito de ser feliz comigo mesmo, e em paz com todos os meus ausentes.

E celebro a vida neste estado olhando essa esfinge magnífica acima, olhando a esse Mefistófeles de precisa descrição e identidade, claríssima nos símbolos reais, desde o central signo ao alto da cabeça ao facho luminoso, que aos insetos fulmina e aos Deuses ilumina o caminho.

Porém a majestade desta preciosa esfinge medieval reside na figura mágica, que assusta e repele quem olha para ela.

E eu compreendo esta repulsa como uma arte deveras generosa, que não permite a presença do indesejável, pois até eu, às vezes, me torno repulsivo vestindo-me de louco para os de perto e vingador implacável com a espada da palavra contra os grandes corruptos brasileiros com nome, sobrenome, apelido, marca na testa e ídolo...

Embora de barro e ausentes, felizmente distantes de mim, mas deveriam estar distantes não de só de mim, mas de nossa pequena Via Láctea.

Por causa dos crimes devidamente denunciados nos dez últimos anos de governo de escândalos, roubos, mentiras e tentativas de justificar esses crimes forjando dossiês, violando as leis, as contas dos governantes passados, que deixaram à nação ajeitadinha para eles chafurdarem à vontade!

E estes simulacros organizados em quadrilhas, desfrutando da bonança passageira, entre crimes diariamente denunciados e umas esmolas aos pobres e tentam vender na TV um país maravilha, e tentam ainda forjar correlações criminosas do passado com seus crimes, já agora assumidos, devido a impossibilidade de os negarem diante das evidências e das provas irrefutáveis.

Entretanto, a Lei, a Lei maior impõe-se com todo o rigor e no grau máximo... E os dois pacientes mores armados de presidentes, que para nada serviram nem servem, poderão ao menos servir de cobaias, na condição de hóspedes dos sindicalistas das células revoltosas, que receberam essa missão de neles fazerem seu habitat, quiçá a mais digna função que esses dois poderiam exercer!

Isto naturalmente no caso do câncer ser câncer, e não mais um dossiê forjado, a favor de si mesmos e de seus prepostos, eleitoreiros, ex não se bem o que, e elege-los enfiando-os em nós goela abaixo esse cara, que agora até água tem dificuldade para engolir.

Mas a rosa púrpura, essa rosa bendita que qual fênix renasce da solidão, se não fossem os meus amores, parentes e amigos os ausentes, eu até poderia brincar de dizer que a minha vingança contra eles é permitir-me ser absolutamente feliz comigo mesmo, em mim, num estar só meu, onde realmente ninguém tasca nem ousa chegar. Aí, aonde nada chega de fora, aí onde sou só eu, e feliz sozinho. Ao mesmo tempo em que as pessoas também são felizes, reunidas, nas festas do Natal e Ano Novo e esse é o meu desejo!
Sejai juntos muito felizes, como me permito ser eu, sozinho.

Com artifícios... telefone e benefícios, boas visitas e boa lembrança é que, de verdade a rosa púrpura nasce, também da sensação amorosa que refulge de minha simplicidade, transfigurando-se nessa divina cor pela presença metafísica dos meus ausentes, e é assim que a minha metafísica rosa púrpura se abre, e é tão perfumada.

Nenhum comentário:

Postar um comentário