Deus Está Morto?

Discute-se muito sobre fé, misticismo e até metafísica, e pouco se esclarece. Metafísica, o termo por si se explica: meta, em grego: além; e física: matéria; além da física, portanto e diz respeito a tudo mais que envolve esse pensamento de buscar algo, ir além, procurar entender a origem ou Deus.

A fé acredita sem ver, sem mesmo entender, e com o tempo Deus adquire as mais estranhas concepções e formas, quando em essência não tem forma nenhuma. Misticismo não é muito diferente de fé. Ambas as formas fazem de uma hora para outra do profano sagrado e vice-versa, e a divindade antropomorfizada  dá e tira, castiga e ama, condena e absolve etc..

Alguns filósofos, entretanto, valendo-se da mente especulativa e de certo refinamento de pensamento, cometem algumas vigarices intelectuais, não diretamente da coisa em si, mas às vezes implicando com a linguagem usada na fundamentação pelos metafísicos do não “palpável”, e os filósofos seguem fazendo jogo de palavras e às vezes tropeçando nelas.

Como eu só observo de longe e não defendo nada, pois nada eu sei, no entanto, curioso e praticante do autoconhecimento comparo, meço e naturalmente vou formando meu ponto de vista.

Parece-me discussão inútil tentar provar a existência de Deus. Sábios, os hindus, com o seu velho conceito de Maya resolvem essa questão com uma frase genial, garantindo: “O que é não precisa ser provado; e o que não é pode ser provado”.

Logo, numa análise bem simples, segundo eles tudo que nasce morre, tudo que teve inicio terá fim... seja a ameba, seja o universo, e então isso não é.

Mas o que teve inicio, de alguma fonte nasceu, pois do nada não vem nada, e essa origem, deem lhe o nome que quiserem é, e não precisa ser provada em razão do que não é poder ser provado, como vai sendo, e ter saído de algum lugar como origem.

Mas não se quedam por aí os hindus na fundamentação dos mundos. Como possuem complexo estudo da cosmogênese definida numa Lei ou código: Brahma é Tudo. Convém lembrar que Brahma, equivale no Ocidente a Deus.

Já falei a respeito dessa tal cosmogênese por aqui, e nem sei se me repito, todavia compreender o universo em suas variadas dimensões e tempos ajuda a compreender misticismo e metafísica, coisas bem distintas, por sinal.

Dizem os antigos sábios que o principal poder do Mestre é a síntese. E olhem que têm razão! Se eu pudesse resumir tudo numa frase, esforçar-me-ia logo em seguida para resolver tudo numa única palavra. E não é que neste exato momento me ocorre que essa palavra existe! DEUS, BRAHMA! Essa palavra encerra tudo, e talvez por isso tantos o neguem, tantos o busquem, e há até quem o desconhecendo completamente, o venda!

Cosmogênese ou Nascimento do Cosmo é como Esse Deus teria dado inicio aos universos, através da sua VONTADE SUPREMA e Eterna. Numa expressão numérica partiu do UM, e pela lógica da polarização e seu produto natural do encontro com o outro... e a tradição, surgiu o TRÊS. A partir daí começa a complicar e depende de fórmulas que não estão à mão de um pensamento racional, mas SETE é o valor que Ele como UNO TRINO se repartiu para evoluir.

Em sete universos comandados por Sete Sóis Centrais que são efetivamente os Sétimos em que o Uno Trino se divide para evoluir, marcaria o padrão da evolução; e a partir de aí o Sete é a e escala de todo o processo de evolução.

Dando um mergulho fenomenal pela sutilíssima energia e vindo adensando e adquirindo formas até o estágio de universo, com astros e planetas, num deles gravitando numa órbita ecológica em torno do sol perfeita para a vida, surge o homem feito à imagem e semelhança do criador.

Pois é! E que semelhança é essa? Se não for nessa ordem de Um, individuo; Três: corpo, alma e espírito; Sete: os corpos que compõem esses Três, eu não vejo outra semelhança.

Vamos então subir do mais denso para o mais sutil? O corpo é Físico e enquanto vivo o é pelo Vital, o corpo que irradia a energia viva Prana ; a alma, por sua vez é Sensitiva e Cognitiva ou Emoção e Razão; o espírito formado por algo que se pode chamar de Mente Abstrata (Manas) em Sânscrito, Amor Universal (Budhi), também Sânscrito, e a Fagulha Crística (Atmã) idem Sânscrito.  

E então, não soma os sete? - Físico, Vital, Emoção, Razão, Manas, Budhi e Atmã? Repetindo: Sete – estes, descritos; Três - Corpo Alma e Espírito; e Um – o individuo - aquele que você se refere a si mesmo como Eu. E ainda se poderia fazer outra referencia: a Tríade Superior: Atmã, Budhi e Manas é o Homem Universal; Razão, Emoção, Vital e Físico, é o homem Terreno, unido ao Universal pelo famoso fio de Sutratmã. E a finalidade do homem terreno é religar-se consciente ao homem universal,  através da alma em perfeito estado de Amor Sabedoria.  

Este ser existe, é palpável, mas pode não ser, caso ao longo de sua jornada seguindo pela trilha da ignorância ou rindo com as ironias do filósofo acredite que Deus está morto e não é mais preciso ir buscá-lo... Mas se ainda continua a saga de encontrá-lo e o busca fora, certamente fora não o encontrará...

Conquanto, embora dentro, se não houver uma consciência razoável do fora e conhecimento de como o seu universo nasceu e se desenvolve, e não dispuser de um método de revelar-se para si mesmo enquanto Fagulha Universal (Atmã) com os predicados do AMOR SABEDORIA (eternização da alma), também não o encontrará... ( Ninguém Ama (amor) o que não Conhece (sabe)