quinta-feira, 29 de maio de 2014

TEMPO DE ESPERAR


Mas será tempo de esperar ou em algum tempo esperar foi tempo de alguma coisa nova vir a ser?

Esperar! Que verbo impossível! Nunca quem esperou recebeu exatamente o que esperava, caso ao que esperasse tenha dado face e forma...

E se não criou imagem nenhuma, nada esperou. É impossível esperar sem imaginar e criar uma imagem do que se espera.

Esta é, todavia só um lado da história, que tem no outro lado o tempo, esse impostor mentiroso escondido nas aparências.  

Duas falsas coisas ou, se quisermos, duas ferramentas impossíveis: esperar e tempo. Esperar, já se viu que não se pode conjugar esse verbo, pois não há o que venha e se vier nunca será o que se esperou como se imaginou.

E o tempo, por não existir e andar por aí a fazer diversos papéis que não lhe cabem, foge da sua única natureza de ser infinito.

Está difícil entender essas duas formas tão amiúde usadas, e tão absurdamente falsas? Experimente, quando for esperar alguma coisa com a idéia fixa de que o tempo não existe e verá que o que espera quando chega já passou ou nunca existiu.

O tempo em seu estado de infinito tudo que tenha uma forma concreta ou abstrata e passe, não existe!

No Ocidente judaico-cristão até pouco tempo atrás, com a idéia do paraíso e da vida eterna gerava de alguma maneira a expectativa da permanência e do sempre.

Já no Oriente a idéia da impermanência ou maia sempre prevaleceu no conceito de que tudo o que nasce, se teve inicio, terá fim.

Esta idéia simples, mas tão difícil de um ocidental aceitar, não mais se discute e é realmente uma verdade indiscutível.
        
Diante disso, o que se pode esperar que chegue e exista? Nada! Absolutamente nada e embora cruel à primeira vista, é depois de compreendida condição maravilhosa e reafirma o amor universal, em primeiro momento, pois se temos a consciência de que tudo é passageiro, ainda assim prevalece o amor...

Bem, agora falta a outra metade para comentar, que é tempo, mas ainda alguém tem dúvida de que sendo infinito ele não existe, em estado relativo?

E então, ainda carece dizer mais alguma coisa a respeito?


Nenhum comentário:

Postar um comentário