Rompeu-se um laço forte e ao desfazer-se o nó,
quebrou-se a porcelana; o ar pesado e o cheiro forte levam a crer ser a última
gincana.
É que debaixo da telha proliferam ruínas e formigas;
apagou-se a centelha em contendas e intrigas. Compreensível que no vale das
paixões tudo não valha nada e passe!
Por tão fracas emoções vinga-se a má sorte ao longo
da estrada. Que Pena! Não perceberam e o tempo passou; nem viram que não deviam
ficar só... Agora os seus lamentos nem o vento não têm dó.
Mas deveria ter se ao romper-se o laço e ao desfazer-se
o nó quebrou-se a porcelana? Deveria? E o que restou desse desenlace e quem
remendaria pedaço por pedaço da frágil louça quebrada?
Fosse a alma uma pomba e voasse céu arriba, mas não
é coisa de sangrar, não foi criada á deriva e não pode se quebrar, embora além
da porcelana possa a alma ser ferida...
Mas quem a feriria se nem pomba ou porcelana e
ninguém nunca a veria nem por dentro nem por fora nem depois de uma gincana,
que dirá na pradaria?
Não é rosa, não é cravo, nem é erva nem arbusto que
vegete ao pé de um lago!
Que repouse então a alma e não saia a passear que é
criança muito velha e pode até antes do tempo acordar...
Que repouse alma alada sem as asas pra voar, repousa
em paz ignorada, mal amada e sem ter bem onde ficar!
Repousa veste incolor, veste informe, identidade
ignorada e sem nome, que tu és a esperada, a renascida de ti mesma!
Mas o teu senhor nem desconfia que tu és ele e ele
sem ti ele não será nada, pois tu és o elo, o selo, o ninho, o vinho, o pão e
estrada...
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