Portas e Janelas (C. O.)
Eu vi um homem balançando a cabeça, com
as mãos nos olhos;
Eu vi que ao tirá-las dos olhos tampava
os ouvidos;
E vi, também, que ao tirá-las dos
ouvidos não tampou a boca.
Este homem falava sem parar e não dizia
nada.
Não dava sinais de que desejava aprender
nem tinha o que ensinar.
Embora
herdasse todas as possibilidades e meios pelos quais
Poderia
abrir portas e janelas do saber, não as abria!
Entretanto, com tantas aberturas e
facilidades próprias da época,
Era invadido por coisas estranhas do
mundo!
Mas pelos órgãos de comunicação externa
Não devolvia nada que revelasse bom
senso ou siso.
Nem criações acabadas... Sequer palavras
inteiras!
Nenhuma expressão de razoável
inteligência revelava.
E tudo ouvia, olhava, sentia e cheirava,
Porém fracionado, tão fracionado que, do
que dizia,
Este homem que de tudo ria, falava,
falava,
Mas não dizia nada!
Era o homem esponja, e não tinha medida
nem parâmetros!
Melhor seria então que permanecesse
calado!
Mas, embora primário, astuto e muito
esperto, votava!
Curioso e ladino simulava bem e até
parecia letrado!
Embora não pensasse na regra da razão,
possuía forte instinto aguçado.
E foi assim que vi este homem a passar,
sumindo no tempo, apagando.
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