Desce ladeira abaixo e sobe à ponta da língua
Um quê de nada da cor cinza originalmente azul.
Montanha acima a lagarta alpinista sai da boca
E desce voando em rasante disparo “borboleteando”.
Cães pastores pastam ovelhas e as cabras deleitam
Folhas escritas de tinta verde natural de hortelã.
Sim era manhã já tarde escurecendo e a chuva
Desceria breve à noite de quase já meio dia.
Ninguém ainda dormia, mas todos de olhos fechados
Imóveis, nenhum ruído se ouvia.
Era festa na festa da festa de festejar a festa de todas
As festas por festejar ainda sem festa.
Outro ano virá amanhã depois do ano passado ter fechado
Antes do tempo sem avisar ninguém.
Mas amanhã quando sair o sol logo pela manhã sem chuva
Sem nuvens no céu, será um deus nos acuda.
Decreta-se a fim das mentiras esfarrapadas molhadas
De chuva fraca da prometida tempestade.
Formigas e galos famintos abraçados, vão ao terreiro do
vizinho
Levar presente de aniversario ao sapo familiar.
O rato interrogando o gato quis saber da noite anterior quem
teria
Derramado o leite depois de tomar todo o vinho.
E o vizinho enciumado do mendigo que batera à sua porta
Quis saber onde encontrar o seu desapego.
Mas o mendigo sem imaginar o que seria o tal desapego
Perguntou por andava a liberdade.
Liberdade era a esposa do vizinho que lhe dava sempre pão
E algumas letras soltas boiando num copo de água.
Ladeira, língua, montanha, lagarta, borboleta, cão, pastor,
formiga,
Sapo, rato, gato, leite, vinho, vizinho e sua mulher liberdade.
Uma plêiade de seres para que se apresente na festa o
mendigo...
Nenhum comentário:
Postar um comentário