sábado, 28 de janeiro de 2012

POBREZA




Porque não saibamos o que é riqueza de espírito, a pobreza é a única que temos de concreto. Existem em abstrato inúmeras fortunas, conquanto em espécie, palpáveis, nenhuma.

Tudo quanto exista e seja possível tocar e aos nossos olhos impressione a forma que tem, não é nada; inclusive nós, inclusive tudo...

Juntamente com todas as coisas somos objetos da sombra a impedir o sol. Mas também o sol é finito e sombra (luminosa) em nosso espaço, outro que também é relativo.

Ante isto, o que é real? E quem conhece realmente o que é verdadeiro? Alguém a algum indício já viu, uma cor, um sabor, um cheiro - uma forma, uma idéia precisa e eterna?
Teria sido esta suprema indagação quem levara o antigo Grego a buscar o ser metafísico, expresso na idéia do eu?

Não só naquele tempo na Grécia, mas ainda hoje se o busca em todo o mundo por muitas pessoas sérias, muito sérias, há de se dizer, e algumas muito raras através da fé; ainda outras pela necessidade fazem descobertas profundas de caráter místico, outras através da ciência.

De modo que a busca da verdade resulta na questão de espírito, deveras fonte de toda a riqueza.

E sabe então quem o busca o que é riqueza de espírito e pobreza da alma e do corpo. Ainda que relativamente, para que não se pense haver qualquer saber derradeiro na esfera do pensamento humano.

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