De qualquer maneira valerá a pena cumprir a vida. Só não se deve vivê-la aos empurrões, sem qualidade e com a vontade fraca para exercê-la plenamente. Porquanto é relativo o conceito de que (vale a pena a vida de qualquer jeito), só porque se está a respirar e a fazer movimento.
Onde não houver condição de higiene e as pessoas
miseravelmente vivam, não se pode exigir respeito às leis das quais sequer têm
noções; nem aí se deve esperar inteligência superior para que à vida integral
compreendam.
Mas não por isso, e por incapacidade e falta de
vontade política se as condene à indigência eterna com esmolas! Pois assim como
o Lótus é sagrado devido a sua beleza e ambiente em que floresce, também da
classe mais pobre poderá surgir a mais bela expressão do gênio humano, em
bondade e inteligência!
E se lhes for oferecida uma condição mínima, quem já
vencera tantas dificuldades, mais do que de outro ambiente daí poderão surgir
grandes seres, grandes esportistas, grandes artistas e almas generosas destinadas
a conduzir outras almas menores a fugirem da miséria extrema, ou até da
opulência e soberbia mortíferas.
Pois raras vezes, muito raras vezes mesmo têm surgido
grandes almas dos ambientes mais fartos e ricos. Igualmente dos mais pobres, se for estimulada
a indolência, pois esta sim, é o que determina os fracassos e não a diferença
entre ricos e pobres. Exatamente como da resistência e conseqüente choque das
partículas surge o calor, também das dificuldades da vida cresce a arte e o
engenho das pessoas. Mas naturalmente num ambiente pobre que por alguma razão
de causa e efeito prepondera alguma deficiência e falta de cultura e
informação, a tendência à indolência é maior.
Urge então olhar ao longe sem travas mentais e sem
preconceitos, para se ter à vida universal em perfeita e absoluta unidade,
pouco importando se em conceitos e múltiplas fórmulas se a tente repartir.
Intrinsecamente,
inseparável em sua unidade perfeita, quanto mais os homens da ciência
materialista e os da filosofia moderna tentar reparti-la, mais dela se afastarão
e de seu predicativo imperioso, pelo qual ela se manifesta desenvolvendo um
centro individual gerido pela inteligência, para gradativamente criar em si mesma
um núcleo de consciência em cada sujeito, e assim se transformar em múltiplas
consciências individuais.
E no inicio o egoísmo
prepondera, mas devido a sua natureza Una, também Uno se tornará aquele centro
na mesma medida em que se expandir para daí resultarem raros, mas gigantes
espirituais, sem necessariamente escolherem o ambiente, rico ou pobre.
Todavia
enquanto em estágio material mais instintivo do que inteligente precisa muito
de frações e pequenas partes a fim de compreendê-las, e em contrapartida vai adquirindo
vícios e os seus consequentes pesos, medidas, ideologias, crenças, medos e
traumas, mas de tal sorte que ao tentar deles se libertar, caminha e cresce.
E deste
magnífico jogo regido por códigos e leis surgem do uso e costume do povo nas leis
que vão se incorporando e acrescentadas ao primordial código atribuído a Hamurábi, que certamente tivera a inspiração divina enquanto cânone das leis,
assim como outras ordens em todas as ciências regulam medidas, formas, práticas
médicas, expressões artísticas, cânones, arquétipos etc.
Visto
assim o mundo e o homem que nele caminha enquanto personalidade, embora regido por lei, sem consciência da unidade da
vida percebe-se muito claramente que é dessa forma que alimenta o egoísmo; e
opostamente terá na compreensão da Unidade da vida o elemento de redenção.
E
quando vez primeira abra os olhos para essa nova estação, defrontar-se-á com as
três inquietantes perguntas da esfinge...
Deste
magnífico jogo que naquele momento dará inicio, a cada resposta que tente
responder, ainda que sem êxito certamente amplie os seus horizontes; e em vez
da ladainha repetitiva do crente compreenderá a sentença cientifica do Cristo:
“amai-vos uns aos outros e ao próximo com a si mesmo”.
Pois
sem dúvida consiste o mundo com tudo que nele vai fruto da animação desta onda
gigante de vida, onde o homem partindo e repartindo segue tentando fracioná-la,
coisa impossível de na mínima fração jamais conseguir êxito.
Embora
por burrice, ao longo do tempo possa a si mesmo dela separar-se repartido em
muitos “nadas” dos seus ilusórios eus passageiros.
Nenhum comentário:
Postar um comentário