sábado, 4 de maio de 2013

Os Quatro Homens: Ferro, Bronze, Prata e Ouro

O Homem de ferro nem de madeira é...


Portas e Janelas (C. O.)
Eu vi um homem balançando a cabeça, com as mãos nos olhos;
Eu vi que ao tirá-las dos olhos tampava os ouvidos;
E vi, também, que ao tirá-las dos ouvidos não tampou a boca.
Este homem falava sem parar e não dizia nada.
Não dava sinais de que desejava aprender nem tinha o que ensinar.
Embora herdasse todas as possibilidades e meios pelos quais
Poderia abrir portas e janelas do saber, não as abria!
Entretanto, com tantas aberturas e facilidades próprias da época,
Era invadido por coisas estranhas do mundo!
Mas pelos órgãos de comunicação externa
Não devolvia nada que revelasse bom senso ou siso.
Nem criações acabadas... Sequer palavras inteiras!
Nenhuma expressão de razoável inteligência revelava.
E tudo ouvia, olhava, sentia e cheirava,
Porém fracionado, tão fracionado que, do que dizia,
Este homem que de tudo ria, falava, falava,
Mas não dizia nada!
Era o homem esponja, e não tinha medida nem parâmetros!
Melhor seria então que permanecesse calado!
Mas, embora primário, astuto e muito esperto, votava!
Curioso e ladino simulava bem e até parecia letrado!
Embora não pensasse na regra da razão, possuía forte instinto aguçado.
E foi assim que vi este homem a passar, sumindo no tempo, apagando.


Nenhum comentário:

Postar um comentário