domingo, 12 de fevereiro de 2012

HOMENAGEM AO MESTRE




Minha primeira indagação tão logo acorde é perguntar-me, quem sou eu? E nesse momento peno todas as culpas psíquicas, sofro o desconforto e desconfiança emocional e me recrimino, caso no dia anterior tenha seguido pelos desvios do caminho, burlando a regra que determina o rumo de ir a mim pelo caminho do meio.

É verdade que não é esse rumo muito claro, nem a linha divisória perfeitamente definida que separa uns de outros caminhos, nem os possíveis desvios assinalam com exatidão a trilha correta entre o certo e o errado, mas como é um centro, vale!

E então ante a precariedade cognitiva e a fragilidade sentimental de mero ser humano dou de ombros, e no ato seguinte me auto-absolvo, certo de que vou a fazer o que é possível, em “vigilância dos sentidos”.

E é assim e à minha maneira que eu continuo buscando o meu pessoal ar, a minha oculta cor, - que ninguém vê as cores como eu vejo - o meu inconfundível e agradabilíssimo paladar, o perfume singular... E o quase agora, que ainda não sei o que seria totalmente supremo e único, o meu pessoal amor.

Mas sendo este meu andar a única fórmula de seguir redescobrindo-me respiro fundo a cada manhã, ao levantar-me, e aí descubro estar vivo pela ardência nos pulmões, provavelmente pelos longos anos de ex fumante.

Sorrio então levemente, com convém a um sorrir contido e penso com os meus botões: como são ingênuos aqueles que me vendo sorrir alegremente pensam não haver mais espinhos, em meu caminho! Vendavais não, esses não!

E mesmo quando os houvera foram tão passageiros, que num breve piscar de olhos desapareceram; e por ser tudo passageiro, pois realmente tudo desaparece na impermanencia das formas onde há homens, onde há ondas, onde há animais...

Sim, onde há fêmeas, machos e bacanais, há ondas invisíveis e lascivas levantadas, inevitáveis passagens de um estado ponderado a outro imponderado e funerais... Éticos, certamente morais e de corpos!

E como há homens até abaixo de onde há animais... Seguirei este meu pessoal caminho até esgotar o meu ente funeral, que é físico, porque sei, o meu não sei é metafísico...

Nenhum comentário:

Postar um comentário