terça-feira, 1 de julho de 2014

CUBICANDO REDONDAMENTE

E
Frágeis como as borboletas, rijos como a pedra bruta, são meus versos feitos à caneta em silêncio quando ninguém escuta.

São os meus ais infindos e tremendos! E quem os pôs a minha vida assim só menos e sem mais foi o tempo! E porque os meus versos não são lindos, escritos com maestria nem são magistrais, não por isso são marginais!

Tristes sim, são muito tristes alguns, sem fantasia outros e no fim sem lustro de uma vida, solitários, não por isso são marginais!

São os meus versos os meus versos, também porque em meu inocente anseio pensei haver milagres ao alcance dos mal educados!

Pensei, mas não penso mais; desiludo-me a cada palavra que ouço de quem a ouça, no momento em que chego perto de certas pessoas, que após o milagre da educação desmancham-me a ilusão aos coices.

Bem que a natureza poderia dar uns saltos e civilizar um pouco aqueles ainda desses civilizados! Bem que poderia dar mesmo uns saltos, mas não dá!

Certamente faria bem à saúde de algumas pessoas e muito mais e melhor a quem deles se aproxima!

Mas a natureza não dá saltos e nem o tempo queima etapas, para que o mundo seja o que é com as vozes que profere e as cores que apresenta!

Ruim, por certo, por certo bruto e deseducado entre os mais cultos, e grave entre os mais graves elementos marginais.

Pobre e triste entre os pobres dos guetos e das sarjetas e a diferença entre todos é talvez o dinheiro. E talvez a aparência; porém bruta em todos os níveis.

Que pena! Gostaria muito de ver nos gestos das pessoas mais que insanidade e hipocrisia!

Gostaria ah, sim como gostaria, mas como estas coisas saltam-me aos olhos e aos ouvidos berros e burrices, acabam me contaminando, e eu mesmo saio aos berros e burrices por aí também!

Mas também essa pena passou-me já, diante de umas pessoas reais virtuosas e outras tantas virtuais que me lembro! Porém a insanidade prossegue em minha pena de escrever, e os brutos multiplicam-se independente da cátedra de pedra de madeira ou de sal.

Mas por certo é preferível que seja de sal, que a de barro ou de pedra, que de barro sujaria e de pedra custaria um bocadinho mais a passar.

No mais, o anseio ainda belo, até místico, fantasioso em que maravilhosamente a roseira depois de totalmente decepada pela raiz desse ainda rosas e as árvores frutíferas frutos depois de mortas!

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