qual colibri caído ao solo morto, por mel veneno ter bebido./
Na solidão há paz, há silêncio e
também uma mistura de suave contentamento e dor.
Na solidão, depois da batalha
fragorosa com estrondosos gritos sem palavras claras e compreensivas, a multidão
de milhares de seres não é ninguém.
Assim transcorre o processo,
depois da ruptura de um estado aparentemente equilibrado;
e ainda que estrondos tenebrosos ecoassem
pelo vale não se vêm pelo chão escombros que o estado de equilíbrio tem como alicerce a ilusão cimentada de neblina.
Sólidas, confiáveis só as pedras
do caminho. Mas confiar demasiado numa trilha imaginária pra seguir de cabeça
muito altiva, pode-se ir ter num pântano alagadiço.
Na solidão há momentos de
reflexão e entendimento de que nada é eterno ou tem identidade real. Mesmo a
mais moderna fornecida pelo Estado relativa ao homem, antes de papel e hoje de plástico perde a
validade quando se desfaz a pequena ilha vertical, e na horizontal desfaz-se e
volta ao pó num outro corpo global planetário um pouco mais duradouro, mas também finito.
Na solidão, Deus é mais real e
fala mais de perto através da brisa fresca, se fizer calor; ou da luz sol,
quentinha, se fizer frio; ou do luar calmo, se a noite já chegou.
Deus fala mais eloquente na
solidão, mas a quem o queira ouvir fala ininterruptamente através do agressor,
se a face do amor foi violada.
Fala através da água fresca
saciando a sede, do alimento saciando a fome, do vizinho passando na frente da casa desejando bom dia, sorrindo.
Fala-nos Deus de todas as
maneiras. Através da alegria ou da tristeza por que alguém não falou o que
desejávamos ouvir.
Deus, nesse instante se não fala
para conosco fala para outros, que o ouvem noutra língua e é no silêncio que nos pede
olhar, que nos diz sentir, que nos mostra respeitar quem fala.
Na solidão há paz, na solidão há
luz de olhos fechados, há trevas de olhos abertos.
Em qualquer situação nós somos o
que somos... Deuses, demônios, anjos, malfeitores, somos o que queremos ser.
Mas o ser real se tiver modelo
universal e trilha pétrea para seguir, ao ser como cada qual como é determinará
seu tempo de chegada e pode nem chegar, tombando pelo caminho.
Na solidão se cogitam muitas
hipóteses, e de algum modo todas são reais e falsas na mesma medida de existir
ou não existir.
Na solidão tem-se a certeza da
não impermanência e da ilusão. Tudo definitivamente é e não é.
Paz, guerra, silêncio, ruído
estrondoso, conflituosos e serenados ânimos, células ativas e descartadas,
órgãos trabalhando e sistema mantido, e quem pensa e sente e se move, afinal,
dentro ou fora desse arrumado engenho passageiro?
Dizem corpo, alma e espírito.
Corpo? Talvez, mas quem mantém essa comunidade de minúsculos seres em funções
distintas e perfeitamente organizadas sem conflitos ou incompatibilidades?
Algo da alma, que de outra fonte
não há indícios razoáveis, mas o que é a alma? Por isso mesmo e ninguém saber
ao certo é que deve ser ela a comandar a as tribos de células e bactérias.
Espírito? O juízo da alma? Quem
sabe o que é o Espírito? Ao certo quem sabe não sabe dizer de modo que quem não
sabe possa entender, supondo que exista quem saiba!
O homem andou muito, desvendou
fortes cerrações mentais, caminhou pelo céu, pelas estrelas e não o fez
sozinho... Fala-se em Filósofos, Budas, Cristos, Luzeiros, Planetários, Avataras...
Mas na solidão não há certeza. Há
apenas e ainda frágil um embrião da fé. A solidão tem muitas janelas e por elas
se olha lá fora, mas também lá fora em silêncio ou tumulto não há esperança de
solução para a o enigma da vida, e a única resposta confiável é a certeza da morte.
Julio,
ResponderExcluirGostaria de ter um contato seu (mesmo um email corporativo) p/te enviar o abaixo. Na ausência segue o que eu enviei para uma seleção (especialíssima p/mim) que eu nomeie "Meus Queridos Todos":
P.S.: Fique bem! Nac♥
quote
♥Meus Queridos Todos♥
"New Shoes" by Gerald Waller, Austria 1946
Werfel, menino de seis anos, vivendo em um orfanato na Áustria, após a 2ª Guerra Mundial, abraça um novo par de sapatos dado pela Cruz Vermelha. Foto publicada na revista Life.
Six year-old Werfel, living in an orphanage in Austria, hugs a new pair of shoes given to him by the American Red Cross.
This photo was published by Life magazine.
http://www.flickr.com/photos/grammardog/505296833/
ou
http://wearethechildren2012.files.wordpress.com/2012/03/new-shoes-copy.jpg
Eu considero essa foto uma das mais importante que já vi. Fala-me de tantas coisas, mas principalmente de alegria e gratidão.
Acho-a, inclusive, inspiradora, para todas as épocas e situações.
Hoje a Helê (As Duas Fridas) colocou-a num post, onde acrescentou:
Qt
"Seja um par de sapatos, o eletrônico de última geração ou a valiosa oportunidade de estar aqui agora: aceite e agradeça.
E tenha uma noite feliz."
Unqt
Irretocável. Nada há para acrescentar, só um sorriso de plena concordância.
Uma Noite Feliz para todos e curtam o "presente" em todos os sentidos que os teus corações possam imaginar.
Boa Sorte, Norma
Fé
Não faz as coisas fáceis.
Ela as faz possíveis.
Lucas 1.37
Bjo, Nac♥
Unquote
Obrigado Norma, de verdade. Como vai saindo vai saindo rsrsr
ResponderExcluirjuliotlima@uol.com.br