segunda-feira, 12 de maio de 2014

Polaridade através do encontro simples das coisas


Quando alguma coisa em movimento primordial se encontra com algo em movimento oposto surge um circulo, pela convergência circular das forças num seio etéreo de natureza fria... Quando uma linha de força em movimento horizontal cruza com outra vertical, surge uma cruz dentro do círculo, como de fato surgiu. E a seguir a esse jogo formou-se um centro e um eixo regulador do movimento, e desse o ritmo do universo curvo e ondular.

E do movimento das partículas de encontro à resistência do choque teria surgido luz como corpo do fogo universal ao refletir-se nas trevas. Estranhamente, são as trevas que revelam a luz! Mas porque nelas a luz se reflete?

Todavia, brincando um pouco com a imaginação, onde tudo começou e terminará será ainda aí um lugar? O que sabemos do espaço absoluto? Diante desse impasse tanto faz seja luz, trevas ou caos, tanto faz! Pouco importa o modo que se faça a luz e as trevas!

Caso seja verdadeira a hipótese científica tanto quanto a metafísica, aí onde não se pode chamar de lugar teve início e será o fim de tudo. Segundo ainda as convenções e as regras do conhecimento relativo a este quaternário modo terrestre de pensar humano, é um lugar este planeta e já existe com espaço relativo. E então, na quadratura do círculo, o conhecimento específico relativo a um código, lei e regência do pensamento concreto processado por neurônios, tudo é polar, e dessa polaridade surge o caso concreto, como fruto.   

Nem só por isso são os neurônios bons consumidores de energia, (bendito o leão comido pelo homem, maldito o homem comido pelo leão), mas ora já redimidas as “Glias” que, eficientes companheiras dos neurônios consagram com atenção e esforço o fato de serem fêmeas, se fêmeas forem! Este é, portanto um dos pólos do jogo em que o outro pólo transcende a quadratura do circulo, mas bem que pode ser o que a causou e não é humano.

Mas ainda assim sistematização ocidental alguma pós-moderna contém qualquer saber definitivo. Assim como também ninguém do ocidente poderá desvendar o pensamento chinês, ou indiano, por exemplo! Recolhido primeiramente a um disquete ou CD e posteriormente a um livro por trás do qual tenha quantas páginas tiver há de estar o seu autor ocidental. Sim, um dos tais do Ocidente a correr apressado em definir e catalogar em processo literário ou em novela o pensamento chinês, (ou de outro povo milenar e sua cultura, sua arte e seus costumes?) Bem, isto é no mínimo grande atrevimento ocidental, para não citar autores nem a língua em que escreve, seja ou não traduzida posteriormente para muitas línguas, inclusive para a falada onde está o palco que serviu de cenário ao atrevimento...
Mas será esta prosa um tanto confusa uma maneira confusa de criticar os autores ocidentais que se atrevem a desvendar o pensamento de um povo Oriental?

Imensamente rico e de profunda filosofia, o povo chinês, por exemplo, congrega harmoniosamente na mesma medida a busca silenciosa do TAO na mais perfeita suavidade do centro, quanto do CONFUCIONISMO na organização social sob as prudentes passadas simples, muito bem equilibradas com a visão do caminho do meio, tal como preconiza o SENHOR BUDA.

Além das muralhas da China e acima do luar de mistério, brilha intensamente com clareza um saber hereditário de um longo caminho, percorrido em busca do conhecer.

Penso que se torna quase impossível ao filósofo chinês imaginar a linguagem dando origem a qualquer coisa, por mais que o queiram alguns teóricos e superficiais do intelecto, não mais que intelectuais inclusive os de alto grau de intelectualidade.

Pois nem mesmo no Ocidente apressado e ainda criança é possível divagar pelo mundo das idéias, a esta altura em que alguns já tomam consciência do mundo das “idéias permanentes”, sem que estas se tornem sujeitas ou mesmo representadas por momentos racionais na prisão da lógica e impressas no papel. Absolutamente relativas devido à temporalidade – do intelecto – limitadíssimas serão quanto à essência... Isto só para que de tese em tese, sonho em sonho e de tempos em tempos se busque a verdadeira essência e se encontre apenas a relativa forma, provada e sustentada em brilhantes enunciados que até lhe conferem atributos permanentes, ainda que se quebrem e diluam na primeira esquina do tempo, logo aí na madrugada!

