segunda-feira, 30 de maio de 2011

segunda feira dia 30 do 05 2011



30+05+2011: 12 é mesmo o Sacrifício, por sua vez sacro-oficio...

Ensimesmado...

E assim, ensimesmado como tenho vindo ao dobrar aqui agora o cabo de penúltima curva da minha estrada, aqui estou!
E ao norte do país de Preste João, pátria do Cristo Universal, terra do Quinto Império segundo muito já me disseram, à sombra de uma árvore frondosa, finalmente sento-me a descansar a alma e em paz repouso também meu cansaço físico e anseio.

Respiro fundo e já de ânimo sossegado tateio a minha mala, reviro a minha sacola antiga, vejo e toco meus pertences como entes meus, mas não passam de meras peças de roupa, sandálias, algumas efêmeras bugigangas e umas esculturas em madeira, que eu em cumplicidade com os formões entalhei.

No plano das ideias, pessoais é bom que se diga, porque no plano universal as ideias todas diferenciadas e perfeitas estão lá, enquanto as minhas relativas e infimamente pequenas por seu tamanho mal existem, mas é cá que eu estou agora!

Mesmo assim, pequenas, ilustram cenas e objetos abstratos de uma história que em nada se parece com a história nacional, do mesmo período! Vinha vindo muito bem, a vida nacional vinha muito bem nos últimos anos, até que nove anos atrás emergindo do mar, Netuno

em semi-polvo ou primo mais pobre do molusco veio à terra, e disseminou tremenda praga de corrupção, que até os santos temem passar por aqui e serem contaminados!

Trago também símbolos do ouro, da prata, do nióbio, da palavra, preceitos, códigos, caracteres e eixos de um ser único, mas igual a qualquer um dos múltiplos bilhões de irmãos, em humanidade, diferenciado deles apenas pelo caráter pessoal e naturalmente trago também nome e código dos sem caráter nenhum em minha lista...

Com modelos mentais pessoais, é verdade, sentimentos igualmente, muitos eus por mim adquirem vida, mas mantenho um fio condutor ligado ao EGO central, que afinal sou eu, sínteses de todos os eus e são tantos! Muitos e tantos quantos nasçam a cada instante, como nascem, que eu não quero nada velho de instantes atrás.
Quando, pois,já desfeitos os meus sonhos como as flores da árvore, que já deu seus frutos e as últimas folhas do verão dão-me agora sombra.

E remexendo lá no fundo da mala, encontro um velho espelho, onde vejo de repente retratada a hipocrisia das pessoas, razoavelmente boas, boas, mas para quem uma palavra mais pesada ainda que de brincadeia a profira, em nome dessa moral enlatada por esse mais leve deslize do autor, essas pessoas boas em demônio o convertem!

Hipócritas e vendilhões da pátria encontram-se com pessoas boas em algum lugar da hipocrisia.

E isso ocorre todos os dias com gestos semelhantes e até com palmas inadvertidas para um vendilhão, disfarçado discursando a desfilar mentiras.

Mas bate-me neste instante um sono leve, e à sombra desta centenária árvore não o quero deixar passar; de leve pego no sono, mas não sem antes apagar as imagens do espelho.

Infelizmente às pessoas que aí vi não quero povoando meus sonhos.
Quero sonhar com frutos silvestres, morangos híbridos, por exemplo, muito parecidos com pequenas e delicadas uvas rosadas, magníficas.

Quero sonhar. Não projetar pesadelos mentais de imagens reais, de algumas pessoas que eu sei vivem e falam muito sem dizerem nada...

Quero sonhar com as minhas pessoas, conhecidas e desconhecidas...
Pois é mesmo verdade e o poeta tem razão quando diz: “por onde eu passo meus filhos me reconhecem”, e eu acrescento que a alguém eu já reconheci!

Mesmo ainda sem saber se sou ou não filho de algum desses poetas, noturnos, que em silêncio escrevem a sua poesia e em silêncio quem tem ouvidos para ouvir, ouve.

Nenhum comentário:

Postar um comentário