terça-feira, 27 de maio de 2014

Truncar para Esconder


Desce ladeira abaixo e sobe à ponta da língua
Um quê de nada da cor cinza originalmente azul.

Montanha acima a lagarta alpinista sai da boca
E desce voando em rasante disparo “borboleteando”.

Cães pastores pastam ovelhas e as cabras deleitam
Folhas escritas de tinta verde natural de hortelã.

Sim era manhã já tarde escurecendo e a chuva
Desceria breve à noite de quase já meio dia.

Ninguém ainda dormia, mas todos de olhos fechados
Imóveis, nenhum ruído se ouvia.

Era festa na festa da festa de festejar a festa de todas
As festas por festejar ainda sem festa.

Outro ano virá amanhã depois do ano passado ter fechado
Antes do tempo sem avisar ninguém.

Mas amanhã quando sair o sol logo pela manhã sem chuva
Sem nuvens no céu, será um deus nos acuda.

Decreta-se a fim das mentiras esfarrapadas molhadas
De chuva fraca da prometida tempestade.

Formigas e galos famintos abraçados, vão ao terreiro do vizinho
Levar presente de aniversario ao sapo familiar.

O rato interrogando o gato quis saber da noite anterior quem teria
Derramado o leite depois de tomar todo o vinho.

E o vizinho enciumado do mendigo que batera à sua porta
Quis saber onde encontrar o seu desapego.

Mas o mendigo sem imaginar o que seria o tal desapego
Perguntou por andava a liberdade.

Liberdade era a esposa do vizinho que lhe dava sempre pão
E algumas letras soltas boiando num copo de água.   

Ladeira, língua, montanha, lagarta, borboleta, cão, pastor, formiga,
Sapo, rato, gato, leite, vinho, vizinho e sua mulher liberdade.


Uma plêiade de seres para que se apresente na festa o mendigo...  

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