sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

AlMA EMBRIONÁRIA E TAL



Rompeu-se um laço forte e ao desfazer-se o nó, quebrou-se a porcelana; o ar pesado e o cheiro forte levam a crer ser a última gincana.

É que debaixo da telha proliferam ruínas e formigas; apagou-se a centelha em contendas e intrigas. Compreensível que no vale das paixões tudo não valha nada e passe!

Por tão fracas emoções vinga-se a má sorte ao longo da estrada. Que Pena! Não perceberam e o tempo passou; nem viram que não deviam ficar só... Agora os seus lamentos nem o vento não têm dó.

Mas deveria ter se ao romper-se o laço e ao desfazer-se o nó quebrou-se a porcelana? Deveria? E o que restou desse desenlace e quem remendaria pedaço por pedaço da frágil louça quebrada?

Fosse a alma uma pomba e voasse céu arriba, mas não é coisa de sangrar, não foi criada á deriva e não pode se quebrar, embora além da porcelana possa a alma ser ferida...

Mas quem a feriria se nem pomba ou porcelana e ninguém nunca a veria nem por dentro nem por fora nem depois de uma gincana, que dirá na pradaria?

Não é rosa, não é cravo, nem é erva nem arbusto que vegete ao pé de um lago!

Que repouse então a alma e não saia a passear que é criança muito velha e pode até antes do tempo acordar...

Que repouse alma alada sem as asas pra voar, repousa em paz ignorada, mal amada e sem ter bem onde ficar!

Repousa veste incolor, veste informe, identidade ignorada e sem nome, que tu és a esperada, a renascida de ti mesma!

Mas o teu senhor nem desconfia que tu és ele e ele sem ti ele não será nada, pois tu és o elo, o selo, o ninho, o vinho, o pão e estrada...

Nenhum comentário:

Postar um comentário