
Por causa de uma rosa despetalada, rompeu-se uma grande bolha no céu; e por esta fenda tremenda, o sol escaldante tornou-se infernalmente ígneo... Em fogo, vulgarmente dito.
Quem diria que uma simples rosa despetalada causaria tamanho dano ao cosmo? As grandes florestas do mundo devastadas precipitaram a queda do céu aos pedaços; e o homem, outrora reflexo de estrelas, é hoje mera sombra vazia ou carvão, daquele que fora e alimentara alhures a esperança de Deus.
Afinal, fizera-o à sua própria imagem! Pena que não vingara. Deslumbrado com o próprio reflexo no espelho, tal Narciso com instinto de artista, saiu cantando e destruindo tudo insanamente e não percebeu quando a essência o deixou.
E prosseguiu embriagado a rir como um palhaço, vestido de arlequim dando vida à própria sombra. Felizmente existem crianças, e também alguns adultos valorosos da espécie humana!
Mas como essa sombra é só um fantasma, não possui densidade molecular, não se antepõe ao sol e nem é visível essa sombra astral! Antes fizera semelhante papel o inconsciente coletivo; este, porém, transcendeu e se libertou do estado vegetativo em que vive este homem que o projetou de si mesmo, numa forma inferior.
E esta sombra etérea no mais baixo astral da terra, passou a alimentar e a fingir de ser a estes contingentes de espectros quase humanos, de onde alguns ganharam corpo, voz, e em simulacros se vestiram de estadistas e desgovermam essa gente.
Sombras das sombras dos homens de outrora e de alguns do presente, mas viva o futuro! Porque, como o disseram, homens e crianças ainda existem!
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