Outro nome deverá ter tido, certamente, mas ora é João... Yohan... Iocanã Arauto, Senhor da Palavra, Anunciador...
Poeta de seu tempo, da família em generosa prole de filhos e netos...
Depois do mar das tormentas atravessado e já nas terras onde o ninho pátrio fez, o professor ousou sonhar...
Ousou ultrapassar as portas da academia e ainda nelas se fez honorável Doutor.
E que Iocanã, não é este João!
Mas desta vez sem perder a cabeça ao permitir-se fonte e deixar jorrar poesia do alto desse Ser, que até de espada e um cavaleiro à palavra ousa dar cor, som, melodia e um sabor estranho e magnífico também.
Quem diria que tal aquela antiga voz ceifada e na prata da lua em sangue retratada
neste ritmo e maestria aqui ora andaria?
Benditos os Iocanãs, os Poetas, as Bocas do Homem por onde se reproduz o som dignificado numa língua...
E que língua, não é esta Lusa!
Glorificada seja Ela e as suas palavras, e malditos aqueles que a profanam e num beco escuro tentam jogá-la!
Mas que vontade de rir, pois um só dos bons num dia arranja com ela mais arte do que lixo multidões de profanadores geram num ano...
Ainda bem!
Ainda bem que tenho vontade de rir e rio-me muito!
Porque não haveria de rir, se o sagrado de todas as coisas se mantém intacto e fora do alcance dos brutos?
foi com maior gosto que aqui entri
ResponderExcluiré com o mair gosto que aqui estou
é com muito gosto que um grande abraço
aqui te dou amigos de sempre
Emílios
JOÃO
ResponderExcluirEra o mais lindo nome que existia,
min mulher dizia por amor,
o nome de Joáo, o precursor
da vinda de Jesus, que anunvia.
Não há capela, igreja ou romaria
em que ele não esteja em seu andor,
em procissão saindo quando for
da sua festa o respectivo dia.
Sendo judaico primitivamente,
talvez não haja um único idioma
em que ele não exista no presente.
A língua em que, porém, tem mais beleza,
filha dilecta do falar de Roma,
é sem dúvida alguma a portuguesa!
JOÃO DE CASTRO NUNES
Por ter saído gralhada, repito a primeira quadra:
ResponderExcluirEra o mais lindo nome que existia,
minha mulher dizia por amor,
o nome de João, o precuror
da vinda de Jesus, que ele anuncia.
O PRECURSOR
ResponderExcluirAchando-se na margem do Jordão,
os fariseus, ouvindo falar dele,
raivosos com a fama de João,
uns após outros iam ter com ele.
- "Acaso és o Messias?" - perguntavam
a fim de o pôr à prova arteiramente -
"És tu Aquele de que nos falavam
os nossos pais, o salvador da gente?"
- "Nem digno sou sequer de Lhe apertar
as tiras das sandálias ou limpar
o pó que elas levantam quando passa!
Por Deus apenas me foi dada a graça
de anunciar-vos que não tarda a vir
Aquele que vos há-de confundir!".
JOÃO DE CASTRO NUNES
O SANTO DO MEU NOME
ResponderExcluirPor se encontrar à venda ao desbarato
comprei um dia num antiquário
da praça de Lisboa, ao pé do Rato,
um S. João de pedra de calcário.
Tem todo o ar de peça quinhentista:
vestido com a pele de cordeiro
peculiar de S. João Baptista,
não é produto de vulgar canteiro.
Pelo seu porte escultural, solene,
de helénica e soberba anatomia,
atrevo-me a pensar em Chanterenne.
Quer seja ou não de artista de renome,
comprei-o, sem olhar ao que valia,
tão-só por ser o santo do meu nome!
JOÃO DE CASTRO NUNES
O sagrado das coisas...
ResponderExcluirUm cálice .
Pescoço e cabeça formam um cálice.
Pense nisso, cavaleiro e sorva desse sagrado ofício, sacro ofício dos cavaleiros.
Certamente, Barbara, certamente tão belo quanto Dele Endechas à Barbara, gerado naquela taça magnífica...
ResponderExcluirAmigo João, sem palavras.
ResponderExcluirobrigado Emilia e volte... ou melhor não saia nunca daqui
ResponderExcluir