quinta-feira, 15 de maio de 2014

EFEITO ESTUFA

 
Ainda temos sol ameno. Ainda. Por enquanto. E apesar de trágico, muito trágico mesmo foi revelado o retrato em preto e branco completamente enfumaçado; e já não fará diferença se o efeito estufa aumentar ou diminuir a temperatura da terra, só para denunciar os culpados ou alguém faturar bilhões.
A culpa muito claramente estampada no retrato revela alguns homens tentando esconder as suas mãos sujas. Esses não as lavam nem mesmo antes das refeições!
Esperar que lavassem os pés para entrar no templo, ou a boca para falarem de Deus exigir-se-ia muito de quem não possui civilidade sequer para entrar numa estrebaria sem agredir e até sujar os animais.
Desgraçadamente, esses desconhecem os mais primários princípios de cidadania e o sagrado direito do outro. Embora “vestindo” roupas de corte clássico, caríssimas!
            Como então imaginar que pudessem lavar a alma, onde reside o embrião da futura consciência? Se ainda não têm uma alma pessoal com genes dos padrões universais, onde se assentará a decência? Seria o mesmo que esperar de alguém que perdera as duas pernas num trágico acidente ganhasse uma prova de atletismo, competindo com um perfeito atleta olímpico!
             Ou então exigir que um cego visse e dissesse com certeza qual a cor que lhe fosse apresentada! Ou então que um surdo ouvisse, ou ainda que um burro falasse! Ou até que um ladrão não roubasse!
            Mas felizmente ainda assim o mutilado das pernas corre; o cego até vê; e também o surdo ouve! Ainda bem! Mas infelizmente também o ladrão rouba como nunca em todas as instancias lá do alto. E o maior ladrão é mesmo o mais ao alto de poder! Seria a extrema pobreza de espírito a marca desses larápios?
            Apesar deles ainda o sol por muito tempo há de brilhar por sobre a Terra, e ainda pela frente terá bilhões de anos para brilhar e alimentar de vida o seu sistema inteiro.
             Não obstante (grandes homens) instalados em luxuosos escritórios aufiram grandes lucros rindo muito, sequer desconfiando que não lucrem o suficiente para aplacar a fúria das tempestades. Tempestades físicas, naturalmente, que as de alma não as sentem, pois muitos nem alma ainda têm! Mas quando vierem tais tempestades a seus palácios com quanto contiverem dentro arrastarão ladeira abaixo... Lamentando-se as crianças se as tiverem, e os animais de estimação, caso os tenham.
 Pois aí os “grandes lucros”, sejam em papel moeda seja em ouro, ainda que o ouro não seja culpado pelo caráter de quem o adquira. E será sempre completamente incorruptível! Sim, ouro incorruptível, uma qualidade impossível de ser encontrada nesses corruptos; e ainda que ao ouro derreta o fogo, não corromperá a sua nobre unidade molecular aurífera! Nem quando roubado do tesouro nacional perde a majestade de metal nobre!
 Coisa que não ocorre com a consciência de quem às carradas e em detrimento do pão da maioria do povo o guarda nos cofres ocultos. Devido isso e a falta de consciência que ainda não possuam, guardam e escondem quanto podem, inclusive a sua verdadeira face tampando os olhos e alegando não verem, nem saberem de nada.
 Embora vã seja a sua tentativa, já que todo mundo o conhece pelo nome e apelido meta a sua cara todos os dias na mídia a rosnar grosso e blasfemando contra todos que sejam honestos e diferentes dele. Mas felizmente, por outro lado, o ouro do reino está muito longe do alcance de suas mãos sujas!
  E só o ouro do reino tem real valor. Mas nem imaginam esse “homem” o que seja o ouro do reino! E embora o sol brilhe também para ele, o fogo a seus lucros reduzirá no final à fumaça preta. E a um cheiro de plástico queimado horrível há de ele e seus comparsas de aspirar, em vez de caríssimo e raro perfume importado. Muitos, sem ainda distinguirem um raro perfume do cheiro horrível da fumaça monetária, que deveras a tantas substâncias preciosas queima!
              Todavia, ainda não vai totalmente o ontem nem o amanhã no hoje, passando já em pó a correr por agora. Pois, se agora fosse ontem e o amanhã já, tempo haveria de um poder estar e ser o outro, tanto antes quanto depois... Mas como este fenômeno provocasse a ruptura à unidade cósmica e o universo caísse, a pergunta é: onde cairia o universo, e em que chão se estatelaria?
              Ah, se todas as madrugadas fossem a alta noite e a noite entrando pálida fosse amanhecendo todas as madrugadas! Mas não! Horas vagas feitas de minutos hipotéticos em segundos grãos de areia são frações longínquas de um espaço irreal, que haveríamos de ter em um futuro incerto e vago no tempo, a negar as substâncias com as quais se fazem sonhos, flores e universos, com todos os seres com temperatura e pressão sanguínea ideal dentro desses universos, para ao final, “reais e irreais” ao mesmo tempo serem e não serem.
                Não. Os efeitos simbólicos do tempo de ontem não se fundem com o tempo de um impreciso amanhã, ignorando e passando por cima dos efeitos gerados no agora, ainda que também passageiros frutos da ilusão do momento.
                E quanto a nós, não estamos no lugar certo de se estar? E que lugar é este, que seja possível garantir estar-se nele? E quem está, é quem ou quê, neste lugar? E em que estado é? E o que seria qualquer coisa alguém, dentro desse não ser permanente a ser aqui agora quase um nada?
                Onde tudo é relativo e de fato tudo é relativo, também relativa há de ser qualquer hipótese de ser e de estar aqui dentro ou fora de ontem e de agora, tanto no tempo quanto no espaço eu e qualquer coisa.
                 Mesmo que o tato informe o centro de consciência sobre as formas que toca, ou os olhos o que vêem, e até mesmo o som que os ouvidos ouvem... O que é isso?
                 Enfim, nada é real se o deixar de ser um dia. E deixar de ser é o ato ou o feito perfeito e verdadeiro de extinguirem-se todas as coisas na impermanência da transformação... “E não é que ao longo do tempo todas as coisas se extinguem! até os sonhos, as flores e os universos com tudo dentro? Nesse dito ato perfeito da permanente insubstância das coisas reais?”
                 E o que por trás do irreal é possível conceber e valha a pena existir, é deveras real e existe? Se nem mesmo o sol, se nem mesmo o céu, se nem mesmo o universo, se nem mesmo Deus tal como o definem os homens da falsa fé, e até aquele que o filósofo diz ter matado é real? O que então, por trás de tudo, é real?
            Ninguém responda se não quiser correr o risco de mentir; mesmo que fundamente seus enunciados na mais alta e última descoberta da física quântica, e durem até séculos essas suas descobertas, ou as redescobertas fórmulas nas mais sagradas escrituras recém desvendadas! Mas quem responder “nada” de tudo que já é conhecido e tenha uma forma qualquer, sim, este não erra e não poderá ser chamado de mentiroso e não dirá, por isso, inverdades!
             Portanto, pastores e padres, bispos e pregadores, deputados e senadores, presidentes, prefeitos e vereadores, calai-vos! Se vossas palavras pretenderem mais que uma crença, mais que uma promessa vã enunciar! E se ainda assim do alto de vossa arrogância quiserdes falar em nome de Deus, ou com vossa demagogia anunciar que pretendeis saldar a fome do mundo, por gentileza, não o façais às crianças!

             Ainda mentalmente puras indubitavelmente seriam profanadas por vossas inverdades e falsas promessas, quanto a desvendar a real existência daquilo que por trás de tudo se encontra! 

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