sexta-feira, 16 de maio de 2014

O MUNDO II

De qualquer maneira valerá a pena cumprir a vida. Só não se deve vivê-la aos empurrões, sem qualidade e com a vontade fraca para exercê-la plenamente. Porquanto é relativo o conceito de que (vale a pena a vida de qualquer jeito), só porque se está a respirar e a fazer movimento.


Onde não houver condição de higiene e as pessoas miseravelmente vivam, não se pode exigir respeito às leis das quais sequer têm noções; nem aí se deve esperar inteligência superior para que à vida integral compreendam.

Mas não por isso, e por incapacidade e falta de vontade política se as condene à indigência eterna com esmolas! Pois assim como o Lótus é sagrado devido a sua beleza e ambiente em que floresce, também da classe mais pobre poderá surgir a mais bela expressão do gênio humano, em bondade e inteligência!

E se lhes for oferecida uma condição mínima, quem já vencera tantas dificuldades, mais do que de outro ambiente daí poderão surgir grandes seres, grandes esportistas, grandes artistas e almas generosas destinadas a conduzir outras almas menores a fugirem da miséria extrema, ou até da opulência e soberbia mortíferas.

Pois raras vezes, muito raras vezes mesmo têm surgido grandes almas dos ambientes mais fartos e ricos.  Igualmente dos mais pobres, se for estimulada a indolência, pois esta sim, é o que determina os fracassos e não a diferença entre ricos e pobres. Exatamente como da resistência e conseqüente choque das partículas surge o calor, também das dificuldades da vida cresce a arte e o engenho das pessoas. Mas naturalmente num ambiente pobre que por alguma razão de causa e efeito prepondera alguma deficiência e falta de cultura e informação, a tendência à indolência é maior.

Urge então olhar ao longe sem travas mentais e sem preconceitos, para se ter à vida universal em perfeita e absoluta unidade, pouco importando se em conceitos e múltiplas fórmulas se a tente repartir.

Intrinsecamente, inseparável em sua unidade perfeita, quanto mais os homens da ciência materialista e os da filosofia moderna tentar reparti-la, mais dela se afastarão e de seu predicativo imperioso, pelo qual ela se manifesta desenvolvendo um centro individual gerido pela inteligência, para gradativamente criar em si mesma um núcleo de consciência em cada sujeito, e assim se transformar em múltiplas consciências individuais.

E no inicio o egoísmo prepondera, mas devido a sua natureza Una, também Uno se tornará aquele centro na mesma medida em que se expandir para daí resultarem raros, mas gigantes espirituais, sem necessariamente escolherem o ambiente, rico ou pobre.

Todavia enquanto em estágio material mais instintivo do que inteligente precisa muito de frações e pequenas partes a fim de compreendê-las, e em contrapartida vai adquirindo vícios e os seus consequentes pesos, medidas, ideologias, crenças, medos e traumas, mas de tal sorte que ao tentar deles se libertar, caminha e cresce.

E deste magnífico jogo regido por códigos e leis surgem do uso e costume do povo nas leis que vão se incorporando e acrescentadas ao primordial código atribuído a Hamurábi, que certamente tivera a inspiração divina enquanto cânone das leis, assim como outras ordens em todas as ciências regulam medidas, formas, práticas médicas, expressões artísticas, cânones, arquétipos etc.

Visto assim o mundo e o homem que nele caminha enquanto personalidade, embora  regido por lei, sem consciência da unidade da vida percebe-se muito claramente que é dessa forma que alimenta o egoísmo; e opostamente terá na compreensão da Unidade da vida o elemento de redenção.

E quando vez primeira abra os olhos para essa nova estação, defrontar-se-á com as três inquietantes perguntas da esfinge...

Deste magnífico jogo que naquele momento dará inicio, a cada resposta que tente responder, ainda que sem êxito certamente amplie os seus horizontes; e em vez da ladainha repetitiva do crente compreenderá a sentença cientifica do Cristo: “amai-vos uns aos outros e ao próximo com a si mesmo”.

Pois sem dúvida consiste o mundo com tudo que nele vai fruto da animação desta onda gigante de vida, onde o homem partindo e repartindo segue tentando fracioná-la, coisa impossível de na mínima fração jamais conseguir êxito.


Embora por burrice, ao longo do tempo possa a si mesmo dela separar-se repartido em muitos “nadas” dos seus ilusórios eus passageiros.         

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