Ato Quarto
E ao segundo homem vi também andar
ainda todo encerrado em si!
Nenhuma porta se abrira; só uma
janela havia meio-aberta.
Possibilidades para desvendar o mundo
e o conhecimento,
Estendiam-se à sua frente também.
Mas lhe bastava meio aberta a sua pequena
janela!
E com uma medalha de ouro ao pescoço ostentando a sua fé.
Escravo psíquico, este homem seguia refém de um dogma.
Pobre de ciência, para ele não existia outra norma.
Nenhuma outra crença, nada de ciências,
Que para ele não passavam de criações “diabólicas”
E jamais entrariam por sua janela meio aberta!
Fechado ao novo, este homem seguia rindo meio escondido,
Porque achava que era pecado rir, diante do povo!
E deste pobre não carece dizer mais, que o seu verbo é fechar!
E de tanto o conjugar fechou-se ao novo, para nele mais nada entrar.
Embriagado pela sua fé, engoliu-a de uma vez,
Ou foi por ela devorado numa comoção de histerismo coletivo.
Absolutamente intolerante com a fé alheia,
Propagava e defendia com unhas e dentes a sua crença,
Mas renegava e tentava esmagar a todas as outras.
E foi assim que o vi seguindo em frente
Com o livro debaixo do braço
E a medalha de ouro de tolo ao pescoço.
olá julio, este acto representa o pão pela fé.
ResponderExcluirClaudia,
ResponderExcluirResumidamente a pão, sim.
E pão que talvez nem queira saber de que é feito! (risos)
E há tantos assim no mundo!
A fé cega é talvez pior que ignorância!
Toda a fé por natureza
ResponderExcluiré cega como a justiça:
vai-se por vezes à missa
sem se ter qualquer certeza!
JCN
Tudo tem começo e fim,
ResponderExcluirTudo passa a correr;
só levo mesmo de mim
o que toco e posso ver.
Nem tudo passa a correr,
ResponderExcluircaro Amigo, Amigo meu:
nem tudo tem de morrer,
essa lhe garanto eu!
JCN
Nem tudo, sim, tem razão
ResponderExcluirmeu caro e sábio Amigo,
mas morre toda a ilusão
menos a luz que traga consigo.
Trago no peito um amor
ResponderExcluirque nunca se há-de extinguir,
mesmo que tudo em redor
deixe um dia de existir!
JCN