quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

MENSAGEM



É necessária, tanto para o canto quanto para a poesia a coroa de altos louros da arte; ou o rés-do-chão, para os rudes artistas, como eu.

A minha arte, se é que se pode chamar arte à baixa parte ao rés-do-chão, inculta e rude, foi escrita por mim inteira, tal como pensada e sentida, e na forma como está de algum modo padrão popular de poesia inculta, e prosa pobre, sem regra, porém livre e inocente, embora totalmente marginal.

Em língua portuguesa, certamente belíssima e imensamente rica. E isto é quanto basta se for compreensiva e de algum modo encerrar uma mensagem que leve a pensar, e de alguma natureza contenha essência. Afinal, reuni palavras e juntei pensamentos na pura intenção de criar com conteúdo e alma – uma mensagem dirigida a alguém – e sempre que escrevo exercito o direito universal a mim facultado quanto a dizer alguma coisa, que desejo útil e dirigida a quem a leia.

Era isto que o tempo todo queria dizer e não conseguia. Porém hoje, finalmente posso afirmar: Nada tenho a dizer, em definitivo a ninguém, ninguém nada me diz em caráter permanente.

Embora a arte prossiga e para prosseguir precise de muito trabalho, que é o único modo dela se concretizar.

Por isso continuam necessários tanto para o canto quanto para o contracanto bem como para a poesia o catálogo e o gênero, a coroa de louros e o rés-do-chão.

Entendam isto como quiserem, mas estas coisas são o que são na forma e na moda, no canto e no choro, no preço e no peso, enredo, sorteio... e rés-do-chão.

Entenda-se por rés-do-chão não a qualidade do produto, que pode até ser o caso da falta dela, mas este presente e específico modo de o dizer referem-se ao rés-do-chão do abandono, ao estado do artista, quanto ao ânimo, a modo, e ao mundo.

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