(A história do conhecimento é construída de infinitas madrugadas).

E não há nada mais tolo que um intelectual do Ocidente pretender descrever em livro a essência da cultura e a alma de um povo milenar, como no caso a do povo chinês.

Bendito é o fruto que antes de haver qualquer vestígio ou ensaio de linguagem, já possuía sabor! Ainda que nem houvesse quem o pudesse saborear! Bendito é qualquer ser, seja concreto um objeto estimulador da inteligência, seja uma simples idéia ou mesmo qualquer coisa que restaure ao pensamento o simples e dê sinais claros de um caminho por onde o homem retorne definitivamente à natureza, sem artifícios... E que se a conceba tal como ela é acima e além de um processo da linguagem...
Entretanto, que a superação das idéias e os conceitos científicos traduzam a ciência ou filosofia mais próxima da realidade, que a natureza é o que é acima de qualquer pensamento “filosófico”. Entretanto mais que qualquer teoria ou método, a filosofia é necessária para que o homem tenha por objetivo pensar bem e evoluir. E que o faça então através da “busca amorosa do conhecimento”; e ao conhecer passe, a saber; e, por sua vez, com a experimentação se ilumine em consciência.

Afinal, na metáfora oriental a cidade das nove portas poderá se iluminar toda por dentro e adquirir a consciência de si mesma; para tanto possui trinta e dois portais por onde entra o conhecimento; e é constituída e edificada pelos quatro reinos da natureza; já pelas cinco janelas abertas recebe os alimentos necessários, de duas distintas “panelas”: uma de natureza quente e outra fria, em sólidos e líquidos e posteriormente gazes sutis – emoções e pensamentos – onde brilha o sol, mas também chove e também faz muito frio com o rigoroso inverno da ignorância...

Principalmente na mente teórica e meramente acadêmica ainda deslumbrada com a moderna corrente “filosófica” de negar as outras, enquanto de carimbos na mão marca de inferior qualquer que discorde das suas teorias, por estarem fora do seu entendimento... Qualquer ser primário faz igual e a mesma coisa sem grande esforço, sendo até instintivamente mais tolerante.

Escravos das idéias, estes senhores com suas cabeças programadas para pensar só uma tese filosófica e às vezes ideológica – característica da filosofia materialista – seus acadêmicos numa única cadeira sentam suas nádegas a sustentarem o resto do corpo, em cujo ponto mais alto vai uma cabeça que é capaz de pensar apenas uma tese... E uma tese é algo do tamanho uma azeitona, apenas uma azeitona num olival ou um caju que até às vezes cai maduro de um cajueiro e se esborracha no chão...

Por outro lado, a quadratura do círculo tornou-se possível graças à polarização das duas linhas universais sem a anuência desses senhores: e a horizontalidade penetrada pela verticalidade sem nenhum mistério, depois de longo giro e já com quatro direções converteram-se nos quatro lados da cruz, aproveitando a curvatura do universo, se é que ele é curvo, ou até ainda que o seja!

A questão, então, reside em saber: de onde surgiram as duas linhas que ao se encontrarem criaram a cruz já distante e bem mais concreta do que círculo primordial, onde se encontraram?


Mas certamente todo o jogo resulta da observação, concentração e do encontro entre os opostos ao provocarem primeiramente o choque – e dele a promoção do fogo do conhecimento pela experiência – fez surgir daí o princípio da linguagem verdadeira, diferente daquela outra artificial das teorias modernas do símbolo pragmático e da dialética materialista, sem qualquer sentido quando isoladamente vistos... Pois que nenhuma linguagem dá origem a nenhum objeto, não dá mesmo, seja este concreto ou abstrato... Mas em sentido oposto um objeto sempre dará uma forma de linguagem que a denomine, e a tudo quanto o ladeie exista em maior temporalidade, embora nada que se extraia da construção humana e até universal seja revestido de eternidade e dure para sempre. Exceto cada um, desde que se vá eternizando por dentro através da aquisição da Paz, Amor e Sabedoria.

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